FOTOS IMAGENS -Falsa biomédica fez aplicação em seu próprio bumbum, diz advogado
O advogado Tadeu Bastos, que representa a falsa biomédica Raquel Policena Rosa, de 27 anos, disse ao G1 que ela fez uma aplicação em si própria para aumentar o bumbum. De acordo com o defensor, o produto usado pela mulher teria sido hidrogel. Raquel, que é investigada pela morte da ajudante de leilão Maria José Brandão, de 39, um dia após sumbeter-se a um procedimento nas nádegas, está presa numa cela do 14º Distrito Policial de Goiânia.
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“Ela aplicou em si mesma para depois fazer [o procedimento] nas outras mulheres e nunca teve nenhum problema”, disse. O advogado não soube informar quando Raquel realizou o procedimento e negou que ela trabalhasse com outros produtos, como silicone industrial. A hipótese foi levantada pela polícia em virtude dos problemas de saúde alegados pelas mulheres que se submeteram a técnica e procuraram a delegacia.
Raquel foi presa na quinta-feira (13) na casa onde mora, em Catalão, região sudeste de Goiás. A delegada Myrian Vidal, responsável pelo caso, disse que pediu a prisão preventiva da mulher à Justiça porque, mesmo sendo investigada, ela planejava voltar a realizar os procedimentos.
“Ela [Raquel] teria dito a algumas mulheres que faria o retoque assim que a poeira abaixasse e que a mídia deixasse de falar do assunto”, revelou.
Depressão
Bastos disse que Raquel está “apreensiva e desanimada” com a prisão. De acordo com ele, a falsa biomédica também estaria doente. “Ela está com depressão por causa de tudo que está acontecendo. Chegou a ficar internada por alguns dias nessa semana”, afirmou.
O advogado foi até a delegacia para levar um medicamento de tarja preta para a cliente, além de produtos de higiene pessoal. Ele afirmou que sua cliente é inocente. “Não existe elementos para que ela esteja presa, nada configura a materialidade do crime”, destacou.
Catalão (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Segundo a polícia, Raquel deve prestar depoimento na manhã da próxima segunda-feira (17), no 14º DP. Na primeira vez que foi ouvida, no último dia 3, quando ainda estava em liberdade, ela afirmou que não errou ao fazer o procedimento em Maria José.
Outros investigados
Além de Raquel Policena a polícia também investiga se o namorado dela, o professor de idiomas Fábio Justiniano Ribeiro, de 33 anos e uma mulher do Rio de Janeiro, identificada como Thaís Maia, também teria participado das aplicações para aumentar o bumbum das mulheres.
A Polícia Civil passou a investigar o homem após encontrar áudios no celular da vítima, nos quais a falsa biomédica relata a presença do companheiro durante as sessões. Na troca de mensagens, Raquel tenta acalmar a vítima e diz que o inchaço que ela estava sentindo em uma das nádegas iria sumir. “Fica tranquila, ele vai assentar, vai ficar por igual os dois lados. É assim mesmo, porque a minha mão é mais pesada que a do Fábio [namorado] e a minha massagem é um pouco mais forte, um pouco mais intensa”.
Durante depoimento prestado na última segunda-feira (10), Fábio disse que não participou das aplicações feitas pela namorada. “Ele confirmou estar com ela em todos os procedimentos, mas nega ter participado das aplicações. Só no caso da Maria José é que ele disse ter feito uma massagem nos glúteos dela, mas isso contraria o depoimento do filho da vítima, que afirma ter visto ele fazendo o procedimento. Mas já temos até fotos que mostram ele durante as aplicações”, informou a delegada.
Já Thaís Maia, que se identificava como médica, teria vindo a Goiânia para realizar alguns dos procedimentos junto com Raquel. A participação dela foi relatada por pacientes da falsa biomédica. Segundo Vidal, a polícia ainda procura a mulher para que ela preste depoimento sobre o caso em Goiânia ou no Rio de Janeiro, por meio de carta precatória. Também é apurado se ela realmente é médica.
bumbum (Foto: Aracylleny Santos/ Arquivo Pessoal)
“A Thaís realiza esse procedimento há 10 anos em Goiás, no Rio de Janeiro e no Distrito Federal. Acredito que chegam a centenas ou até milhares os números de mulheres que já se submeteram a esse procedimento”, disse.
Morte
Maria José morreu no último dia 25, um dia depois de fazer a segunda aplicação de hidrogel no bumbum, em uma clínica de Goiânia. Após se sentir mal, ela foi internada no Hospital Jardim América, em Goiânia, e morreu na madrugada seguinte, com suspeita de embolia pulmonar.
Em áudios conseguidos com exclusividade pela TV Anhanguera, Maria relatou a Raquel que sentia dor no peito e falta de ar. É possível notar que a paciente estava ofegante e fraca, mas a responsável pela aplicação descartou riscos e orientou a vítima a comer “uma coisinha salgada”.
Momentos depois, Maria José encaminhou uma mensagem escrita dizendo: “Tenho medo de AVC [Acidente Vascular Cerebral]. Minha mãe morreu cedo disso”.
Nesse momento, Raquel deu uma risada e descartou a possibilidade de paciente sofrer do problema. “AVC não dá falta de ar não. AVC é no cérebro, não dá falta de ar. Pode ficar tranquila. Você fuma? Alguma coisa assim? Você costuma praticar atividade física? Pode ficar tranquila que tem a ver com a tensão, não tem nada”, salientou.
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