Segundo o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE), o julgamento será realizado pela 3ª Vara do Júri. “O juiz Antonio Carlos Pinheiro Klein Filho presidirá o julgamento. A acusação ficará com o promotor de Justiça Humberto Ibiapina e o assistente de acusação José Anchieta Santos Sobreira. A defesa terá à frente os advogados Clayton Marinho e Leandro Vasques. O réu será julgado pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio, ambos com duas qualificadoras (motivo fútil e meio cruel)”, divulgou.
Acidente de trânsito
No dia do crime, Wildson se envolveu em um acidente de trânsito. Ele guiava um automóvel Ford Belina quando colidiu contra um Chevrolet Monza, no cruzamento das Ruas Frei Mansueto e Marcos Macêdo. Familiares do comerciante explicaram ao Diário do Nordeste, em reportagem da época, que Wildson estava indo para casa quando ocorreu a colisão. Segundo a família da vítima, o acidente teria resultado apenas em prejuízos materiais, mas não houve desentendimento entre as partes envolvidas. Os dois motoristas já teriam até acertado ressarcimento de danos entre eles.
O acidente, entretanto, provocou um congestionamento nas vias. Foi quando o então estudante do curso universitário de Direito, Vitor Quinderé Amora, que conduzia um Volkswagen Golf preto, passava pelo local e se deparou com o engarrafamento. A lentidão no trânsito teria deixado Vitor exaltado. “Conforme a denúncia, Vitor Quinderé transitava pela via e buzinava insistentemente, dirigindo de modo imprudente, a ponto de quase atropelar pessoas que estavam no local”, divulgou o TJCE.
Segundo testemunhas, Vitor mandava que retirassem os carros da via. Houve uma discussão. Depois, o então estudante parou o veículo a cerca de 50 metros e desceu do carro com uma chave de fenda na mão. Ele tentou agredir o aposentado José Wilson Belém, pai de Wildson. O filho tentou impedir o espancamento e acabou sendo atingido com a chave de fenda.
A vítima ainda foi socorrida e encaminhada ao Hospital Geral de Fortaleza (HGF), sendo transferida ao Instituto Doutor José Frota (IJF), no Centro, onde permaneceu em coma. Já o pai do comerciante foi ferido, mas não chegou a ficar internado.
Na época, a prisão do advogado foi decretada pelo juiz Francisco Sales Neto, que era titular da 6ª Vara do Júri. Vitor Quinderé prestou depoimento na Vara e chegou a ser transferido do Departamento de Inteligência Policial (DIP), por denúncias de que estaria sendo privilegiado no local. Ele foi levado para o quartel do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque). Vitor prestou depoimento ao lado dos advogados Paulo Quezado, Clayton Marinho e Leandro Vasques, e afirmou que foi agredido pelo pai da vítima e reagiu em legítima defesa.
Fonte: Diário do Nordeste, Com informações do TJCE