A PALAVRA DO DIA-A Purificação: E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará (João 8:32)
Introdução
Continuamos com o estudo sobre a purificação dos pecados e hoje falaremos sobre a escravidão do pecado e a libertação que temos destes através de Cristo Jesus. O que é a liberdade falada na palavra de Deus? Será que somos livres de fato? Ou será que ainda somos escravos do pecado? Este texto tentará responder estas perguntas e iniciar a discussão sobre como seremos totalmente libertos.
Não esqueça de ler as outras partes deste estudo. A lista está disponível ao fim da página. Se houver começado a ler neste texto, inicie a leitura com o texto “A luta contra o pecado“.
A escravidão do pecado
“Responderam-lhe: Somos descendência de Abraão e jamais fomos escravos de alguém; como dizes tu: Sereis livres? Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado” João 8:33-34.
A escravidão da lei
Meditando neste tema da escravidão retratada por Jesus eu percebi que o verdadeiro sentido desta escravidão está relacionada a Lei e a Velha Aliança. Se percebermos as palavras de Jesus chegamos a conclusão que a Lei nunca foi apta a libertar o homem do pecado. A Lei não foi capaz de levar o homem a Deus, pois como nos fala Romanos 8, ela estava enferma pela carne. E nós sabemos, também por Romanos, que “[…] os que estão na carne não podem agradar a Deus” Romanos 8:8.
No tempo da Lei o local de adoração e onde estava a presença de Deus era externo (o tabernáculo) e por isso não era possível que santificasse o homem por completo. O carne do pecado era purificada, mas o homem não tinha força para superar o pecado. O resultado era a escravidão do pecado, visto que o homem não podia vencê-lo e continuamente pecava, visto que o Espírito não havia sido santificado em seus corações. Mas, vindo o Cristo, entrou de uma vez por todas no Santo dos Santos e ofereceu sacrífico superior ao sangue de bodes e carneiros. E se o sangue de bodes e carneiros purificava os pecados destes, como então nos purificará o sangue imaculado do Cordeiro de Deus?
Por isso era necessário vir o Cristo para fazer a Paz de uma vez por todas. E também para estabelecer este novo caminho para o pai e assim todos nós podemos ser libertos do pecado. Sejam judeus, sejam gregos, ou quaisquer que clamam por esse nome. Este é o primeiro aspecto. Apenas o filho é capaz de libertar o homem da escravidão do pecado, o que a Lei não teve poder de realizar.
Por que ainda somos escravos?
Porém, apesar do sacrifício de Cristo ser suficiente para nos livrar dessa escravidão, quando pensamos sobre os nossos dias percebemos que a maioria dos irmãos ainda não vive verdadeiramente esta liberdade. Infelizmente nós não conhecemos a palavra de Deus e por isso continuamos errando em muitíssimas coisas cometendo muitos pecados, que nos enredam em muitas fadigas. É triste ver essa realidade, porque ainda somos escravos do pecado. E o pior é que a maioria nem mesmo percebe essa situação e até se consideram justos por suas próprias obras religiosas. Quão estranha é essa realidade!
Me sinto abatido considerando estas coisas, pois se vivemos ainda no preceito da Lei, ou seja, vivendo de purificações pontuais, então é certo que ainda vivemos conforme as obras da Lei e a obra completa e maravilhosa de Jesus é anulada. Na verdade se ainda vivemos desta forma certo é que crucificamos Jesus com as nossas próprias mãos. Veja: “É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia” Hebreus 6:4-6.
Nós não somos diferentes dos religiosos para os quais Jesus estrava pregando. Na verdade eu considero que esta geração é ainda pior do que os Fariseus, pois eles estavam naquela situação sem nenhuma revelação daquele que era o Cristo. E ainda assim diz a história que muitos fariseus como Nicodemos se converteram ao Caminho e seguiram Jesus até a morte. Como podemos julgar o sangue dos santos, santificado pelo sacrifício da sua própria vida? Porque não existe maior amor do que este, de dar a vida a seus amigos. Nós, porém, tudo sabemos e tudo conhecemos. Para nós não há nem haverá desculpas no dia do juízo. E se não conhecemos nos falta zelo em conhecer, pois tudo já passou e nos está disponível.
Estas palavras de Jesus são palavras revolucionárias. Quando Jesus disse: “e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”, estas palavras foram de encontro a vaidade e entendimento dos judeus. Eles, porém, retrucaram: “Somos descendência de Abraão e jamais fomos escravos de alguém; como dizes tu: Sereis livres?” A resposta de Jesus, entretanto, foi ainda mais sensacional: “todo o que comete pecado é escravo do pecado”. Veja que Jesus não delimitou um tipo de cristão ou um tipo de judeu específico. Ele se limitou a falar sobre cometer ou não pecado. No primeiro texto deste estudo, A luta contra o pecado, nós vimos que pecado é a transgressão da lei. Então se nós vivemos pecando e transgredindo a lei, então nós somos escravos do nosso pecado. Não importa quem seja, pois Jesus não se limitou a um alguém específico. Isso significa que sejam fariseus e saduceus (como era o público que o ouvia) ou sejam cristãos em nossa era não fará diferença. Se cometemos pecado, nos tornamos seus escravos.
A primeira carta de João também nos diz que “todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu”1 João 3:6. A carta também diz que “[…] ele se manifestou para tirar os pecados, e nele não existe pecado” 1 João 3:5. Assim entendemos que se vivemos na prática constante do pecado, então certamente não o conhecemos e vivemos ainda segundo o preceito da Lei. Veja que esta é uma grande revelação! Como vivemos na prática do pecado indiscriminadamente! Infelizmente a maioria dos irmãos foram escravizados, porque permanecem na prática do pecado assim como fizeram os fariseus e saduceus do tempo de Jesus.
Nós costumamos tratar os fariseus como grandes pecadores (o que eles realmente eram), mas esquecemos de olhar para dentro de nós mesmos. Será que sem motivo foi dito: “Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão” Mateus 7:5. Mas nós continuamos nos considerando justos e salvos por frequentar uma denominação. Será mesmo que fomos salvos e libertos? Se frequentar uma denominação me fizer um cristão, então podemos dizer que frequentar uma garagem fará de mim um carro. Porém, frequentar uma denominação não faz de mim um cristão como frequentar uma garagem não fará de mim um carro.
Todos nós, a começar pela liderança das denominações, devemos rever radicalmente a vida que vivemos. Se você é servo e serve os irmãos da sua comunidade saiba que sobre ti reside ainda maior responsabilidade e o preço do seu testemunho estará sobre o sangue daqueles que correm para o pecado. Porque se nós que somos os atalaias do Senhor não avisamos o povo sobre o perigo que vem sobre nós, quem os livrará da espada? E se nós não resplandecemos a luz nas trevas deles, como verão a luz de Deus? Cabe a luz resplandecer nas trevas, assim como a lampada enche o ambiente com a sua luz.
Libertos da escravidão do pecado
“Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” João 8:31-32.
Libertos do pecado de uma vez por todas
No texto acima propositadamente eu deixei passar a resposta a pergunta: porque ainda somos escravos do pecado? A resposta foi dita indiretamente no texto e é bem simples: o pecado. Ainda somos escravos porque permanecemos na prática do pecado. Ainda somos escravos porque apesar do sacrifício perfeito de Jesus continuamos vivendo conforme o preceito da Lei, que é composto de ordenanças para a purificação do corpo. A lei, entretanto, não pode purificar a nossa mente e consequentemente não consegue mudar a nossa vida. Se vivemos religiosamente cumprindo todos os preceitos da nossa religião, mas a nossa consciência não é limpa pela palavra de Deus, vivemos conforme os preceitos da Lei. Porque Jesus não veio apenas para purificar a nossa carne dos pecados, mas para que a nossa consciência fosse totalmente limpa e liberta a fim de que nós servíssemos ao Deus vivo (Hebreus 9:13-14).
Verdade é que Jesus veio sim para cumprir a lei (Mateus 5:17). Mas dalém disso ele também veio para estabelecer a era do Espírito, isto é, da graça. E hoje o evangelho não se resume no cumprimento de mandamentos e ordenanças, mas de fazer morrer a sua vida para que a Lei de Deus seja inscrita em nossos corações. Se assim andarmos cumpriremos completamente a Lei de Moisés. E além da purificação dos pecados também purificaremos a nossa mente através do Espírito. Veja: “Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado, a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito” Romanos 8:3.
A obra que Jesus realizou é grandiosa. Através da purificação da nossa mente ele nos permitiu viver uma vida que vai além do pecado, que é verdadeiramente livre do pecado. Por isso foi dito: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” João 8:36. Jesus nos libertou, portanto hoje podemos andar verdadeiramente livres do pecado. Não se trata de uma teoria morta, mas da realidade prática daquilo que Jesus nos ensinou. Esta é a Nova Aliança. O que é velho nos serviu de parábola para que em nós se cumpra a justiça de Deus em santidade e perfeição diante dele. Imaculados e intocáveis pelo pecado. É esta vida que Jesus prometeu a tantos quanto creram no seu nome.
Andar de modo digno da nossa vocação
“Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados” Efésios 4:1.
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