Liderando as pesquisas de intenção de voto para governador do Rio Grande do Norte durante toda a campanha, o candidato do PMDB, Henrique Alves, não conseguiu concretizar a vitória neste dia 5 de outubro, ficando com 47,34% dos votos válidos – precisava de 50% dos votos válidos mais um. Ele enfrentará, no próximo dia 26, o candidato do PSD, Robinson Faria, que conquistou 42,04% dos votos válidos. “Agora, é arrumar o time, para entrar no segundo tempo do jogo, que é o segundo turno”, afirmou Henrique, em entrevista concedida à imprensa após a proclamação do resultado, ainda na noite deste domingo.

Henrique teve 702.196 votos, contra 623.614 de Robinson. O peemedebista contabilizou 78.582 a mais que o vice-governador. Entretanto, longe de atribuir a realização de segundo turno ao desempenho de Robinson, Henrique justificou a eleição em dois turnos graças à performance do candidato Robério Paulino, do PSOL, que teve 129.616, ou 8,74%  dos votos válidos. Para o presidente da Câmara dos Deputados, a expressiva votação de Robério se deve a escolha dos eleitores indecisos.

“Vejo o resultado com naturalidade. Os votos dos indecisos, na reta final, foram para o candidato do PSOL. Nossa diferença para o segundo colocado – Robinson -foi superior a 70 mil votos. Tivemos uma votação muito expressiva. Tenho que agradecer e começar logo a campanha no segundo turno”, declarou, em rápida conversa com jornalistas.

ESTRATÉGIA

Dentro da estratégia de Henrique para o segundo turno, consta priorizar o exército aliado, evitando a dispersão. Ele pretendia se reunir ainda hoje com correligionários, vencedores e derrotados da coligação liderada por ele, para solicitar empenho nessa segunda fase eleitoral. “Vamos conversar, parabenizar os que se elegeram, dar um abraço aos que não se elegeram, mas que lutaram, ficaram na suplência de deputado estadual ou federal, mas que foram parceiros. Agradeço a todos eles. Agora, é arrumar o time, para entrar no segundo tempo do jogo, que é o segundo turno”, disse.

Sobre a derrota da sua parceira na disputa por cargos majoritários na eleição deste ano, a vice-prefeita de Natal Wilma de Faria (PSB), Henrique considerou de “certa lógica política”. Disse que a surpreendente vitória de Dilma Rousseff (PT) com consequente queda de Marina Silva (PSB) beneficiou a candidata do PT ao Senado, Fátima Bezerra, prejudicando Wilma de Faria.

“Acho que tem certa lógica política. Wilma vinha bem, quando tinha Eduardo Campos candidato a presidente da República. Com a tragédia que houve, a ascensão de Marina manteve a posição de Wilma aqui muito consolidada. Mas com a derrota de Marina, quem poderia imaginar que Marina não iria nem para o segundo turno…, Wilma, que vinha pontuando com empate técnico com a candidata do PT, com a derrocada de Marina e o crescimento de Dilma aqui, beneficiou a candidata do PT”.

A expectativa do peemedebista é quanto à participação efetiva de Wilma no segundo turno. Apesar de ter perdido o Senado para Fátima, Wilma é uma peça importante na eleição em segundo turno. Ela contabilizou 636.896 votos, 171.159 votos a menos que Fátima, que teve 808.055 votos. “A derrota de Wilma tem uma explicação lógica e natural. Conversei com ela (ontem), vamos conversar amanhã (hoje), retomar as coisas. Com otimismo, vontade e consciência, para a grande vitória no dia 26 de outubro”, destacou Henrique.

Henrique descarta apoio de Robério

Alvo maior da campanha dura do candidato do PSOL, Robério Paulino, que o acusou de representar o que há de mais atrasado na política norte-rio-grandense, Henrique Alves deu mostras, ontem, na entrevista coletiva que concedeu à imprensa, que não irá, sequer, tentar atrair o apoio de Paulino, que teve 129.616 votos, ou 8,74% dos votos válidos.

Instado a dizer se irá procurar o candidato do PSOL, Henrique negou e disse que irá priorizar os candidatos vencedores e vencidos da sua coligação. “Vamos Conversar com os nossos, com os que ganharam e os que não conseguiram ganhar. Dar os parabéns aos vencedores, e a solidariedade aos que perderam. Por muito pouco não ganhamos no primeiro turno. Mas é um