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‘Fiquei com medo’, diz motorista do Uber que teve carro depredado
Mulher teria sido abordada por três homens na rodoviária de Tramandaí.
Polícia instaurou inquérito para investigar crime; suspeitos são taxistas.
Motorista do Uber há três meses, Tatiane da Silva, de 40 anos, passou por um susto na noite da última sexta-feira (6). Ela conta que estava aguardando passageiros em frente à rodoviária de Tramandaí, no Litoral Norte gaúcho, quando foi abordada por três homens que, segundo Tatiane, seriam taxistas.
Em entrevista ao G1, a motorista disse que o trio a agrediu verbalmente, tentou arrancar seu celular e depredou seu carro.
“Eles diziam ‘larga, larga, tu não vai trabalhar, tu é clandestina aqui’. Um deles disse ‘pior que não dá para fazer nada porque é mulher’. Nunca tinha me acontecido”, relatou Tatiane, que se recusou a sair e ficou esperando pelos clientes.
Ela conta que, como as portas do veículo estavam destravadas, um dos homens abria e fechava uma delas, repetidas vezes, com força. A vítima, então, trancou as portas. Em seguida, de acordo com a motorista, os agressores começaram a dar chutes e socos contra a lataria. Eles arranharam o carro e quebraram o espelho retrovisor.
Tatiane percebeu que o casal que havia solicitado a corrida ficou olhando de longe, mantendo uma distância segura do carro, com receio de interferir na situação e entrar no veículo.
Nervosa, ela decidiu pegar o celular e enviar uma mensagem de voz com um pedido de socorro para um grupo de motoristas do Uber em um aplicativo.
A janela do carro estava aberta. Foi quando um dos agressores colocou a cabeça pelo lado do passageiro e tentou retirar o aparelho da sua mão, puxando seu braço com força.
“Juntou um povo para olhar. Um ônibus encostou atrás de mim e começou a buzinar. Eu decidi arrancar e fui até a delegacia”, contou a vítima, que, na mesma noite, fez um boletim de ocorrência e relatou o ocorrido ao Uber.
Moradora de Porto Alegre, Tatiane começou a dirigir em outubro na capital gaúcha. Desempregada há cerca de um ano e separada do marido, viu no aplicativo uma oportunidade para garantir o sustento dela e do filho de oito anos.
O período de férias escolares começou e ela já não tinha com quem deixar o filho. Como sua mãe estava na praia, a motorista decidiu atender aos chamados no Litoral. Tatine diz que viajou para Tramandaí no dia 7 de dezembro, onde começou a trabalhar à noite, turno em que a procura é maior, segundo ela.
Apesar do susto, Tatiane disse que não pretende deixar o emprego. “Ontem [sexta] eu fiquei com medo. Parecia que todos os taxistas que eu olhava iam fazer alguma coisa, mas hoje [sábado] eu vou de novo. Já me avisaram que ali [na rodoviária] não é bom chegar, é para ligar para o cliente e avisar que está esperando num lugar mais afastado”, finalizou.
Agressores seriam taxistas
A motorista garante que os homens que a abordaram eram taxistas e que, inclusive, conseguiu fazer algumas fotos e vídeos que mostram as agressões verbais e o prefixo de um dos carros que seriam dos agressores. Ela repassou os registros à investigação e prestou depoimento.
A polícia instaurou um inquérito para investigar o crime. O delegado de plantão, Gustavo Vilasboas Ceccon, acredita que o episódio possa ter sido motivado pela disputa entre taxistas e motoristas de Uber. “Pode ter essa relação, grandes chances”, aponta.
Conforme Ceccon, os suspeitos devem responder por dano qualificado e vias de fato (luta corporal, violência física). O Uber, serviço de aplicativos de transporte individual de passageiros, chegou ao litoral do Rio Grande do Sul há cerca de um mês, em dezembro de 2016.
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Mas como as pessoas são covardes… fiquei sabendo ontem. Sou moradora de Porto Alegre durante a semana e nos finais de semana de Tramandaí, pois meu marido trabalha no litoral e sou usuária do Uber nas duas cidades. Se eu tivesse chamado o Uber para mim, teria agido no ato. Conheço alguns taxistas teria me pronunciado, filmado e serveria de testemunha para a motorista do Uber. Não quero saber! Não tenho medo de bandido!