Família de grávida desaparecida tentou impedir aborto
Corpo que seria de grávida desaparecida foi encontrado carbonizado e sem arcada dentária
A polícia investiga se um corpo encontrado no dia 27 de agosto em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, pode ser de Jandira Magdalena dos Santos. De acordo com fontes ligadas à polícia, o corpo estava sem a arcada dentária, os membros superiores e inferiores, além de estar carbonizado dentro de um carro. A ausência de pernas e braços pode dificultar a identificação. Amostras de merial genético da família deverão ser recolhidas nos próximos dias para exames de DNA. A jovem desapareceu após sair de casa para fazer um aborto.
De acordo com o perito legista Leví Inimá de Miranda, a retirada de braços e pernas e da arcada dentária do corpo podem dificultar o reconhecimento da vítima, mas não impedem o avanço nas identificações:
– A identificação do corpo por método científico pode ser feita através da análise das impressões digitais, pelo estudo da arcada dentária ou pela extração de material genético para exames de DNA. No caso de os membros superiores inferiores e os dentes terem sido removidos, exclui-se as duas primeiras possibilidades mas ainda ainda é possível examinar a genética pela comparação com o material coletado da mãe.
Familiares da vítima teriam chegado a ver esse corpo dias depois do desaparecimento, ocorrido em 26 de agosto, como informa sua irmã Joyce Liane. Quando Jandira ainda estava desaparecida, a jovem visitou hospitais e o Instituto Médico Legal para o reconhecimento:
– Eu vi esse corpo dias depois que a minha irmã sumiu, quando fui aos hospitais e ao IML aleatoriamente tentar encontrá-la, mas não tinha nenhuma característica dela e estava muito incinerado. Não foi nem a polícia que nos convocou para ver, eu é que fui procurar – conta ela, que afirma que a familia ainda não foi convocada para coletar material genético para exames de DNA: – Eu e minha mãe fomos à delegacia ontem para prestar depoimento por volta das 13h, mas não colhemos material nenhum.
Maria Ângela, mãe da vítima, está debilitada, mas ainda espera encontrar a filha viva, como informa Joyce:
– Ela está deitada hoje o dia todo, muito triste, mas ainda tem esperança de encontrar Jandira viva. A esperança é a última coisa a que podemos nos prender – desabafa.
A notícia de que um corpo foi encontrado carbonizado em Guaratiba foi publicada no jornal O Dia neste sábado. O caso está sendo investigado sob sigilo pela 35ª DP (Campo Grande). Procurada pelo EXTRA para explicar porque não foi recolhido o material genético dos familiares na tarde da última sexta-feira, quando os parentes estiveram na delegacia, a assessoria da Polícia Civil informou que o caso será mantido em sigilo para que as investigações não sejam dificultadas.
Grávida iria fazer aborto
Grávida de três meses e duas semanas, Jandira desapareceu após entrar no carro de uma suspeita, identificada apenas como Rose, com outras três mulheres, na Rodoviária de Campo Grande, como revelou na última quarta-feira uma reportagem da rádio CBN. As mulheres iriam realizar um aborto. Jandira estava acompanhada do ex-marido Leandro Brito Reis. O filho que a vítima estava esperando era fruto de um outro relacionamento de cerca de cinco meses, segundo contou Maria Ângela, mãe da vítima. Maria não conheceu o rapaz e, até o momento, ele também não entrou em contato com a família.
– Foi um namoro momentâneo. Ela estava sem ninguém. Foi uma coisa muito rápida. Não cheguei a conhecê-lo. Sei que ele vive viajando – revelou.
Maria Ângela contou também que, dias antes do sumiço, Jandira estava muito debilitada, fraca, e se alimentando mal. O motivo para tal condição física seria, segundo ela, a decisão de não ter mais a criança que estava esperando.
– Minha filha estava desesperada. Muito debilitada fisicamente. Já não conseguia trabalhar direito. Estava com problema financeiro. Não estava nos planos dela ter um filho agora. Foi uma decisão dela e ninguém tem o direito de julgá-la por isso – afirmou, em entrevista ao EXTRA.
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