ALTO DO RODRIGUES RN-Médico que sugeriu matar Marisa Letícia na cirurgia é demitido da Unimed, por Bruno Verso


Médico que sugeriu matar Marisa Letícia na cirurgia é demitido da Unimed, por Bruno Verso

Médico que sugeriu matar Marisa Letícia na cirurgia é demitido da Unimed

por Bruno Verso

A Unimed São Roque decidiu rescindir o contrato com o médico Richam Ellakkis. Por meio de nota postada no final da tarde de ontem, na página oficial do plano de saúde no Facebook, a Unimed declarou que repudia as declarações do médico e que outras medidas disciplinares ficaram a cargo do Cremesp.

Richam Ellakkis é o neurocirurgião que defendeu que matar a mulher do presidente Lula durante o procedimento que tentou salvar a vida dela. Dona Marisa foi vítima de um AVC hemorrágico nível 4, último patamar de uma escala que mede a severidade do quadro da doença.

Segundo matéria de O Globo, ao ver a tomografia de Marisa Letícia em um grupo de whatsapp, Ellakkis teria dito: “esses fdp [os médicos] vão embolizar ainda por cima”, se referindo ao procedimento que procura estancar a hemorragia dentro do crânio. “Tem que romper no procedimento. Daí já abre pupila. E o capeta abraça ela”.

A fiar-se por suas redes sociais, Ellakkis não parece uma figura confiável. Em seu Facebook, antes de ser apagado, ele se dizia médico no “Hospital de Clínicas da USP”, “residente em neurocirurgia no Hospital de Base” e se graduado em medicina na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul.

Das informações acima, apenas a graduação é comprovada. Fosse no futebol, Ellakkis seria “gato”.

Em seu Currículo Lattes, um documento oficial do CNPq, Ellakkis revela que se especializou em um desconhecido Hospital Austa em Rio Preto. Em seguida, diz ser neurocirurgião plantonista no Hospital Municipal Hermelindo Matarazzo, em São Paulo.

Questionado se Ellakkis trabalhava para Prefeitura de São Paulo, a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde afirmou que o médico nunca foi ligado ao serviço de saúde municipal ou a algum dos parceiros que prestam serviços ao SUS da cidade de São Paulo.

Redes

A Unimed São Roque se pronunciou no final da tarde de sexta após sofrer um bombardeio em sua página do Facebook. Centenas de pessoas exigiam a demissão de Ellakkis. A força das redes sociais foi maior.

Já no começo da manhã de sexta-feira a reportagem do GGN questionou o hospital sobre o neurocirurgião. Três dos diretores do hospital e a advogada da Unimed São Roque foram contatados mas não retornaram com respostas.

No meio de centenas de perfis que condenavam Ellakkis, chamou atenção o posicionamento da médica Anelisa Chequer. Ela é de Vitória, Espírito Santo e atualmente mora na Australia, onde trabalha. A julgar pelo Lattes, Anelisa esta fora do Brasil desde 1999, quando foi cursar especialização em Mainz, na Alemanha.

Aparentemente os anos de contato com a “civilização” não a humanizaram. Anelisa defende Ellakkis do linchamento virtual dizendo que a fala do neurocirurgião foi apenas um “desabafo”.

Uma classe de reaças

Apesar de não fazer parte da “classe médica brasileira”, dado que trabalha em outro país, os comentários de Anelisa resumem de maneira didática como pensa um médico brasiliero formado nas duas últimas décadas.

Poucos fazem medicina por vocação. Em um país que paga mal, ser médico é garantia de uma boa poupança. Como é um curso caro e em tempo integral, apenas filhos das classes mais abastadas conseguem se formar (excetuando, obviamente, os filhos de operários que foram privilegiados com as políticas de inclusão dos governos petistas).

“Duvido que ele [Ellakkis] deixaria vc morrer”, diz a médica a um dos internautas. “Sugiro que se vcs estao receosos de usarem a Unimed, que procurem atendimento no fantastico SUS. Alias, os dois sao bem parecidos.  Talvez a Unimed deva começar a contratar cubanos”

Analisa não estava no Brasil quando os Cubanos entraram no Mais Médicos. Nem quando saíram. Talvez ela nem conheça um médico cubano, mas sabe repetir toda uma classe de preconceitos e esteriótipos ditos a exaustão por seus pares em solo nacional.

“So nao sei se saberiam te atender numa emergência mas segurar sua mão e olhar nos seus olhos enquanto falam portunhol eles sabem bem”, tenta ironizar a médica enquanto acerta o diagnóstico.

Médicos cubanos são diferente dos brasileiros. São diferentes da doutora Anelisa. Provavelmente a maioria não tenha o tanto de especialização no exterior como ela. Não falem tantas línguas quanto ela fala (diz falar cinco). Mas para uma profissão que cuida de humanos, são infinitamente mais humanos.

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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