PENDÊNCIAS RN-Cunha, sobre nomeação de Henrique: “Não cabe a mim nomear ou demitir ministro”


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Ciro Marques

Repórter de Política

Confusão, corre-corre e protestos. Assim foi marcada a sessão da Câmara Itinerante na Assembleia Legislativa da Paraíba, em João Pessoa, realizada na manhã de hoje e com a presença do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), e dos deputados federais Rafael Motta (PROS/RN) e Hugo Motta. E o evento, que deveria debater a reforma política e o pacto federativo, acabou sendo mais um episódio da batalha entre os “aliados” PMDB e PT.

Tendo corrido para esse tema, nada mais normal que Eduardo Cunha comentar a novela na nomeação de Henrique Eduardo Alves, do PMDB do RN, para a gestão Dilma Rousseff, do PT. E com toda a simpatia, Cunha respondeu: “Não sou presidente da República. Não cabe a mim nomear ou demitir ministro”.

Cunha, claro, não se limitou a dizer isso. Descartou as especulações que atribuíam a nomeação de Henrique ao clima de tranqüilidade da bancada peemedebista na Câmara dos Deputados, porque, segundo o presidente, o partido não pleiteia cargos.

“Não vejo que a bancada do PMDB pleiteia cargos. Henrique é um grande nome dos quadros do partido e que está inserido num processo político que ele já deveria ter sido (nomeado) quando foi feita a composição do ministério”, avaliou Cunha. “Não foi nomeado por outros motivos, porque estava esperando qualquer tipo ou não de abertura de processo contra ele. À medida que não houve, é natural que ele venha ao local que ele estava predestinado”, acrescentou.

Cotado para ser ministro da gestão Dilma desde que foi derrotado na disputa pelo Governo, Henrique precisou aguardar a lista de investigados da Procuradoria-Geral da República para poder sonhar, realmente, em virar ministro. A partir daí, então, passou a esbarrar em outra barreira: o desinteresse da presidente da República em torná-lo membro de um ministério e a falta de espaço dentro do próprio partido, conforme noticiou a imprensa nacional.

O Ministério do Turismo, que Henrique poderia ocupar, já era de um aliado político do presidente do senado, Renan Calheiros, que não aceitou trocá-lo pelo potiguar. Integração nacional, relações institucionais e até Infraero também foram cotadas como destino para o ex-presidente da Câmara, mas nunca confirmados.

Questionado sobre isso, essa novela sobre o destino de Henrique, Cunha repetiu que não é presidente da República e reafirmou a máxima do PMDB. “O partido não está preocupado com cargos, e sim em votar medidas importantes para o Brasil”, disse.

Deputado é chamado de ladrão e reage: “PT não vai constranger PMDB”

O evento na manhã de hoje na Capital Paraibana tinha o mesmo objetivo do que é realizado agora a tarde, em Natal: discutir reforma política e pacto federativo. Contudo, a série de protestos e gritaria no plenário, aliada à falta de segurança dentro da Assembleia Legislativa da PB, impediram que o debate transcorresse como o imaginado. E acabou sendo mais um motivo para Cunha criticar o PT.

“A Câmara dos Deputados está aberta ao diálogo, agora (os manifestantes) querem a baderna, aí é uma questão política e o PT não vai constranger o PMDB pelo Brasil. O PMDB não vai aceitar ser constrangido”, afirmou o presidente da Câmara, em coletiva ao final da sessão, que acabou mais cedo devido aos protestos e a ausência de polícia.  “Não há segurança aqui”, disse Cunha.

A sessão na ALPB começou por volta das 9h, mas teve que ser suspensa uma vez por conta do ingresso forçado de manifestantes da CUT e do movimento LGBT, que adentraram as galerias da Casa gritando “fora, Cunha” e “ladrão” o tempo todo, os manifestantes abafaram as vozes de diversos deputados que tentaram falar no plenário. Cunha nem tentou e, antes das 11h, saiu da sessão, alegando falta de segurança.

Os protestos, porem, para Eduardo Cunha, foram meramente políticos e orquestrados pelo PT. “Estamos abertos ao diálogo. O que não podemos aceitar é que aqueles que têm muito a se explicar para a sociedade ajam como donos da sociedade”, criticou Cunha, se referindo ao envolvimento petista em escândalos como a Operação Lava Jato.

Por isso,  inclusive, o presidente afirmou que a CPI que apura o caso na Câmara dos Deputados deverá encontrar um escândalo ainda maior. “Certamente o relatório vai apontar um escândalo muito maior que o já divulgado até agora”.

É importante lembrar que, apesar do clima de guerra entre PT e PMDB, oficialmente, os dois são aliados. Tanto que a presidente Dilma nomeou Michel Temer, vice peemedebista, para cuidar da articulação política. Questionado sobre o que o vice poderá pensar dessa postura de Cunha, este responde: “Pergunte a ele”.

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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