SÃO GONÇALO DO AMARANTE RN-Caprinos


Caprinos da raça Boer são os mais procurados pelos criadores Brasileiros

Consultoria tecnológica auxilia caprinocultura

Produtores da região de Irani (SC) formalizam associação para fortalecer cadeia produtiva

    
A caprinocultura tem se destacado no agronegócio brasileiro e a demanda por produtos desse setor tem aumentado significativamente tanto em âmbito nacional quanto mundial. A atividade foi se desenvolvendo em todas as regiões do País tornando-se uma geradora de renda. Dados do Ministério da Agricultura (2017) apontam para um rebanho nacional de aproximadamente nove milhões de animais, distribuídos em 436 mil estabelecimentos agropecuários.


Para contribuir com o desenvolvimento desse setor no Oeste catarinense o Sebrae/SC, a partir do Sebraetec que disponibiliza serviços tecnológicos, desenvolveu o “Projeto de Caprinocultura”, em Irani. As consultorias enfatizaram orientações para o crescimento da atividade e para auxiliar no acesso ao mercado pela cooperação entre produtores e pequena indústria.
Conforme o gerente regional Oeste do Sebrae/SC, Enio Albérto Parmeggiani, o reconhecimento econômico da atividade é concretizado pelo enfoque na produção em larga escala dos empresários rurais e não apenas a criação para subsistência. “Essa medida atrai investidores para o setor. Importante ressaltar que a caprinocultura de corte brasileira tem apresentado progressivo desenvolvimento e a ampliação do consumo está associada nas melhorias nas condições de abate, da procedência certificada e na comercialização de cortes adequados para a venda”, enaltece.
De acordo com a secretária de agricultura e meio ambiente de Irani, Sidiane Salete Dalla Costa, o início do desenvolvimento comercial da ovinocultura ocorreu em 2017 a partir do curso “Negócio Certo Rural” conduzido pelo consultor credenciado ao Sebrae/SC Airton Rantum. “A partir de uma aula surgiu a ideia e na sequência o Sebrae realizou visita com consultores especializados para elaborar estudo de viabilidade técnica e econômica para introdução da atividade no município. O projeto foi iniciado com orientações do consultor credenciado ao Sebrae/SC Flavio Cristiano Marques de Mello, que atende mensalmente os produtores o que possibilita a evolução dentro do processo produtivo de caprinos”, relata.


Com o apoio do Sebrae/SC 10 produtores de Irani e de municípios próximos formalizaram uma associação, que realizou a primeira venda coletiva de 42 animais, no fim do mês de novembro de 2019. No município há um plantel de aproximadamente 1.000 fêmeas e o setor está em franca expansão, com a adesão de novos produtores ao projeto. “O apoio do Sebrae/SC foi fundamental para a organização dos produtores e na busca de parceiros para a comercialização. Sem esse suporte nada disso seria possível, somos gratos à entidade por nos proporcionar a oportunidade de acessar mercados, de tecnificar esse segmento e torná-lo fonte de renda em uma atividade considerada secundária”, ressalta ao comentar que a meta é transformar a região em uma referência estadual na produção de caprinos.
ETAPAS DO PROJETO
As consultorias com os produtores para capacitação e adequação dos manejos básicos começaram em 2018. “A maior parte dos produtores nunca havia criado uma única cabra, então, nesse ano também foram feitas as primeiras aquisições de animais da Bahia e de São Paulo. No fim de 2018 haviam 323 matrizes”, comenta o responsável técnico e consultor credenciado ao Sebrae/SC Flavio Cristiano Marques Melo.
Com a finalização das consultorias, o foco a partir de 2019 foi o aperfeiçoamento no sistema produtivo, o planejamento da produção para atender novos mercados e a padronização dos animais vendidos. Ainda entre os temas abordados estiveram: reprodução, melhoramento genético, preparação e conservação do solo, sanidade, sistema de terminação de cabritos, gestão zootécnica, manejo de neonatos e cuidados gerais, planejamento forrageiro e conservação de forragens e planejamento estratégico.


“Apesar das ações e das consultorias serem realizadas individualmente e de maneira personalizadas, desde o início os criadores passaram a tomar as decisões coletivamente como um núcleo de criadores para que pudessem ter escala de produção e possibilitar o interesse do mercado comprador. Com a padronização dos cabritos para abate e o aumento na oferta apareceram frigoríficos interessados. As primeiras vendas ocorreram no mês de novembro de 2019, sendo que os produtos foram para uma grande rede de supermercados”, ressalta Melo.
Conforme o consultor, o sucesso e a viabilidade da agropecuária depende do relacionamento do produtor rural com as demais empresas que integram o setor. “Para que o produto final atinja o mercado consumidor de forma competitiva são necessários alguns requisitos, como: volume de produção, padrão de qualidade e constância de fornecimento para viabilizar a criação de uma cadeia produtiva. Os pequenos produtores atuando de maneira isolada não conseguem atender essas exigências e em função da falta de fornecimento de matéria-prima a cadeia produtiva não se consolida, impedindo que as demandas de mercado sejam atendidas”, comenta Melo.  http://nossaterrafp.blogspot.com/
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