A PALAVRA DO DIA-Significado de 1 Coríntios 11
1 Coríntios 11
10.31-11:1 Fazer tudo para a glória de Deus inclui incentivar os irmãos cristãos e propagar as boas-novas acerca de Cristo. Paulo fez isso quando se recusou a escandalizar judeus, gregos ou a igreja de Deus, ainda que, para isso, sua liberdade tivesse de ser restrita. Como Cristo, Paulo não procurou fazer as coisas como bem entendia para agradar a si mesmo; pelo contrário, ele desejava ajudar os outros (v. 24). Esse deve ser nosso desejo também.
11:2-34 Estes versículos seguem uma seção extensa, a qual trata do modo descabido com o qual os coríntios haviam-se aproveitado de sua liberdade em Cristo. Após uma série de repreensões leves (1 Co 1.10, 11; 3.1; 4.7-13, 18; 5.1-3; 6.1-6; 7.1-5; 8.9-12; 10.1-14), o apóstolo começou essa seção louvando os coríntios, porque eles estavam obedecendo a certas tradições que o apóstolo lhes havia ensinado.
11:2 E louvo-vos é uma expressão que reflete o verdadeiro apreço da parte de Paulo. Os coríntios haviam cometido muitos erros, mas não estavam totalmente corrompidos, pois tinham seguido as instruções do apóstolo em determinadas áreas.
11:3 Mas introduz uma exceção ao elogio que Paulo havia feito aos coríntios no verso 2. Ele queria instruir os coríntios sobre outro ponto que causava confusão. Cabeça, primeiro, significa autoridade quando é usada no contexto de relacionamentos humanos. Alguns dizem que cabeça também pode significar fonte ou origem, uma afirmação que, agora, é rejeitada por autoridades no léxico grego. O varão, a cabeça da mulher. Os relacionamentos entre homens e mulheres não envolvem inferioridade, pois, na oração paralela, Cristo não é inferior a Deus, o Pai. Submissão não indica inferioridade, mas subordinação. Assim como Cristo e Deus são igualmente divinos, homens e mulheres são seres semelhantes. Contudo, assim como Jesus e Deus Pai têm papéis diferentes no plano de salvação do Senhor, homens e mulheres receberam papéis diferenciados.
11:4 Que ora ou profetiza pode referir-se especificamente à oração de intercessão similar àquela dos profetas do Antigo Testamento (Gn 20.7; 1 Sm 12.23; Jr 27.18) ou de Ana (Lc 2.36-38), ou à combinação de línguas e oração (1 Co 14.13-16; At 2.4; 10.46). Tendo a cabeça coberta, provavelmente, refere-se ao homem cobrindo os cabelos de sua cabeça. Desonra a sua própria cabeça. E impossível dizer se cabeça aqui faz menção à cabeça física do homem ou a Cristo, a Cabeça inquestionável do homem (v. 3). Qualquer uma das duas interpretações é possível. Talvez, Paulo quisesse que a palavra tivesse um sentido duplo.
11:5, 6 Toda mulher que ora ou profetiza. As mulheres, obviamente, tinham permissão para orar e profetizar na congregação em Corinto, porque não teria sentido Paulo dar instruções para algo que elas não tinham permissão para fazer. Desonra a sua própria cabeça se refere à cabeça física da mulher ou ao seu marido como sua cabeça, ou, possivelmente, às duas opções (v. 4). Não cobrir a cabeça com o próprio cabelo era tão vergonhoso para a mulher quanto ter a cabeça rapada, um sinal de desonra pública.
11:7-9 O varão não provém da mulher, mas a mulher, do varão. A mulher foi tirada de um dos lados do homem (Gn 2.21). A mulher, por causa do homem é uma maneira de Paulo expressar o conceito da auxiliadora, presente em GÊnesis 2.20. Isso não significa que a mulher seja inferior ao homem; refere-se apenas aos propósitos de Deus para o homem e para a mulher na ordem da criação.
11:10 As mulheres deveriam cobrir a cabeça por causa dos anjos. E óbvio que os anjos de Deus estão presentes na reunião da igreja e, na verdade, aprendem com a obra de graça do Senhor por meio da vida e da adoração do povo de Deus (Ef 3.10). Símbolo de poderio. Este poderia ser um símbolo da autoridade da mulher para profetizar na nova era da igreja, a qual foi inaugurada quando o Espírito Santo foi dado no Pentecostes (v. 5). Também poderia referir-se a um símbolo da autoridade do homem sobre a mulher (v. 3).
11:11, 12 Nem… sem. Homem e mulher precisam um do outro, e, como criaturas de Deus, ambos dependem dele. Nem o homem nem a mulher podem ter algum direito a uma posição especial a não ser o que Deus intentou para eles como seu Criador.
11:13-15 Parece que natureza se refere, segundo o uso de Paulo, ao modo como as coisas naturalmente deveriam ser (compare com Rm 1.26; 2.14, 27; também leia 11:21, 24; G12.15; 4.8). Para Paulo, é natural que homens e mulheres sejam diferentes. As mulheres podem expressar isso ao usarem o cabelo mais longo que o dos homens.
11:16 Não temos tal costume. O que Paulo diz aqui pressupõe sua pergunta direta no verso 13 e sua visão do que seja natural no versículo 14. Para a pergunta: “E decente que a mulher ore a Deus descoberta?”, a resposta deve ser ressonante: “E claro que não!”, isto é, se alguém quiser dar algum sentido para a discussão de Paulo sobre esta questão. Os cristãos em Corinto deveriam observar este costume universal. Nenhuma outra igreja permitia a uma mulher profetizar sem cobrir sua cabeça, e a igreja em Corinto não era diferente.
11:17-34 Esta passagem diz respeito às atividades impróprias que estavam ocorrendo quando a igreja se reunia para participar da celebração da eucaristia ou ceia do Senhor.
11:17 Não vos louvo. Em contraste com o elogio de Paulo no versículo 2, de que os coríntios haviam obedecido a muitos de seus ensinos, aqui ele expressa preocupação pelas práticas pecaminosas dos coríntios durante a adoração. Ajuntais é um termo técnico que se refere à reunião da igreja e é usado três vezes nesta passagem (v. 18, 20).
11:18 Dissensões. E tentador compararmos as dissensões aqui com os problemas que aparecem no capítulo 1, mas parece que as dissensões, nesse versículo, estão relacionadas aos eventos que aconteciam quando a igreja se reunia para a ceia do Senhor. E possível que as dificuldades estivessem acima de distinções referentes a classes de ricos e pobres, ou judeus e gentios. Quando a Igreja se reúne, todos devem se ajuntar como irmãos, mas, ao que parece, não era isso que acontecia em Corinto. Em vez da união recomendada por Paulo em 1 Coríntios 11:17 e enfatizada novamente nos capítulos 12 14, havia divisão entre os cristãos.
11:19 Os aprovados (ARA). Um dos resultados positivos decorrentes da divisão ou dos partidos (ARA) na igreja é que se torna óbvio quem são os verdadeiros cristãos na congregação.
11:20-22 A Ceia do Senhor era a peça central da adoração da igreja do primeiro século. Reunidos em torno de uma mesa, os irmãos se encontravam com o Senhor e uns com os outros em unidade. Cristo havia expressado esse tipo de humildade e unidade quando instituiu a ceia (Mt 26.26-30; Mc 14-22-26; Lc 22.14-23). Os cristãos coríntios estavam tomando antecipadamente a sua própria ceia, violando o espírito e o propósito da refeição. Ao agirem assim, eles mostravam desprezo pela Igreja de Deus e envergonhavam aqueles que nada têm (v. 22).
11:21 Porque, comendo […] um tem fome, e outro embriaga-se. Na igreja do primeiro século, a ceia do Senhor normalmente era precedida por uma refeição para comunhão, mais tarde conhecida como a Festa Àgape. No final, tantos problemas acompanhavam essas festas, que, no Concílio de Cartago (397 d.C.), elas foram estritamente proibidas. E foi o que aconteceu em Corinto. Quando se ajuntavam, os coríntios não comiam juntos; consequentemente, isso não podia ser chamado de comunhão, e o comportamento deles desonrava tanto o Senhor, que a reunião dificilmente poderia ser chamada de ceia do Senhor. Alguns, na verdade, ficavam embriagados.
11:22-25 Eu recebi do Senhor se refere à revelação que Paulo recebeu de Cristo sobre o significado da morte e da ressurreição do Senhor representado pelos elementos da santa ceia; simbolismo que Paulo ensinou aos irmãos, explicando-os novamente.
11:24, 25 Tomai, comei […] partido são palavras omitidas nos melhores manuscritos. Isto é o meu corpo. Sem dúvida, uma expressão não literária, mas figurativa. Ele estava ali, no meio dos discípulos, participando com eles do elemento do pão, que significa Sua encarnação. Que é […] por vós. Isso significa o caráter sacrifical e vicário da morte de Cristo. Ele é relembrado nesta mesa, não como um grande exemplo, ou mestre, ou mesmo profeta, mas como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim. Contrastando com a reunião muitas vezes impensada e negligente dos cristãos coríntios em sua chamada festa do amor, Jesus pediu aos Seus discípulos: “Lembrai-vos de mim”.
11:26 Anunciais a morte do Senhor, até que venha. A ceia do Senhor remonta à morte de Cristo e aguarda Sua Segunda Vinda (Mt 26.29; Mc 14-25; Lc 22.18).
11:27-29 Indignamente se refere ao modo como uma pessoa participa da ceia do Senhor. Os coríntios estavam transformando a refeição em um momento para exagerarem na comida e se embriagarem, em vez de fazerem daquela ocasião um tempo para refletirem na morte e na ressurreição do Senhor Jesus Cristo.
11:30 Dormem, neste contexto, refere-se à morte de cristãos (1 Co 15.18; 1 Ts 4.15, 16). Esta passagem se refere à morte precoce, um castigo sofrido por alguns cristãos que não se examinavam à mesa do Senhor (v. 28).
11:31, 32 Se nós nos julgássemos a nós mesmos, o Pai não precisaria corrigir-nos. Mas, quando os cristãos não estiverem dispostos a fazer este autoexame, Deus mesmo irá corrigi-los.
11:33, 34 Esperai uns pelos outros. Paulo conclui sua discussão sobre a ceia do Senhor com uma exortação prática, para que os cristãos coríntios demonstrassem a devida preocupação uns pelos outros. Ele insinua, nas palavras coma em casa, que desaprova as frequentes festas do amor. E ele mostra novamente uma preocupação pastoral quando expressa a ideia para que vos não ajunteis para condenação. Paulo não se deleita com a mão disciplinadora do Senhor. Ordená-las-ei (do grego diatasso) refere-se às providências visivelmente práticas (1 Co 16.1; G1 3.19). Qualquer outro detalhe relacionado à ceia do Senhor, Paulo esclareceria em sua visita à cidade.
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