Blog do Levany Júnior

A Unidade Cristã Depende da Nossa Vida Cristã (Efésios 4:2-3)

Versículo Chave

 

“Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor” (Efésios 4:15-16).

 

 

Introdução

 

Podemos dividir Efésios em duas partes;

 

Capítulo 1-3: Doutrina – o que Deus fez (teologia)

 

Capítulo 4-6: Prática – o que devemos fazer (vida cristã)

 

Vamos começar a parte mais prática da carta. O apóstolo inicia o capítulo dizendo: “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor”(Efésios 4:1). A expressão “Rogo-vos” é uma espécie de convite, “convido-vos”, “peço-vos”, embora tenha sempre o sentido de apelar. Isso quer dizer que o que Paulo vai dizer é de suma importância para a vida cristã, por isso é um apelo. “Andar de modo digno” significa viver de acordo com o chamado, corresponder ao chamado, e, sobretudo atender Àquele que nos chamou, que nos vocacionou.

Como é essa “dignidade?” Duas palavras resumem: unidade e santidade. A unidade será tratada nesta lição; e a santidade, nas lições 7 e 8.

 

 

 

Paulo é muito claro ao escrever que a vida digna é caracterizada por estas virtudes: humildade, mansidão, longanimidade, tolerância mútua e amor.

Relembra-nos que é por aqui que todo propósito de unidade cristã deve começar. Isto é, se quisermos unidade na igreja local, é bom termos certeza de que nunca dependerá de cargos, estatutos, etc.

Há pessoas que começam com estruturas, mas o apóstolo começa com qualidades morais, virtudes cristãs (Stott, p.104). E isso explica por que muitos projetos da igreja não dão certo.

As pessoas dizem que querem trabalhar, que “amam” ao Senhor, que estão dispostas, mas quando começam os relacionamentos interpessoais, nota-se a ausência dessas virtudes; tudo termina em divisão.

 

  1. Humildade: Cremos que essa é uma das palavras mais mal-entendidas na igreja evangélica. Muitos confundem humildade com roupa rasgada, casa velha, ausência de conhecimento, etc. Nada disso! Cremos que três coisas caracterizam a humildade cristã.

 

 

Veja bem, você pode pensar de você, falar de você, mas não além do que você realmente é.

 

 

Alguém disse: “Você sabe tudo o que sabe, mas não sabe tudo o que os outros sabem”.

 

 

As palavras de Jesus dizem tudo.

 

  1. Mansidão: Willian Barclay a definiu como “o meio termo entre ser irado demais nunca ficar irado de modo algum”. Ao contrário do que se pensa mansidão não é sinônimo de fraqueza, mas é a “suavidade dos fortes”. É a qualidade de uma personalidade forte que é, mesmo assim, senhora de si mesma e serva de outras pessoas. A mansidão forma um par ideal com a humildade, porque “o homem manso pensa bem pouco nas suas reivindicações pessoais, assim como o homem humilde pensa bem pouco nos seus méritos pessoais” (R.W. Dale). Jesus Cristo foi esse homem (Mateus 11:29).

 

  1. Longanimidade: Quando a Bíblia diz que Deus é longânimo, significa que Ele é “grande de rosto”, “lento para a ira”. A longanimidade é a capacidade aguentar, com paciência, pessoas provocantes, tal como em Cristo Deus foi longânimo conosco (cf. Romanos 2:4; I Timóteo 1:16).

 

  1. Tolerância Mútua: Suportar uns aos outros fala daquela mútua tolerância sem a qual nenhum grupo de seres humanos consegue conviver em paz. O autor dos Hebreus nos informa que Jesus suportou a cruz e a oposição dos pecadores contra Si mesmo (Hebreus 12:2-3)

 

  1. Amor: Já foi mencionado na lição anterior e certamente será em outras. E novamente lembramos que o amor é a atitude que visa o bem-estar do próximo.

 

  1. Paz: Preservando “a unidade do Espírito no vínculo da paz” (v.3). “Façam tudo para conservar, por meio da paz que une vocês, a união que o Espírito dá” (Efésios 4:3).

 

Paulo coloca sobre os nossos ombros essa responsabilidade. Recado semelhante está na carta aos Romanos: “Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens” (Romanos 12:18).

 

               Como praticar o convite de Paulo: “andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados” (Efésios 4:1)?

               Das seis virtudes que são a base da unidade cristã, qual é a mais difícil de ser praticada? Por quê?

 

 

 

 

Nestes três versículos encontramos sete vezes a palavra “um”. Três vezes faz referência à Trindade (um só Espírito, um só Senhor Jesus, e um só Deus e Pai de todos); e as outras quatro vezes dizem respeito à nossa experiência cristã,que, evidentemente, está diretamente relacionada às três pessoas da Trindade.Vamos resumir assim:

 

  1. Há um só corpo porque há um só Espírito;
  2. Há uma só esperança, uma só fé e um só batismo porque há um só Senhor;
  3. Há uma só família cristã, que abrange a todos, porque há um só Deus e Pai, “o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos”.

 

“A unidade cristã tem a sua origem em possuirmos um só Pai, um só Salvador, e um só Espírito que habita em nós” (Stott). Com isso, concluímos que não é possível obter unidade se negarmos a Trindade; até porque os três são um (I Jo 5:7).

 

               Como a unidade da Trindade se relaciona com a unidade na igreja?

 

 

 

Pode parecer contradição, mas não é: uma coisa que contribui para a unidade (da igreja) é a diversidade (dos dons). Na lição anterior vimos que a sabedoria de Deus tem muitas formas (“multiforme” – Efésios 3:10), e uma delas são os dons.

“Não devemos imaginar que cada cristão seja réplica exata dos demais, como se tivéssemos sido produzidos em massa nalguma fábrica celestial” (Stott).

 

  1. Definição de dons (v.7): Dons, no grego, é charisma, literalmente – “presente oferecido de boa vontade”. Palavras que se formam da raiz grega char indicam coisas que produzem bem-estar. O apóstolo Paulo chama de charisma um revestimento especial espiritual para a vida da comunidade e o serviço no reino de Deus. Ele usa esse termo dezesseis vezes nas suas epístolas.

            “E a graça foi concedida a cada um de nós” (v.7). Isso significa que cada pessoa da comunidade recebe graça suficiente para ter sua habilidade espiritual. Também quer dizer que ninguém é tão desclassificado ou tão inculto que fique à margem do serviço porque a graça foi concedida “a cada um”.

 

  1. O Doador dos dons (v.7-10): Paulo enfatiza que o Doador é Cristo. O apóstolo faz uma analogia entre o Salmo 68:18, que descreve a subida de um rei vitorioso a Jerusalém, e a exaltação (subiu) de Cristo, e aplica essa analogia dizendo que “quando Ele subiu às alturas, concedeu dons aos homens” (Efésios 4:8). O objetivo é mostrar que a concessão de dons faz parte da vitória de Cristo na cruz e de

Seu estado glorificado, que Ele vive hoje à direita de Deus (Romanos 8:34). E assim, Cristo distribuiu dons à Sua igreja “para encher todas as coisas” (v.10), no sentido de edificá-la e levá-la à maturidade.

  1. A natureza dos dons (v.11): Estes cincos dons mencionados ficaram conhecidos como “dons ministeriais” ou “dons de liderança”. A ideia é muito clara: Cristo deu dons a todos, mas a alguns fez líderes.

 

 

 

 

 

 

  1. O propósito dos dons (v.12): Em I Coríntios 12:7, o apóstolo afirma: “visando a um fim proveitoso” Aqui ele subdivide esse proveito em duas partes.

 

 

 

Aprendemos que “dom” é algo que deve produzir bem-estar. Então, o problema não pode estar no dom, mas sim no mau uso dele.

 

               Por que os dons de Efésios 4:11 são chamados de “dons de liderança”?

IV- A Unidade Cristã Exige Maturidade do Nosso Crescimento (Efésios 4:13-16)

 

 

Os dons ministeriais ou de liderança (Efésios 4:11) devem levar a igreja à maturidade que, nesses versículos, têm as seguintes características.

 

  1. Conhecer melhor o Filho de Deus e tê-lo como exemplo de homem perfeito (v.13):Ninguém atingirá o “pleno conhecimento do Filho de Deus” se ouvir sempre as mesmas coisas acerca de Jesus. Conhecer plenamente o Senhor significa saber tudo que a Escritura diz sobre o que Ele é e faz, ou melhor, Sua doutrina, Sua pessoa e Seu poder.

Há muitas religiões que pregam um Jesus fraco, incompleto, imperfeito. Mas esse não é o Jesus pleno, o Jesus verdadeiro. Se você perguntar ao Pai celeste a quem deve imitar, certamente Ele dirá: “O meu Filho amado” (cf. Mateus 17:5; I Coríntios 11:1).

 

  1. Ter cuidado com os “ventos de doutrina” (v.14): Há crentes que estão sempre seguindo a última “moda” evangélica: o último livro da moda, o último pregador, o último cantor, etc. Cuidado! Nem sempre a última “moda” é o último mover do Espírito de Deus. Esse versículo nos ensina que agir assim é comportar-se como “meninos, agitados de um lado para o outro”. E quem vive de um lado para o outro está, na maioria das vezes, sendo enganado pela “artimanha de homens” astutos. Portanto, melhor é firmar-se nas “mesmas coisas” da doutrina, desde que estejam corretas, completas e aprofundadas.

 

  1. Seguir a verdade em amor e cooperar uns com os outros (v.15-16)

 

  1. O aperfeiçoando outros para o serviço;
  2.  “Conhecendo melhor o varão perfeito, que é Jesus; e tendo cuidado com os ventos de doutrina”.

 

               Como podemos observar, na igreja de hoje, os extremos da verdade sem amor e amor sem verdade?

Conclusão

 

Para o apóstolo Paulo, uma igreja sadia e madura é caracterizada por unidade, serviço com diversidade e crescimento pela cooperação de todos. Sua igreja demonstra essas características?

Transcrito da revista Adultos Cartas Paulinas – Efésios, Filepenses e Filemon

Editora Cristã Evangélica (www.editoracristaevangelica.com.br)

Usado com permissão.

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