MACAÍBA RN-Fiern: decisão de manter juros é positiva, mas insuficiente
A decisão de manter a Taxa Básica de Juros (Selic) inalterada, tomada pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), é mais adequada do que uma opção pelo aumento, mas insuficiente para a retomada do crescimento. A avaliação é do presidente da Federação das Indústrias do RN (Fiern), Amaro Sales. Ele disse também, ao repercutir a decisão desta quarta-feira do Copom, que é essencial uma redução do custo do crédito no país.
O presidente da Fiern reafirmou que as empresas precisam de incentivos para que seja possível uma nova fase de desenvolvimento econômico e, para isso, a redução dos juros é um dos aspectos fundamentais.
Ao comentar a decisão do Copom, Amaro Sales, destacou ainda medidas que considera necessárias para o país voltar a crescer. “É preciso, primeiro, o combate à inflação, e, segundo, que os juros baixem”, disse. O presidente da Fiern lembrou que os financiamentos têm um custo elevado no país, o que significa um desestímulo aos investimentos.
“O governo federal tem possibilidade e ferramentas para incentivar o desenvolvimento, mas não tem conseguido, porque está em meio a um imbróglio político”, comentou o presidente da Federação das Indústrias.
As declarações de Amaro Sales repercutiram a decisão de quarta-feira do Copom. O Comitê não mexeu nos juros básicos da economia. Por seis votos a dois, o manteve a taxa Selic em 14,25% ao ano. A decisão surpreendeu alguns analistas, que esperavam aumento de 0,5 ponto percentual.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também se posicionou, em uma nota, sobre a decisão do Copom e sobre a atual conjuntura econômica. Para a CNI, a opção de não elevar a taxa básica de juros foi sensata, diante das cogitações anteriores que apontavam a chance de uma opção pelo aumento.
Para a CNI, diante da recessão da economia brasileira e das incertezas do cenário global, o Banco Central não poderia reajustar a Selic. A nota da Confederação também alerta para os riscos do descontrole inflacionário. “A indústria considera inaceitável a inflação de dois dígitos. Mas destaca que os aumentos recentes dos índices são resultado dos reajustes dos preços administrados, das expectativas negativas e da inércia inflacionária. Por isso, o uso da taxa de juros como único instrumento de controle da inflação é pouco efetivo e aprofunda a recessão”, ressalta o documento da CNI.
A Confederação afirma que a solução para a crise, o êxito no combate à inflação e o restabelecimento da confiança no país dependem da consolidação de um ajuste fiscal permanente, com mecanismos de controle efetivo dos gastos públicos, e de reformas que melhorem o ambiente de negócios e a produtividade das empresas. Entre as medidas inadiáveis, para a entidade, estão “a revisão da Previdência Social, a modernização das leis do trabalho, a redução da burocracia, a ampliação da infraestrutura e a simplificação dos tributos”.
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