Salmo 138: O SENHOR é Excelso
Como muitos dos hinos de louvor compostos por Davi, o Salmo 138 não identifica seu contexto e não cita nenhum fato histórico específico como pano de fundo. As verdades afirmadas em louvor a Deus poderiam ser ditas em qualquer lugar ou momento.

No início do Salmo, Davi oferece seu próprio louvor:

“Render-te-ei graças, SENHOR, de todo o meu coração; na presença dos poderosos te cantarei louvores. Prostrar-me-ei para o teu santo templo e louvarei o teu nome, por causa da tua misericórdia e da tua verdade, pois magnificaste acima de tudo o teu nome e a tua palavra. No dia em que eu clamei, tu me acudiste e alentaste a força de minha alma” (versos 1 a 3).

Davi não mostrou vergonha de Deus, cantando louvores na presença de pessoas em posições altas (provavelmente os reis mencionados no verso 4). Ele reconheceu a misericórdia de Deus em um sentido muito pessoal, pois Deus havia respondido quando ele pediu ajuda (verso 3). Na abertura do Salmo, Davi mostrou seu entendimento de:

1) Sua própria posição. Davi não demonstrou o orgulho de um rei, e sim a humildade de um servo.

2) A posição dos outros reis. Podem ser vistos como poderosos em comparação com outros homens, mas ainda ocupavam seus lugares subordinados ao Senhor.

3) A posição de Deus acima de tudo e de todos.

Na segunda parte desse cântico, Davi fala do louvor que os próprios poderosos dariam para Deus:

“Render-te-ão graças, ó SENHOR, todos os reis da terra, quando ouvirem as palavras da tua boca, e cantarão os caminhos do SENHOR, pois grande é a glória do SENHOR” (versos 4 e 5).

Obviamente, muitos reis têm ouvido e desprezado as palavras do Senhor, mas tal soberba é tolice. O rei do Egito não admitiu a soberania de Deus (Êxodo 5:2), e foi humilhado por meio de uma série de castigos que Deus mandou sobre sua nação. Depois da décima praga, ele insistiu que os hebreus saíssem da sua terra e ainda pediu que o abençoassem (Êxodo 12:31-32). O orgulhoso Nabucodonosor, rei da Babilônia, foi humilhado por Deus e, depois, disse: “Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, exalço e glorifico ao Rei do céu, porque todas as suas obras são verdadeiras, e os seus caminhos, justos, e pode humilhar aos que andam na soberba” (Daniel 4:37). Os reis sábios que aceitam a palavra do Senhor se humilham diante dele.

Deus, sendo muito superior a todos, sabe como tratar os humildes e os arrogantes. Davi conclui o hino:

“O SENHOR é excelso, contudo, atenta para os humildes; os soberbos, ele os conhece de longe. Se ando em meio à tribulação, tu me refazes a vida; estendes a mão contra a ira dos meus inimigos; a tua destra me salva. 8 O que a mim me concerne o SENHOR levará a bom termo; a tua misericórdia, ó SENHOR, dura para sempre; não desampares as obras das tuas mãos” (versos 6 a 8).

Os últimos versos do Salmo tratam de Deus e as duas categorias de homens já introduzidas (veja os primeiros versos, acima). Deus é excelso, ou seja, elevado e sublime. Mesmo assim, ele se preocupa com os humildes, e Davi se enquadra nesse grupo. Os inimigos, porém, homens soberbos, sofrem a ira do Senhor.

Davi adorou a Deus e chamou outros a honrar o mesmo Senhor, pois ele reconheceu a grandeza do soberano Criador, que exerce domínio sobre grandes e pequenos.

-por Dennis Allan