Para o procurador da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol,quem veio de Portugal para o Brasil foram degredados e criminosos; quem foi para os Estados Unidos foram pessoas religiosas, cristãs, que buscavam realizar seus sonhos. Para ele, era um outro perfil de colono, daí a vocação do brasileiro para a corrupção e os malfeitos
“O coordenador da Lava Jato tem uma interpretação culturalista da história. Acha que foi a colonização portuguesa quem legou a corrupção à terra natal. Quem veio de Portugal para o Brasil foram degredados, criminosos. Quem foi para os Estados Unidos foram pessoas religiosas, cristãs, que buscavam realizar seus sonhos, era um outro perfil de colono“.
O trecho acima citado é do artigo “O Maluco Solitário e o Ministério Público”, de Maria Cristina Fernandes, onde ela traça um interessante perfil do procurador Deltan Martinazzo Dallagnol na sexta-feira, 23, no Valor Econômico. A jornalista faz um balanço das palestras que o integrante da Força Tarefa da Lava Jato tem feito pelo Brasil em defesa das 10 medidas anticorrupção propostas pelo MPF ao Congresso.
A jornalista ironiza Dallagnol: “O espírito cristão dos colonizadores americanos não os impediu de dizimar a população nativa, colecionar genocídios em sua política externa e conviver com o pesadelo de uma Casa Branca ocupada por Donald Trump. Mas o ex-estudante de Harvard só trouxe admiração pelas instituições americanas. O mesmo fascínio alimenta em muitos de seus compatriotas a ilusão de que o Brasil seria uma grande Amsterdã se os holandeses não tivessem sido expulsos. Não cogitam o Brasil como uma versão ampliada da África do Sul”.