Na cidade de Touros, mãe pede cirurgia salvadora para bebê com órgãos expostos
O bebê que nasceu com má formação múltipla, há 12 dias na Maternidade Escola Januário Cicco, deve passar por sua primeira cirurgia na tarde desta sexta-feira (27). Internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Infantil Varela Santiago, para onde foi transferido há dois dias, o recém-nascido deve passar por uma série de procedimentos cirúrgicos para que possa ter uma vida com mais qualidade de vida.
Segundo a coordenadora da UTI Neonatal do Varela Santiago, Lana Patrícia, o caso do bebê é raríssimo e sua sobrevivência depende muito das inúmeras intervenções que ele terá ainda que enfrentar. Ela disse que não há uma explicação científica para os problemas apresentados pelo recém-nascido e que o caso deve ser alvo de pesquisa, para saber o que pode ter provocado a má formação múltipla.
“É um caso muito complexo e vamos tratar primeiro a má formação abdominal, que fez com que os órgãos internos do abdômen, como intestinos e bexiga, que são ainda primitivos, ficassem expostos. Depois, será tratada a questão da coluna vertebral, que foi provocada pela má formação do tubo neural, causada pela falta de ácido fólico no período pré-gestacional”, explicou.
Lana disse ainda que cada cirurgia que o recém-nascido terá que enfrentar representa um risco de morte para ele, devido à fragilidade do organismo e a gravidade do caso. “A sobrevivência dele vai depender muito das intervenções, já que cada uma possui um risco próprio, além do risco de infecção, já que são cirurgias complexas”, afirmou.
Para a mãe do recém-nascido, Andreza Raclene, o fato do filho estar reagindo bem enquanto aguardar as cirurgias que devem salvar a sua vida na UTI Nenonatal, faz com que o momento seja de esperança e expectativas. Ela disse estar bem, apesar da apreensão e que acompanhará o procedimento cirúrgico, que será realizado no Hospital Varela Santiago.
“Espero que dê tudo certo e que meu filho possa ter uma vida normal. Sou mãe pela primeira vez, estou angustiada com a situação do meu bebê e peço que todos orem por ele e por mim”, desabafou.
Ainda segundo Andreza, apesar de sofrer de hidrocefalia bilateral – acúmulo de água no cérebro, meningomielocele sacral – má formação congênita no tubo neural, tecido que dá origem à coluna vertebral e onfalocele – má formação que atinge a parede abdominal e deixa os órgãos expostos, seu filho está lutando muito para viver. Por cuasa da má formação múltipla não é possível identificar o sexo do bebê.
Problemas foram detectados na gravidez
Andreza Raclene, que mora na comunidade de Areias Alvas, no município de Touros, explicou que a má formação foi detectada quando ela estava com cinco meses de gestação e que depois disso, passou a fazer o pré-natal na Capital. Ela disse que os médicos que acompanharam seu caso orientaram que a cirurgia para tentar corrigir um dos problemas deveria ser feita logo após o nascimento, agendado para a última quarta-feira.
“No entanto, dez dias antes, dei entrada na maternidade com sangramento e a cesárea foi feita no dia 15 passado. Mas, até agora, a cirurgia não foi feita e meu filho já está há 12 dias esperando por isso. Ele nasceu respirando bem, mas teve que passar a respirar com a ajuda de aparelhos depois de alguns dias e há dois, foi transferido para o varela, onde deve fazer a cirurgia ainda nesta sexta-feira. Vou esperar e confiar que vai dar certo”, disse.
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