Natal RN; Hermano quer ser o candidato do PMDB contra a reeleição de Carlos Eduardo Alves
Joaquim Pinheiro
Repórter de Política
O PMDB não deve aderir a gestão Carlos Eduardo Alves (PDT) em Natal, porque isso inviabilizaria qualquer possibilidade de candidatura própria do partido em 2016. É isso que o deputado estadual Hermano Morais, presidente do Diretório Municipal peemedebista, acredita ao analisar as últimas notícias que tratam do ingresso da sigla na base de apoio do atual prefeito. Em contato com O Jornal de Hoje, Hermano não só voltou a defender a candidatura própria, como disse ainda que está disponível para ser mais uma vez o candidato do partido contra Carlos Eduardo – assim como foi em 2012.
Segundo Hermano, “o PMDB sofreu um revés recentemente e é hora de fortalecermos o partido com uma candidatura própria”, se referindo à derrota sofrida por Henrique Eduardo Alves na disputa pelo Governo do Estado no ano passado.
Sobre a possibilidade de aderir a gestão Carlos Eduardo, assunto muito comentado nos últimos dias, Hermano mostrou-se contra a participação do PMDB na atual administração municipal. “O PMDB pode colaborar de outra maneira. Entendo que participando do governo municipal prejudica qualquer projeto de futuro para o PMDB. Não seria importante para o partido”, ressaltou, voltando a insistir na tese de que candidatura própria fortalece a legenda.
Diante das notícias sobre a adesão do PMDB ao governo Carlos Eduardo, os vereadores peemedebistas Ubaldo Fernandes e Bertone Marinho foram taxativos em defender a candidatura própria do partido em 2016, colocando como potenciais candidatos tanto Hermano, como o deputado federal Walter Alves.
Já Walter, também ouvido pel’O Jornal de Hoje na semana passada, afirmou que não era o momento de falar sobre a eleição de 2016 e, assim como Hermano, acrescentou que o partido precisava ajudar Natal, mas não indicando cargos para o Executivo – uma vez que isso seria a oficialização da adesão peemedebista a gestão Carlos Eduardo.
INTENSIFICAR O DIÁLOGO
Hermano Morais defendeu que a partir de agora o diálogo com integrantes do partido seja intensificado, não só as principais lideranças do PMDB, mas com vereadores e filiados do partido para que se chegar a um consenso internamente. Outra etapa a ser cumprida, no entendimento do pré-candidato a prefeito de Natal são as alianças políticas.
“Deverão existir várias opções. Vamos conversar e dialogar, porque daí virão novas ideias, propostas, alternativas e composições políticas. O PMDB está aberto para discutir. É natural que quem tem afinidade se agrupe numa proposta de governo. Pela história do PMDB defendo uma chapa forte e competitiva”, disse Hermano Morais.
ATUAL ADMINISTRAÇÃO
Ao analisar a atual administração o deputado Hermano Morais afirmou: “Carlos Eduardo conseguiu reorganizar alguma coisa depois de receber uma prefeitura destroçada, mas existem muitas reclamações por parte da população em setores básicos como saúde e mobilidade urbana. Faltam projetos inovadores. A gestão poderia estar melhor. Natal poderia estar melhor”.
Felipe Alves descarta ser líder do prefeito na Câmara
Por falar na relação PMDB e gestão Carlos Eduardo, o vereador Felipe Alves (PMDB), informou na manhã de hoje que não recebeu convite nenhum para ser o novo líder do prefeito na Câmara Municipal de Natal e, se for convidado, se fosse convidado, não aceitaria, em razão das inúmeras atividades que exerce na condição de presidente da Comissão de Justiça, líder do PMDB na Casa e o desempenho no exercício do seu mandato.
É bem verdade que o rompimento de Júlio Protásio com o governo pode ter acontecido num momento ruim da relação entre PMDB e Carlos Eduardo. E pela segunda vez, destaca-se. Afinal, em 2013, quando Júlio renunciou pela primeira vez ao posto, Felipe Alves era “independente” e não pertencia a base aliada. Consequentemente, não era nem cotado para o cargo.
No mês passado, diante das conversas antecipadas entre Henrique Eduardo Alves, Garibaldi Alves Filho (PMDB) e Carlos Eduardo tratando da adesão peemedebista a gestão municipal, Felipe Alves talvez até tivesse mais condição de assumir a liderança. Contudo, agora, diante das críticas públicas de Hermano, que é presidente do Diretório Municipal, mas não participou dessas negociações sobre adesão, o ingresso peemedebista ao governo ficou ameaçado e, mais uma vez, Felipe Alves voltou à condição de “independente” na Casa. “Prefiro minha independência”, garantiu ele.
Felipe Alves preferiu dizer que não tem “opinião formada” sobre a possibilidade de adesão do PMDB a gestão do PDT em Natal. Segundo ele, esse é um assunto que ainda carece de discussão no Diretório Municipal do partido – foi tratado apenas pelo Estadual, comandado por Henrique.
“Entendo que esse assunto deva ser discutido com profundidade após o carnaval. Temos que ouvir todos os integrantes da Executiva Municipal e suas principais lideranças como o senador Garibaldi Filho e Henrique Eduardo, para decidir”, disse Felipe Alves.
Questionado sobre sua posição nas votações em plenário, Felipe Alves afirma: “estou votando com o governo em projetos que considero bons para a cidade. Cito como exemplo, a gestão democrática nas escolas que considero importante. Cada matéria analiso criteriosamente e voto de acordo com minha consciência”.
O vereador do PMDB concluiu opinando sobre o tema candidatura própria para prefeito de Natal: “no momento oportuno deve-se decidir sobre esse assunto. Entendo que se houver viabilidade eleitoral o PMDB deve sim, ter candidato à Prefeitura de Natal. Defendo que sejam feitas reuniões para discutir e decidir sobre esse assunto”. (JP)
Júlio: “Se for chamado, é para ajudar a escolher novo líder”
O prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT), deverá ter que se esforçar um pouco mais se quiser ter de volta o vereador Júlio Protásio (PSB) no posto de líder do Executivo na Câmara Municipal de Natal. Em contato com O Jornal de Hoje pela manhã, o parlamentar, que renunciou nesta segunda-feira ao posto, disse que não foi convidado, mas se for, deverá ser para ajudar o novo líder.
“Acho que minha participação, se chamado, é para ajudar o governo (municipal) a encontrar um novo líder”, afirmou Júlio Protásio, dizendo que não pode descartar voltar a liderança porque não houve qualquer convite até o momento por parte do prefeito – na manhã de hoje, alguns jornais apontaram que Carlos Eduardo convidaria Júlio a repensar a ideia.
É importante lembrar que, em 2013, quando renunciou da primeira vez ao posto, Júlio Protásio acabou sendo novamente convidado por Carlos Eduardo, depois de cerca de um mês, e aceitou o convite. Para isso, porém, a Prefeitura teve que atender a alguns pleitos do parlamentar, como a reabertura do posto de saúde do Jiqui e o fim do programa Proeduc, uma das bandeiras de Protásio.
Agora, além do Proeduc, Júlio Protásio também cobra a implantação do projeto de lei dele aprovado ainda na legislatura passada, que disciplina o trânsito de caminhões na capital do Estado. A matéria, sancionada no início do governo Carlos Eduardo, ainda não é uma realidade pela falta de regularização da Secretaria de Mobilidade Urbana (STTU).
INDICAÇÕES
É importante lembrar que, nesta segunda-feira, quando anunciou a renúncia, Júlio Protásio sugeriu como nomes para novos líderes os vereadores Felipe Alves, que já recusou, e Júlia Arruda, do PSB. (CM)
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