Rio de Janeiro; Família faz festa no aeroporto do Rio para volta de cariocas do Nepal
As famílias das cariocas Monique Corrêa Santos e Danielle Sulamita Pio preparam uma festa para receber as amigas no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim (Galeão), na Ilha do Governardor, na tarde desta quarta-feira (29). Os parentes chegaram por volta 14h e vestiam camisas com foto das amigas.
A previsão inicial era de que Monique e Danielle chegassem ao Rio por volta das 14h30, mas de acordo com o painel da Infraero no aeroporto, o pouso foi às 14h50.
A dupla viajava pelo Nepal, na Ásia, quando um terremoto de 7,8 graus na escala Richter atingiu o país e deixou mais de 5 mil mortos. Foi o abalo mais violento no local em 80 anos.
Mãe de Danielle, Marinez Pio se disse muito “orgulhosa”, mas brincou que a filha está proibida de viajar de novo. “É maravilhoso poder abraçá-la e agarrá-la novamente. Eu sou cristã e tinha certeza que ela estava viva. Ficamos apreensivos, mas eu tinha uma paz no coração. Ela gosta de flores, por isso eu trouxe margaridas para ela. E ela está proibida de viajar tão cedo. Pelo menos até eu me esquecer desta história.”
O pai de Monique, Ronaldo Cardoso Santos, prometeu muito carinho no retorno da filha. “Agora é abraçar, chorar e festejar. Tem um bolo e uma festa lá em casa esperando por elas.”
Roupas doadas
Segundo o irmão de Monique, Ronaldo Correa, elas doaram as roupas que tinham levado para as vítimas. “Elas estão voltando sem bagagem. Só com a roupa do corpo, relógio e celular.”
A irmã de Danielle disse que, apesar do susto, tinha certeza de que a irmã estava bem. “Em nenhum momento achei que ela fosse morrer. Fiquei apreensiva, mas tinha certeza de que ela ia voltar. É muito bom poder beijá-la e abraçá-la de novo”, afirmou.
Brasileiras ajudaram feridos
De acordo com a família, Monique, que é fisioterapeuta, e Danielle, que é médica, chegaram a ajudar alguns feridos do acidente. “É um orgulho saber que elas foram úteis de alguma maneira. Que mesmo em um momento de dor, elas não pensaram somente nelas”, disse Ronaldo.
Monique e Danielle ficaram em um acampamento improvisado no Aeroporto de Katmandu antes de voltar para o Brasil nas próximas horas. Ainda no Nepal, elas contaram os momentos de terror que passaram com o terremoto que atingiu magnitude de 7.8.
“A gente não sabia o que estava acontecendo. Demoramos a perceber que era um terremoto. Não sabíamos que era um ataque aéreo. Os prédios caíam e a fumaça subia. Foi horrível”, contou Danielle.
Monique também demorou a perceber o que estava acontecendo. “No início, foi um leve tremor e eu pensei que era um trem. Depois, tudo começou a cair e a fumaça começou a subir. Nós corremos e a gente começou a correr. Pensamos que era um ataque aéreo. Até sabermos que era um terremoto demorou um pouco”.
Terremoto
O tremor que atingiu o país deixou mais de 5 mil mortos, segundo balanço das autoridades locais. O terremoto de 7,8 graus, o mais violento dos últimos 80 anos no país, provocou vários tremores secundários e diversos deslizamentos no monte Everest, onde 18 pessoas morreram no início da temporada de alpinismo.
A força do terremoto foi sentida também em Bangladesh, Índia, China, Paquistão e no Monte Everest. O tremor ocorreu às 3h11 (de Brasília), a 77 km ao noroeste de Katmandu e a 15 km de profundidade. Outras quatro réplicas menores atingiram o país logo após o terremoto mais potente.
O Itamaraty afirmou que não há, até o momento, informações sobre brasileiros mortos e disponibilizou o telefone (61) 8197-2284 para as famílias em busca de informações.
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