FOTOS IMAGENS-Incêndio atinge a Cadeia Pública de Benfica, na Zona Norte do Rio; Quatro funcionários foram para o hospital
de Benfica, na Zona Norte do Rio; Quatro funcionários foram para o hospital
Um incêndio atingiu o presídio José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio, na manhã desta quarta-feira. As chamas começaram por volta das 10h40 e foram controladas depois de 12h. Não há feridos graves. Ao todo, 502 presos foram retirados das celas e levados para o pátio da unidade.
Segundo o subsecretário de tratamento penitenciário, o médico José Perrota de Carvalho, quatro inspetores penitenciários foram levados para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro, por inalarem muita fumaça. Cinco detentos foram atendidos no próprio presídio e passam bem.
O fogo teria sido provocado por uma faísca causada por um serviço de solda realizado na galeria B, no segundo andar da unidade, que estava em reforma. As chamas teriam se propagado por 80 colchões guardados em duas celas desativadas. De acordo com Maria Rosa Ludoca, chefe de Gabinete da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap), o espaço estava em obras para a construção de um alojamento. A cadeia tem capacidade para 624 presos.
O Corpo de Bombeiros informou que foi acionado às 10h51 para o local. Equipes do quartel de Benfica chegaram por volta das 11h para inciar o combate às chamas. Às 11h08, uma ambulância do Corpo de Bombeiros chegou à cadeia para prestar atendimento.
Por causa do incêndio, há interdições na Rua Célio Nascimento, informou o Centro de Operações Rio (COR). Equipes da Polícia Militar reforçam a segurança na região.
Em nota, a Seap informou que assim que o incêndio começou “imediatamente, foi executado o plano de evacuação pré-determinado e previsto nas Normas Gerais de Ação (NGA) da unidade prisional”. A pasta disse ainda que Polícia Civil será acionada para apurar as causas do incêndio.
Desespero por notícias
Desesperados, parentes de presos foram até a porta da cadeia pública. Ao menos quatro carros do Corpo de Bombeiros estavam no local.
De acordo com a irmã de um homem preso por não pagar pensão alimentícia para os filhos, gritos e batidas nos portões foram ouvidos tão logo o incêndio começou. Ela reclama da falta de informações oficiais.
— Nós estamos aqui há mais de 30 minutos, desesperados por notícia dos nossos parentes, e nada é dito. Não sabemos se tem feridos, se tinha alguém nas celas — disse a mulher, que não quis se identificar.
Gabriel Alexandre dos Santos, de 21anos, foi visitar o pai, Fábio Bonfim dos Santos, de 47, que está preso há uma semana também por não pagar pensão alimentícia. O rapaz se queixa da falta de informações:
— Vim trazer remédio para o meu pai, que é cardíaco. Não tem uma informação. Pelo amor de Deus, quero uma ajuda.
Lucila Carneiro, de 37 anos, busca notícias do marido Marcos Antonio, de 48.
— Ele está preso por (não pagar) pensão alimentícia. Ninguém dá noticia de nada e a gente não enxerga água para apagar o incêndio. Estamos desesperados — disse ela.
Ana Aurora Fernandes chegou ao local em busca de notícias do filho, Mateus Chambarelli. Ele está preso sob a acusação de ter matado um policial militar. Segundo a família, o rapaz é inocente.
— Eu quero notícias do meu filho. Ele é inocente. Estamos sendo perseguido pelo estado. Eu quero a verdade — disse a mulher.
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