Blog do Levany Júnior

A PALAVRA DO DIA-As calamidades sucessivas dos judeus – v. 1-12.

Capítulo 24
Na seqüência das profecias anteriores de Isaías, não se sabe muito bem se a ‘terra’ da qual ele fala aqui é a terra de Judá ou as outras nações que também foram punidas pelos seus pecados. Segundo o comentário de Wesley (Is 24: 1-12), trata-se da terra de Judá que foi punida pelo seu pecado (o título deste trecho é dado por ele como: ‘Julgamentos sobre Judá por suas impurezas e transgressões’). O que se entende é que haverá um remanescente que será liberto por Deus e cantará à Sua glória. Os transgressores encontrarão sua ruína, e o poder do Messias se estabelecerá no monte Sião, ou seja, o juízo de Deus dado anteriormente sobre nações específicas se apresenta agora num contexto maior e termina com o triunfo do Senhor sobre toda a terra por meio de Sua nação eleita. Isaías não é classificado como um profeta apocalíptico, e sim Messiânico, mas neste trecho, em especial, talvez o ensinamento principal possa ser extrapolado para o final dos tempos: o mundo, em geral; Judá e a Igreja de Cristo. Em outras palavras: depois de ter profetizado sobre várias nações (Babilônia, Filístia, Moabe, Síria, Israel, Egito, Edom e Tiro), Isaías passa a falar sobre os últimos tempos para o mundo, para Judá e a Igreja. Podemos dizer que do capítulo 24 ao 27 trata-se de uma só profecia.

As calamidades sucessivas dos judeus – v. 1-12.
• Is 24: 1-12: “Eis que o Senhor vai devastar e desolar a terra, vai transtornar a sua superfície e lhe dispersar os moradores. O que suceder ao povo sucederá ao sacerdote; ao servo, como ao seu senhor; à serva, como à sua dona; ao comprador, como ao vendedor; ao que empresta, como ao que toma emprestado; ao credor, como ao devedor. A terra será de todo devastada e totalmente saqueada, porque o Senhor é quem proferiu esta palavra. A terra pranteia e se murcha; o mundo enfraquece e se murcha; enlanguescem os mais altos do povo da terra [NVI: ‘definham os nobres da terra’]. Na verdade, a terra está contaminada por causa dos seus moradores, porquanto transgridem as leis, violam os estatutos e quebram a aliança eterna. Por isso, a maldição consome a terra, e os que habitam nela se tornam culpados; por isso, serão queimados os moradores da terra [NVI: ‘são consumidos pelo fogo’], e poucos homens restarão. Pranteia o vinho, enlanguesce a vide [NVI: ‘O vinho novo vai-se, e a videira murcha’], e gemem todos os que estavam de coração alegre. Cessou o folguedo dos tamboris, acabou o ruído dos que exultam, e descansou a alegria da harpa. Já não se bebe vinho entre canções [NVI: ‘entoando canções’]; a bebida forte [NVI: ‘a bebida fermentada’] é amarga para os que a bebem. Demolida está a cidade caótica [NVI: ‘A cidade vã está em ruínas’], todas as casas estão fechadas, ninguém já pode entrar. Gritam por vinho nas ruas, fez-se noite para toda alegria, foi banido da terra o prazer [NVI: ‘toda celebração foi eliminada da terra’]. Na cidade, reina a desolação, e a porta está reduzida a ruínas”.

Aqui o profeta descreve os julgamentos sobre Judá e Israel por causa de suas impurezas e transgressões. Os habitantes estão mortos ou foram para o cativeiro ou foram dispersos. O pecado traz estas calamidades sobre a terra; elas são o julgamento e a punição de Deus. Não haverá distinção entre eles; grandes e pequenos, homens e mulheres, cidadãos e sacerdotes, escravos e livres. Isaías descreve algo muito parecido com Jeremias no livro de lamentações: já não há mais risos, música, alegria, sensação de bênção, sinceridade, justiça, santidade, abundância, prosperidade ou esperança. O povo se acha deprimido, desesperançado e ‘morto’ espiritual e emocionalmente.

Haverá um remanescente; a alegria dos justos – v. 13-16a.
• Is 24: 13-16a: “Porque será na terra, no meio destes povos [NVI: ‘entre as nações’], como o varejar da oliveira [NVI: ‘como quando se usa a vara na oliveira’] e como o rebuscar, quando está acabada a vindima [NVI: ‘buscam os restos das uvas após a colheita’]. Eles levantam a voz e cantam com alegria; por causa da glória do Senhor, exultam desde o mar. Por isso, glorificai ao Senhor no Oriente e, nas terras do mar [NVI: ‘nas ilhas do mar’], ao nome do Senhor, Deus de Israel. Dos confins da terra ouvimos cantar: Glória ao Justo!”

Haverá um remanescente preservado da ruína geral, e será um remanescente devoto e piedoso, que louvará a Deus. Estes poucos estão dispersos, mas se regozijam no Senhor pela sua vitória e triunfo sobre o mal. O remanescente cantará para o Senhor, pela Sua bondade e poder manifestado em sua libertação, trazendo-os dos lugares onde foram levados cativos. A expressão ‘ilhas do mar’ se refere aos países distantes da Judéia, habitados por gentios idólatras; as partes mais remotas do mundo, bem como na Arábia, que estava perto deles; ou todas as regiões além do mar (Jeremias 25: 22), regiões marítimas ou regiões costeiras, não meramente ilhas no sentido estrito. Ao lermos estes versículos, nós temos a sensação de que a justiça de Deus foi feita.

A ruína dos transgressores – v. 16b-23.
• Is 24: 16b-23: “Mas eu digo: definho, definho, ai de mim! Os pérfidos tratam perfidamente; sim, os pérfidos tratam mui perfidamente [NVI: ‘Os traidores traem! Os traidores agem traiçoeiramente’]. Terror, cova e laço vêm sobre ti, ó morador da terra [NVI: ‘ó habitantes da terra’]. E será que aquele que fugir da voz do terror cairá na cova, e, se sair da cova, o laço o prenderá; porque as represas do alto se abrem [NVI: ‘Abertas estão as comportas dos céus’], e tremem os fundamentos da terra. A terra será de todo quebrantada, ela totalmente se romperá, a terra violentamente se moverá [NVI: ‘A terra foi despedaçada, está destruída, totalmente abalada’]. A terra cambaleará como um bêbado e balanceará como rede de dormir; a sua transgressão pesa sobre ela [NVI: ‘tão pesada sobre ela é a culpa de sua rebelião’], ela cairá e jamais se levantará. Naquele dia, o Senhor castigará, no céu, as hostes celestes [NVI: ‘os poderes em cima nos céus’], e os reis da terra, na terra. Serão ajuntados como presos em masmorra, e encerrados num cárcere, e castigados depois de muitos dias. A lua se envergonhará, e o sol se confundirá [NVI: ‘A lua ficará humilhada, e o sol, envergonhado’] quando o Senhor dos Exércitos reinar no monte Sião e em Jerusalém; perante os seus anciãos haverá glória [NVI: ‘glorioso na presença dos seus líderes’]”.

O profeta lamenta as misérias que viu. Há terror para os pecadores. Ele prevê que o pecado abundará. Os poderes do céu e da terra serão abalados. O mal será removido e haverá novos céus e uma nova terra, em que habitará a justiça. Deus será glorificado em tudo isso. Isaías usa metáforas, quando fala dos últimos dias, mas que podem se encaixar perfeitamente na primeira vinda do Messias, não apenas nos tempos apocalípticos que virão para nós, pois, como veremos mais adiante em suas profecias, a nova dispensação trazida por Jesus pode ser comparada à criação de um novo céu e de uma nova terra. Os poderes espirituais envolvidos naquela época e no Período Intertestamentário que se seguiu ao retorno dos exilados até o nascimento de Jesus tiveram que ser grandemente vencidos pelo próprio Deus para que a humanidade continuasse a existir, pois a dispensação da Lei não mais conseguia salvar o homem.

• Principal fonte de pesquisa: Douglas, J.D., O novo dicionário da bíblia, 2ª ed. 1995, Ed. Vida Nova.
• Fonte de pesquisa para algumas imagens: wikipedia.org e crystalinks.com

Este texto se encontra no 1º volume do livro:

livro evangélico: O livro do profeta Isaías
O livro do profeta Isaías vol. 1 (PDF)

O livro do profeta Isaías vol. 2

O livro do profeta Isaías vol. 3

The book of prophet Isaiah vol. 1 (PDF)

The book of prophet Isaiah vol. 2

The book of prophet Isaiah vol. 3

Sugestão de leitura:

livro evangélico: Profeta, o mensageiro de Deus

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