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Detido com R$ 16 mil nega que iria distribuir dinheiro em protesto no DF
José Carlos dos Santos estava em meio a grupo anti-impeachment no DF.
Ele foi liberado após polícia entender ausência de indício de irregularidade.
O homem detido com R$ 16 mil na mochila durante um ato pró-governo realizado nesta segunda-feira (11) em Brasília negou que iria distribuir o dinheiro na manifestação ocorrida na Esplanada dos Ministérios. José Carlos dos Santos estava entre militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e não soube explicar por que carregava a quantia. Ele foi liberado no mesmo dia, por falta de provas, após depoimento na 5ª DP, na Asa Norte.
Aposentado, Santos é nascido em São Vicente, no litoral de São Paulo e é morador da capital. Ele foi levado à delegacia pela Polícia Militar, que suspeitou da origem do dinheiro. Questionado, ele disse que era “impossível” que fosse usar a quantia para pagar manifestantes.
“Eu acho que eu sou contra a entidade, entendeu? Então é impossível”, disse. “Eu não sou de nenhum partido. Eu já votei pra outros partidos, né?”. Em nota, o MST negou que ele fizesse parte do movimento.
Durante o depoimento, o homem afirmou que se tratava de uma indenização trabalhista e negou que fizesse parte de algum movimento social. O manifestante não conseguiu informar a origem das cédulas e não soube dizer o nome da empresa que teria pago a indenização.
No protesto, Santos foi abordado pela PM por levar duas mochilas. “O primeiro objeto encontrado foi uma luva e dentro dessa luva havia um montante em dinheiro, notas de R$ 100, R$ 150”, disse o tenente-coronel Carlos André. “Em seguida, encontrei outra luva também da mesma maneira com dinheiro dentro e nessa mochila havia dois sacos. Só ao apalpar deu pra perceber que eram cédulas.”
“Como ele continuava pedindo que a manifestação o defendesse decidimos tirar para um local mais adequado”, disse o militar. “Perguntei quanto dinheiro havia ali. A resposta foi que não poderia informar. Perguntei se era de Brasília, [e ele] disse que não ia dizer.”
O delegado responsável pelo caso avaliou que não havia indícios de que o dinheiro tivesse origem ilícita. O investigador entendeu que não havia suspeitas de crime que justificassem a abertura de uma investigação.
Manifestações
Grupos a favor da presidente Dilma Rousseff acompanharam da Alameda dos Estados – policiais do Batalhão de Choque impediram o acesso ao Congresso Nacional – a votação da comissão do impeachment. Os parlamentares aprovaram o relatório, por 38 votos a 27.
De acordo com a Polícia Militar, cerca de 900 pessoas participavam do ato às 19h50. Eles portavam faixas com dizeres como “mexeu com Lula, mexeu comigo” e gritavam “não vai ter golpe”.
Outro grupo, com cerca de 120 pessoas pró-impeachment, também se dirigiu ao local. Elas carregavam bandeiras do Brasil e um caixão com o nome da presidente. “Quando eles gritarem, do lado de lá, que não vai ter golpe, nós vamos gritar que vai ter impeachment”, diziam.
Os manifestantes estavam separados pelo alambrado, mas ainda assim trocavam ofensas. Muitos motoristas que desciam a via S1 buzinavam em apoio aos movimentos pró-impeachment.
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