Foto: Aeroporto de Guarulhos, São Paulo – Marcelo Camargo / Agência O Globo

Pilotos, comissários de bordo e funcionários que trabalham nos aeroportos prometem cruzar os braços por duas horas, das 6h às 8h, na próxima quarta-feira, dia 3, nos principais terminais do País, depois de não chegarem a acordo de reajuste salarial com as companhias aéreas. Segundo o comandante Adriano Castanho, presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), cerca de 300 voos serão impactados diretamente pela paralisação — o número equivale a 10% dos 3060 voos previstos no dia.

O movimento grevista foi definido depois de sete rodadas de negociação com as empresas terminarem sem acordo. A categoria, que tem data-base em 1º de dezembro, pede a reposição da inflação (11%) no salário. A última proposta feita pelas empresas previa a recomposição do índice inflacionário de forma escalonada, sendo 3% em fevereiro, 2% em junho e 6% em novembro, atingindo os 11% um mês antes da data-base de 2016.

— Além de quererem pagar parceladamente o índice, as empresas se negam a dar o reajuste de forma retroativa. E nossa data-base foi 1º de dezembro. Caso as companhias nos proponham o reajuste de 11% até amanhã às 18 horas, cancelamos a greve — disse Castanho, durante entrevista concedida nesta segunda-feira.

A paralisação ocorrerá nos aeroportos de Congonhas, Guarulhos, Santos Dumont, Galeão, Porto Alegre, Florianópolis, Curutiba, Brasília, Salvador, Recife e Fortaleza.

O vice-presidente do SNA, Rodrigo Spader, lembrou que a categoria reduziu sua proposta inicial, de reajuste de 15% sobre os salário para 11% ao ano.

— Infelizmente a categoria teve que adotar a atitude extrema de deflagrar uma greve — disse.

Em nota, o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) afirmou que as companhias aéreas promoveram o reajuste dos salários na data-base de dezempro pelo INPC nos últimos dez anos e que, nesse período, “foi concedido reajuste acima da inflação apurada, representando ganho real”. A entiade diz que em também houve ganho nas cláusulas sociais, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores.

Segundo o comunicado, seis propostas foram apresentadas, mas todas recusadas. O Snea menciona ainda o prejuízo líquido acumulado de R$ 9,4 bilhões de 2011 a 2014 para o setor de aviação comercial e destaca a perda de R$ 3,7 bilhões de janeiro a setembro de 2015, de acordo com dados da Anac.

O Globo

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