ALTO DO RODRIGUES RN-Oposição diz que impeachment é caminho sem volta
BRASÍLIA – Lideranças da oposição avaliam que o acatamento do pedido de impeachment dos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Pachoal é o início do fim para a presidente Dilma Roussef, um caminho sem volta. A previsão é que a partir de agora haverá uma grande mobilização das ruas e fazem uma comparação com o processo de impeachment do ex-presidente Collor, que, entre a manifestação do 7 de setembro em que os caras pintadas foram para as ruas de preto, e a abertura do processo na Cãmara, no dia 29, foram 22 dias.
— As ruas vão se mobilizar naturalmente a partir de agora. O estopim foi aceso. Nós apoiamos o impeachment, que não é golpe, está previsto na Constituição e a peça que encaminhamos através dos juristas tem elementos muito consistentes para que a presidente Dilma seja processada. O que temos que decidir agora, de olho na sociedade, com muita serenidade e com amplo direito de defesa do governo, é se daremos um salvo conduto para que a presidente Dilma cometa crimes fiscais e eleitorais, ou se daremos ao País uma nova oportunidade de recuperar a credibilidade e governabilidade — disse o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG).
— Já vimos esse filme com Collor. A variável agora é a rua — disse o deputado Benito Gama (PTB-BA).
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O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO) disse que a decisão de Eduardo Cunha foi um gesto que terá um enorme impacto econômico e político nos próximos 45 dias. Mas depois dessa turbulência o País retomará seu caminho com mais tranquilidade.
— Viveremos agora dois momentos. No primeiro, haverá uma paralisia generalizada com recessão e mais demissões, ninguém sabe direito em que dimensões. Passado o pânico, o segundo momento será de recuperação da perspectiva do Brasil apresentar um plano de recuperação com Dilma fora, será resgatado o sentimento de credibilidade — avalia Caiado.
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Sobre a possibilidade de o vice-presidente Michel Temer ser empossado no lugar de Dilma, diante de um eventual impedimento, Caiado disse que as oposições vão assistir para se ele conseguirá debelar a crise em um governo de coalizão.
O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP) disse que a partir de agora o País passará por dois momentos fundamentais. Diz que partir de agora o impeachment está entregue ao plenário da Câmara e o Conselho de Ética continuará funcionando em sua plenitude, como vem funcionando até agora para votar o pedido de cassação de Eduardo Cunha.
— O fato de ele ter assinado o impeachment não tem nada a ver com o funcionamento do Conselho. Mas a maior responsabilidade agora é do povo na rua. Que a cidadania se mobilize e faça sua parte — disse Freire.
— Hoje é mais um dia histórico. Os desdobramentos estão acontecendo muito rápido agora. Outro fato histórico foi a prisão de um senador no exercício do cargo — disse a senadora Ana Amélia (PP-RS).
O deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) disse que agora é hora de a Câmara debater a Lei 1079 que trata do impeachment, diante da decisão da base de recorrer ao Supremo Tribunal Federal com um mandado de segurança para tentar barrar a deflagração do processo.
— Como gesto político acho que a decisão do Eduardo Cunha terá um grande impacto político e com certeza o governo não ficará parado. O fato relevante é que isso será resolvido. Não pode persistir a situação da presidente Dilma acuada. Agora ata ou desata — disse Miro Teixeira.
O vice-líder do PSDB, deputado Vanderlei Macris (SP) afirmou que a oposição discutirá a legitimidade dos juristas que apresentaram o pedido de impeachment e não a de Cunha:
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— Vamos discutir a legitimidade de quem apresentou o pedido, juristas de renome e sérios e não do presidente da Casa que está sob suspeita de ter cometido vários crimes.
O deputado Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS), titular do Conselho de Ética, afirmou que a decisão do presidente Eduardo Cunha em abrir o processo de impeachment contra Dilma Rousseff não altera seu voto a favor do afastamento do peemedebista no colegiado.
— Imagina. Não altera em nada meu voto no conselho. O PSDB nunca nos fez qualquer gestão ou ingerência sobre nosso posicionamento. O presidente da Câmara pode tentar tirar um pouco do foco do conselho, mas não muda nosso voto — disse Marchezan Júnior.
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