Guamaré RN; Vaticano diz que gays têm ‘dons e atributos’ a oferecer à Igreja
Foto: Gregorio Borgia/AP Photo
CIDADE DO VATICANO – Em uma grande mudança de tom, um documento publicado pelo Vaticano nesta segunda-feira diz que os homossexuais têm “dons e atributos para oferecer” e questiona se o catolicismo poderia aceitar gays e reconhecer os aspectos positivos de casais do mesmo sexo.
O documento, elaborado após uma semana de discussões em uma reunião de 200 bispos do Síndodo Extraordinário sobre a Família, diz que a Igreja deve se desafiar a encontrar “um espaço fraterno” para os homossexuais, sem comprometer a doutrina católica sobre o casamento e a família.
Embora o texto não indique qualquer alteração na condenação de atos homossexuais ou a sua oposição ao casamento gay, ele usa uma linguagem menos grave e mais compassiva do que documentos anteriores do Vaticano sob outros Papas.
“Os homossexuais têm dons e atributos para oferecer à comunidade cristã: somos capazes de acolher essas pessoas, garantindo mais espaço em nossas comunidades, muitas vezes eles querem encontrar uma igreja que oferece uma casa aconchegante”, diz o texto.
“Nossas comunidades são capazes de provar que, aceitando e valorizando a sua orientação sexual, sem comprometer a doutrina católica sobre o casamento e a família?”, quetionou o documento, conhecido em latim como “relatio”.
John Thavis, o especialista em Vaticano e autor do livro best-seller 2013 “Os Diários do Vaticano”, descreveu o documento como “um terremoto” na atitude da Igreja em relação aos gays.
– O documento reflete claramente o desejo do Papa Francisco a adotar uma abordagem pastoral mais compassivo em questões de casamento e família – disse ele.
Vários participantes na reunião a portas fechadas afirmaram que a Igreja deveria amenizar sua linguagem condenatória em referência aos casais gays e evitar frases como “intrinsecamente desordenados” ao falar sobre os homossexuais.
Essa foi a frase usada pelo ex-papa Bento XVI em um documento escrito antes de sua eleição, quando ainda era o cardeal Joseph Ratzinger e chefe da Congregação para a Doutrina da Fé.
A linguagem do documento lido na presença do Papa Francisco parecia mostrar que os defensores de tinha prevalecido um tom mais compassivo para com os homossexuais e católicos chamados de “situações irregulares”.
O texto indica que 1,2 milhão de membros da Igreja deveriam ver o desenvolvimento de sua posição sobre os homossexuais como “um importante desafio educacional” para a instituição global.
O Globo
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