A PALAVRA DO DIA-João 18 Estudo: Jesus é Aprisionado e Interrogado


Neste capítulo de João 18 estudo, depois de terem aprisionado e interrogado o Mestre, os judeus o entregará a Pilatos para ser julgado e condenado.

Pilatos, por sua vez, consentirá na crucificação de Jesus, apesar de estar convencido de sua inocência, lavando suas mãos.

Na cruz, o Salvador encarregará João de cuidar de sua mãe, Maria. Após sua morte, seu corpo foi colocado em um sepulcro fora da cidade de Jerusalém.

João 18 estudo: Contexto histórico
Antes de iniciar o sofrimento no Getsêmani, Jesus ora sua grande prece intercessora por Ele e por seus discípulos.

Ele suplica que todos venham a conhecer o Pai que o enviou e a alcançar a vida eterna, se unindo com Ele e o Pai.

Seu martírio começaria em instantes mas mesmo assim continuava a se preocupar e a preparar o coração dos que o amavam, mostrando sua sensibilidade e empatia.

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João 18:1-19:42
Nesses capítulos, temos a Narrativa da Paixão de acordo com o evangelista João. A sequência familiar dos eventos começa com Jesus sendo traído por Judas, o interrogatório informal perante Anás, as negações de Pedro, o julgamento romano de Jesus diante de Pilatos, a crucificação e o sepultamento (Jo 19:16).

Só João, entre todos os Evangelhos, descreve o comparecimento de Jesus perante Anás. Além disso, o julgamento romano é registrado com maiores detalhes em João.

Por outro lado, o evangelista não fornece um relato formal do julgamento judaico de Jesus perante Caifás e o Sinédrio.

(João 18:1) Jesus no Getsêmani
v. 1 Tendo Jesus dito essas palavras, saiu com os seus discípulos para além do ribeiro de Cedrom, onde havia um jardim, no qual ele entrou com os seus discípulos.

O ribeiro do Cedrom é mencionado muitas vezes no antigo testamento (2Sm 15:23).

O jardim é denominado “Getsêmani” nos Evangelhos Sinóticos (Mt 26:36). Entrou pode indicar que era um jardim cercado.

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(João 18:2-3) Judas e os judeus
v. 2 E também Judas, que o traía, conhecia aquele lugar; porque muitas vezes Jesus se reunira ali com os seus discípulos.

v. 3 Tendo, então, Judas recebido um destacamento de homens e oficiais dos principais sacerdotes e fariseus, veio para ali com lanternas, e tochas, e armas.

O bando de homens foi enviado para prevenir tumultos. Os oficiais dos principais sacerdotes e fariseus eram os oficiais responsáveis pela prisão (ver notas em Jo 7:32).

Tochas e lanternas eram necessárias para seguir um suspeito escondido em um jardim escuro. A presença de armas revela que o grupo de captura esperava resistência.

(João 18:4-5) A divindade de Jesus
v. 4 Jesus, portanto, sabendo todas as coisas que lhe aconteceria, saiu, e disse-lhes: A quem buscais?

v. 5 Eles responderam-lhe: A Jesus de Nazaré. Disse-lhes Jesus: Eu sou ele. E Judas, que o traía, estava também com eles.

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Eu sou denota divindade (ver nota em Jo 6:35). Isso é mostrado pela reação dos soldados no versículo seguinte.

(João 18:6) Todos caem diante dele
v. 6 Quando, pois, lhes disse: Eu sou ele, eles recuaram, e caíram no chão.

Cair no chão era uma reação comum à revelação divina (Ez 1:28).

(João 18:7-9) Jesus salva a vida dos discípulos da prisão
v. 7 Então, ele perguntou novamente: A quem buscais? E eles disseram: A Jesus de Nazaré.
v. 8 Jesus respondeu: Já vos disse que eu sou ele; se, portanto me buscais, deixe estes seguir seu caminho;
v. 9 para se cumprir a palavra que ele tinha dito: Dos que me deste nenhum deles eu perdi.

A declaração de Jesus resume Jo 17:12, que remonta a Jo 10:28. Cristo é retratado como o Bom Pastor que escolhe voluntariamente a morte para salvar Suas ovelhas.

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(João 18:10) Pedro corta a orelha de Malco
v. 10 Então Simão Pedro, que tinha uma espada, desembainhou-a e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. E o nome do servo era Malco.

A espada de Pedro era curta e podia ser escondida sob o seu manto. O nome Malco (só mencionado em João) indica um escravo de origem árabe.

(João 18:11) Devo beber o cálice que meu Pai me deu
v. 11 Disse, então, Jesus a Pedro: Coloca a tua espada na bainha; o cálice que meu Pai me deu, não devo beber?

Beberei eu o cálice é uma metáfora para a morte.

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(João 18:12) Jesus é preso
v. 12 Então, o destacamento, o capitão e os oficiais dos judeus prenderam a Jesus, e ataram-no,

Sobre bando, ver nota no versículo 3. Prenderam é uma expressão habitual associada ao aprisionamento ou captura (At 9:2).

(João 18:13) Jesus é levado a Anás
v. 13 e conduziram-no primeiramente a Anás, porque era o sogro de Caifás, que era o sumo sacerdote naquele ano.

Anás, além de ser o sogro de Caifás… o sumo sacerdote naquele ano, também tinha sido sumo sacerdote de 6 a 15 d.C. Ele ainda exercia considerável influência.

(João 18:14) Caifás
v. 14 Ora, Caifás era quem tinha aconselhado aos judeus que convinha que um homem morresse pelo povo.

Sobre essa descrição de Caifás, ver notas em Jo 11:49.

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(João 18:15) Pedro e João seguem a Jesus preso
v. 15 E Simão Pedro seguia a Jesus, e o mesmo fazia outro discípulo; este discípulo era conhecido do sumo sacerdote, e foi e entrou com Jesus no palácio do sumo sacerdote.

O outro discípulo era provavelmente “aquele a quem Jesus amava” (Jo 20:2; ver nota em Jo 13:23).

(João 18:16-17) A primeira negativa
v. 16 Mas Pedro ficou parado do lado de fora do portão. Saiu, então, o outro discípulo que era conhecido do sumo sacerdote, e falou àquela que guardava a porta, e trouxe Pedro.

v. 17 Então, a donzela que guardava a porta, disse a Pedro: Não és tu também um dos discípulos deste homem? Disse ele: Eu não sou.

Àquela que guardava a porta era provavelmente uma das escravas do sumo sacerdote.

(João 18:18) Pedro se aquece na fogueira
v. 18 E estavam ali os servos e os oficiais, tendo feito uma fogueira com carvão, porque fazia frio, e eles estavam se aquecendo. Também Pedro estava parado junto deles se aquecendo.

Os soldados romanos tinham voltado para o quartel, confiando a tarefa de vigiar a Jesus aos oficiais (ver nota no v. 3). Outra fogueira estava acesa na restauração de Pedro em Jo 21:9. Com carvão, braseiro.

(João 18:19) Jesus é interrogado
v. 19 Então, o sumo sacerdote interrogou Jesus acerca dos seus discípulos, e da sua doutrina.

Sumo sacerdote se refere a Anás (ver nota no v. 13). O fato de Jesus ser interrogado a respeito de seus discípulos e sua doutrina sugere que a preocupação primária era teológica. Acusações políticas foram acrescentadas posteriormente (Jo 19:7).

(João 18:20) Jesus fala a multidão
v. 20 Jesus lhe respondeu: Eu falei abertamente ao mundo; eu sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde os judeus sempre se reúnem, e eu nada falei em oculto.

As palavras de Jesus nada falei em oculto refletem as de Deus no livro de Isaías (Is 45:19). Cristo não quis afirmar que nunca falara em particular com os discípulos, mas que Sua mensagem era a mesma em particular ou em público.

Ele não estava liderando uma conspiração. João registrou exemplos de Jesus ensinando tanto na sinagoga como no templo (Gr. hieron; cp. Jo 2:14-21).

(João 18:21) Por que me interrogas?
v. 21 Por que me interrogas? Pergunta aos que me ouviram o que lhes falei; eis que eles sabem o que eu disse.

A resposta de Jesus é compreensível, especialmente se o interrogatório de prisioneiros era considerado impróprio naqueles dias.

Observe-se também o princípio legal de que o testemunho de uma pessoa a respeito de si mesma era inadmissível (ver nota em Jo 5:31).

(João 18:22) Jesus leva um tapa
v. 22 E, havendo ele falado isso, um dos oficiais que ali estavam bateu em Jesus com a palma da sua mão, dizendo: Assim que tu respondes ao sumo sacerdote?

Um dos Oficiais que ali estavam era provavelmente um dos que ajudaram a prender Jesus (v. 3,12). A batida foi provavelmente um golpe forte com a palma da mão (Is 50:6).

A expressão, assim que tu responde ao sumo sacerdote pode se referir a Êx 22:28: “Não injuriarás os juízes, nem maldirás o governante do teu povo” (citado por Paulo em At 23:5).

(João 18:23) Jesus se refere a lei
v. 23 Respondeu-lhe Jesus: Se eu falei mal, dá testemunho do mal; mas, se bem, porque tu me feres?

Ao ser confrontado pela resposta dada ao sumo sacerdote, Jesus se refere à Lei de Ex 22:28 e nega tê-la violado.

(João 18:24) Anás e Caifás tramam
v. 24 Então, Anás o enviara, manietado, ao sumo sacerdote Caifás.

Antes que eles pudessem levar Jesus perante o governador romano, as acusações precisavam ser confirmadas pelo sumo sacerdote oficial, Caifás, sendo este o presidente do Sinédrio (ver nota em Jo 3:1).

(João 18:28) Jesus na sala de julgamento
v. 28 Então eles conduziram Jesus de Caifás para a sala de julgamento, e era cedo, e eles não entraram na sala de julgamento, para não se contaminarem, mas poderem comer a Páscoa.

A sala de julgamento pode se referir ao palácio de Herodes no muro ocidental do templo ou a Fortaleza Antônia a noroeste da área do santuário.

Cedo provavelmente significa logo após o nascer do sol, quando o Sinédrio se reuniu em sessão formal e pronunciou seu veredicto (Mt 27:1-2).

A referência à Páscoa pode significar toda a festa dos pães sem fermento, que durava sete dias (cp. Lc 22:1: a festa dos pães sem fermento, chamada Páscoa).Comer a Páscoa provavelmente significa “celebrar a festa” (ver 2Cr 30:21).

(João 18:29-30) Jesus perante Pilatos
v. 29 Então chegou Pilatos diante deles, e disse-lhes: Que acusação trazeis contra este homem?

v. 30 Eles responderam e disseram-lhe: Se este não fosse malfeitor, nós não o entregaríamos para ti.

Pilatos foi designado pelo imperador Tibério e serviu como governador da Judeia de 26 a 36/37 d.C. A famosa “inscrição de Pilatos”, descoberta em Cesareia em 1961, identifica Pilatos como procurador da Judeia.

(João 18:31) Pilatos não se interessa por Jesus
v. 31 Disse-lhes, então, Pilatos: Levai-o vós e julgai-o segundo a vossa lei. Disseram-lhe, então, os judeus: Não nos é lícito matar homem algum;

Assim como Gálio depois dele (At 18:14-15), Pilatos não tinha interesse em julgar disputas internas dos judeus. O Sinédrio não possuía poder para determinar a pena de morte.

(João 18:32) Morte por crucificação
v. 32 para que se cumprisse a palavra que Jesus tinha dito, significando de que morte havia de morrer.

A crucificação era uma punição horrível ao sentimento judaico. Era considerada tão degradante como o enforcamento (At 5:30), e a lei mosaica a condenava: “aquele que é enforcado é amaldiçoado por Deus” (Dt 21:23).

Se Jesus tivesse sido executado pelo Sinédrio, Ele seria apedrejado, que é o método de execução por blasfêmia (Lv 24:16).

(João 18:33) Tu és o Rei dos Judeus?
v. 33 Então Pilatos entrou novamente na sala de julgamento, e chamou a Jesus, e disse-lhe: És tu o Rei dos Judeus?

v. 34 Respondeu-lhe Jesus: Dizes estas coisas de ti mesmo, ou foram os outros que te contaram de mim?

v. 35 Pilatos respondeu: Eu sou um judeu? A tua própria nação e os principais sacerdotes entregaram-te a mim, o que tu fizeste?

Sobre a sala de julgamento, ver nota no versículo 28. Rei dos judeus tinha conotações políticas. A pergunta de Pilatos objetivava determinar se Jesus constituía uma ameaça ao poder imperial de Roma.

(João 18:36) Meu reino não é deste mundo
v. 36 Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, então os meus servos lutariam, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui.

A descrição que Jesus faz do Seu reino reflete passagens em Daniel (Dn 2:44).

(João 18:37)Tu o dizes que sou
v. 37 Disse-lhe, então, Pilatos: Então és tu um rei? Jesus respondeu: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz.

Sobre testemunho e verdade, ver notas em Jo 14:6.

(João 18:38) Não há culpa nele
v. 38 Disse-lhe Pilatos: O que é a verdade? E, dizendo isso, ele foi novamente até os judeus e disse-lhes: Eu não acho nenhuma culpa nele.

Ironicamente, o homem encarregado para determinar a verdade nessa matéria descartou levianamente a relevância da verdade na presença daquele que é a encarnação da verdade.

O comentário de Pilatos pode refletir desilusão, talvez amargura, e um ponto de vista pragmático. Sobre foi novamente até os judeus, ver versículos 28-29.

Pilatos isentou Jesus três vezes (cp. Jo 19:4,6), contudo, a pressão dos judeus o convenceu a forçar a execução.

(João 18:39) O costume da Páscoa
v. 39 Mas vós tendes por costume que eu vos solte alguém por ocasião da páscoa; quereis, então, que vos solte o REI DOS JUDEUS?

Por ocasião da Páscoa, isto é, de toda a festa (ver nota em v. 28).

(João 18:40) O povo escolhe Barrabás
v. 40 Então, todos gritaram novamente, dizendo: Este homem não, mas Barrabás. Ora, Barrabás era um ladrão.

Barrabás significa “filho do pai” (Gr. borabbos). Ironicamente, as pessoas quiseram que Barrabás fosse solto em lugar do verdadeiro Filho do Pai – Jesus.

Ladrão é uma “referência a um insurgente ou um terrorista doméstico,” talvez comprometido com o extremismo político à maneira dos zelotes (Mc 15:7).

Conclusão
Chegou o momento! Jesus é preso é começa a sofrer aquilo para que se preparou durante 32 anos. Parte de sua obra está completa, seu evangelho, suas boas novas, seu reino está em movimento, mas vimos a descrição de tudo aquilo que Ele passou por amor a nós, por obediência a vontade do Pai.

Por isso Jesus tem o nome sobre todo nome, uma autoridade conquistada no sofrimento, na morte e na ressurreição, o sacrifício vivo.

Ao escolherem Barrabás, nós hoje recebemos a mensagem de Deus: Deus preferiu soltar um assassino ao invés do próprio Filho. Que amor é esse?

João 18 estudo.
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Sobre o Autor

Olá, me chamo Lázaro Correia, sou Cristão, formado em Teologia e apaixonado pela Bíblia. Aqui no Blog você vai encontrar diversos estudos Bíblicos e muito conteúdo sobre vida Cristã.

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