FOTOS IMAGENS-Polícia identifica vendedora de livros como terceira vítima do pintor em SP
02/10/2015 12h04 – Atualizado em 02/10/2015 12h22
Polícia identifica vendedora de livros como terceira vítima do pintor em SP
Corpo de Natasha dos Santos foi reconhecido pela arcada dentária.
Outros dois dos sete corpos encontrados já foram identificados.
A polícia identificou nesta sexta-feira (1º) o corpo da vendedora de livros Natasha Silva dos Santos. Ela é a terceira dos sete corpos encontrados enterrados na casa do pintor Jorge Luiz Morais de Oliveira, de 41 anos, na Favela Alba, na região do Jabaquara, Zona Sul de São Paulo. As informações são do SPTV. Os outros dois corpos já indentificados são de Carlos Neto Alves Júnior, de 21 anos, e da estudante carioca Renata Christina Pedrosa Moreira, de 33 anos. Quatro corpos ainda precisam ser identificados.
Segundo familiares, Natasha entregava livros didáticos a crianças e adolescentes da favela quando desapareceu em julho. Segundo a polícia, no entanto, uma amiga da vendedora afirmou em depoimento que a jovem foi até à casa de Jorge para comprar droga, seguindo a indicação de uma outra colega. O pintor nega que vendia qualquer tipo de entorpecente.
A família informou que Natasha costumava fumar maconha. Segundo o delegado Edilzo Correia de Lima, ela tem passagem pela polícia por crime de furto.
Amigos e familiares dela foram ao Instituto Médico-Legal (IML) e à delegacia prestar depoimento na tarde de quinta-feira (1º). Eles levaram fotos da jovem sorrindo para que a perícia compare a imagem dos dentes com as arcadas dos corpos não identificados. As amigas também observaram algumas roupas encontradas na casa do pintor, mas não reconheceram nenhuma delas como sendo de Natasha.
Novas buscas
O trabalho de escavações foi retomado nesta sexta-feira no imóvel da Favela Alba, na Zona Sul de São Paulo, próximo à casa do pintor, onde já foram encontrados sete corpos enterrados. Os peritos agoram querem saber se também há vítimas nessa área que era usada pelo pintor.
Uma retroescavadeira enviada pela Prefeitura de São Paulo será usada. A máquina tem maior alcance e poder de destruição em relação ao equipamento usado anteriormente. Ela será utilizada para concluir a demolição da construção existente no terreno. A estrutura dos fundos é mais alta e resistente, e a retroescavadeira que vinha sendo utilizada precisou ser substituída.
A companheira de Renata disse que as 27 radiografias que entregou para o Instituto Médico-Legal (IML) foram fundamentais para a identificação. A mulher sofreu um acidente há cinco anos e colocou pinos em duas partes do corpo. “Tinha uma placa de titânio no úmero e na clavícula e eu entreguei isso para o IML”, disse Louise Cerdeira. “Isso facilitou com que fosse rapidamente reconhecido o corpo dela.”
Na segunda (28), após o fim do trabalho da perícia, a mãe e a companheira de Renata compraram uma pá e uma enxada e entraram na casa do pintor em busca do corpo. Não encontraram, mas, além de objetos, acharam ossos e novos restos mortais que não haviam sido recolhidos pelos peritos. O corpo de Renata acabou localizado no dia seguinte.
Maria de Fátima Gomes Machado Pedrosa, mãe da estudante, conta que mora no Rio de Janeiro, mas desde o início do ano está em São Paulo em busca da filha que desapareceu em janeiro deste ano.
(Foto: Arquivo Pessoal)
Renata era carioca, mas morava em São Paulo com a companheira Louise em um apartamento próximo à favela onde vivia o pintor. A mãe disse que ela era usuária de drogas e costumava frequentar a comunidade para comprar entorpecentes. O último sinal do celular da estudante, inclusive, foi de dentro do local.
Maria de Fátima afirmou que, em um dos dias que procurava pela filha na região, chegou a cruzar com Jorge Luiz. “Eu deparei com esse homem, mostrei fotos da minha filha pra ele. Falou que não conhecia.”
Outros corpos
Além de Renata, a polícia já identificou o corpo de Carlos Neto Alves Júnior, um vizinho do pintor. Quatro cadáveres ainda não foram identificados.
Outros parentes de desaparecidos na região foram à delegacia em busca de pistas, mas não encontraram nada. Roupas e os objetos encontrados na casa do suspeito e no terreno onde ele e outras pessoas consumiam drogas foram apreendidos e apresentados aos parentes.
Outra foto mostrada para o pintor na delegacia foi a de Andréia Gonçalves Leão, de 20 anos, conhecida por Baianinha, que, assim como ele, era moradora da favela Alba. Segundo a polícia, o pintor também disse que a matou, mas ele não ligou os nomes das duas mulheres com as fotos.
A polícia quer saber quem são as outras vítimas e está chamando parentes de uma lista de cerca de 30 pessoas desaparecidas na região do Jabaquara.
Segundo a polícia, o pintor também declarou, durante o interrogatório, ter matado uma mulher chamada Paloma Aparecida dos Santos, de 21 anos. Jorge Carrasco, delegado da 2ª Seccional-Sul, disse que “nós temos que individualizar esses corpos que foram encontrados, saber de quem são e traçar um perfil, saber o que ocorreu realmente nessa comunidade e que veio acontecer esse fato, essa atrocidade.”
Pelo menos duas pessoas procuraram a polícia nesta quinta-feira (1º) e disseram também ser vítimas de crimes cometidos pelo pintor. Segundo o delegado Jorge Carrasco, elas foram ao 35º Distrito Policial para prestar depoimento. Uma delas disse ter sido estuprada e, a outra, roubada. Os casos também serão investigados.
O pintor tem longa ficha criminal. Ele ficou preso 17 anos e 9 meses por dois homicídios em 1994 e 1995, se envolveu em rebelião de presos, e também respondeu criminalmente por sequestro, cárcere privado e formação de quadrilha. Ele deixou a cadeia em 7 de novembro de 2013.
Descubra mais sobre Blog do Levany Júnior
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.
Comentários com Facebook