Alex Viana

Repórter de Política

A deputada federal Fátima Bezerra (PT) disse, na manhã desta terça-feira, que o palanque derrotado nas urnas deste domingo, em Mossoró, da candidata Larissa Rosado (PSB), “é o mesmo arquitetado para eleições de outubro” em torno da candidatura do deputado federal Henrique Alves (PMDB) a governador e da vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria (PSB), ao Senado.

A petista acredita que a derrota de Larissa “não tem outra explicação que não seja a rejeição à aliança que se formou em torno dela e a ligação com a chapa que está sendo montada para as eleições gerais de 2014″. Confira a entrevista:

O Jornal de Hoje – Que avaliação faz do resultado da eleição suplementar em Mossoró?

Fátima Bezerra – A eleição suplementar de Mossoró precisa ser avaliada pelo menos sob dois aspectos. A aprovação do prefeito Francisco José Júnior, que nesse pouco tempo que está à frente da gestão provou ter capacidade de administrar. E sob o aspecto político, o sentimento de renovação. Tanto Francisco José quanto Luiz Carlos são de origem popular e não vêm das oligarquias e da tradição político-familiar forte. A vitória expressiva de Francisco e Luiz traduz um recado claro: o povo está cansado da mesmice e da velha política. Eu já tinha cantado essa pedra.

JH – Acha que esse resultado é bom para a aliança estadual?

FB – Claro. Negar que a eleição de Mossoró guarda total relação com as eleições de outubro é querer tapar o sol com a peneira. É evidente que o reconhecimento popular em torno da aliança protagonizada pelo PSD e PT em Mossoró fortalece a nossa luta a nível estadual. O tamanho da vitória de Francisco José Junior faz com que a eleição de Mossoró tenha uma forte simbologia. Além disso, é preciso considerar que o palanque derrotado é o mesmo que está sendo arquitetado para a disputa de 2014. Alguns vão querer minimizar as evidentes consequências políticas e eleitorais do resultado do pleito, mas é real afirmar que esse desejo de mudança terá reflexo nas eleições gerais de outubro. Afinal, nós estamos falando do segundo colégio eleitoral do RN. É preciso levar em conta essa realidade.

JH – A derrota de Larissa é a derrota de Henrique e Wilma em Mossoró?

FB – Se você analisar que na última eleição realizada há pouco mais de um ano a deputada Larissa, aliada ao PT, recebeu algo em torno de 47% dos votos e que nesse período nada aconteceu que a desabonasse ao ponto dela ver esse capital eleitoral desidratar-se, a não ser a mudança do seu palanque, então você não tem outra explicação que não seja a rejeição à aliança que se formou em torno dela e a ligação com a chapa que está sendo montada para as eleições gerais de 2014.

JH – A vitória estimula a aliança estadual PT/PSD?

FB – Antes de tudo quero parabenizar a população de Mossoró pelo comparecimento às urnas e dizer que o fato do PT ocupar a Vice Prefeitura aumenta ainda mais a nossa responsabilidade para com a cidade. Junto com o vice-prefeito e a presidenta Dilma nosso mandato não medirá esforços para ajudar o prefeito Francisco José a realizar uma gestão democrática, transparente, proba, inclusiva e moderna. Mossoró merece viver tempos de paz, de desenvolvimento, de alargamento e avanços da conquista da cidadania. Do ponto de vista político-eleitoral é evidente que a vitória em Mossoró nos dá muito mais confiança de que o povo quer mudar a história política desse estado. E, portanto, nós do PT e do PSD estamos caminhando em sintonia com o sentimento popular. Hoje, nós todos acordamos muito mais estimulados. O grito de liberdade do eleitor mossoroense, o sentimento de renovação, vão ter eco por todo o RN.

Oposicionistas indicam coordenadores para a campanha eleitoral

Integrantes da chapa majoritária oposicionista, Henrique Eduardo (candidato a governador) e Wilma de Faria (candidata à senadora), além do senador Garibaldi Filho, reuniram-se com deputados estaduais para discutir encaminhamentos e estratégias políticas para o pleito deste ano. Inicialmente ficou acertado que a campanha terá três coordenadorias, ocupadas pelo prefeito Benes Leocádio, representando o PMDB, Genildo Pereira, do PSB e Paulo Emídio, ex-prefeito de São Fernando, indicado pelo PR. Na oportunidade, foi solicitado aos deputados um diagnóstico político de cada região para detectar possíveis divergências como acontece em Parnamirim, por exemplo, onde o prefeito Maurício Marques, do PDB, apoia Henrique Eduardo, mas não vota na candidata à senadora Wilma de Faria. Questionado sobre esse assunto o deputado Tomba Farias, do PSB, minimizou afirmando não existir preocupação nesse sentido. “No Trairi, os prefeitos estão unidos para votar na chapa integralmente”, disse ele.

Segundo uma fonte próxima ao PSB, ficou acertado também, a realização de encontros programáticos regionais para discutir o programa de governo que será elaborado sob a responsabilidade do assessor do ministro Garibaldi Filho, engenheiro Jaime Mariz. Ainda na reunião desta segunda-feira pela manhã no Hotel Imirá, ficou decidido que a data das convenções partidárias será 27 de junho em local ainda a ser definido. Os partidos, PMDB, PSB e PR farão suas convenções para em seguida reunirem-se num grande encontro para homologação da aliança majoritária que terá Henrique Eduardo como candidato a governador, João Maia na condição de vice e Wilma disputando o Senado.

A reunião contou com as presenças dos deputados Walter Alves, Ezequiel Ferreira, Nelter Queiroz e Gustavo Fernandes, do PMDB, Ricardo Motta, Gustavo Carvalho, Raimundo Fernandes e Vivaldo Costa, do PROS, George Soares, do PR, Márcia Maia e Tomba Faria, do PSB e Kelps Lima, do Solidariedade. (JP)