Do Jornal de Fato

A menos de um mês da abertura do Campeonato Estadual de Futebol de 2017, Potiguar e Baraúnas ainda estão nos preparativos para o início da pré-temporada. O atraso é justificado pelas diretorias das duas equipes na crise que assola o futebol mossoroense, agravada nos últimos anos devido à falta de dinheiro, de estrutura e até de estádio estruturado para sediar os jogos oficiais, uma vez que o Leonardo Nogueira, “Nogueirão”, tem funcionado apenas com 30% de sua estrutura.

Soma-se aí a falta de planejamento e de estrutura dos próprios clubes. Potiguar e Baraúnas têm atividades apenas sazonais, com foco principal no Campeonato Estadual. Um planejamento para funcionar durante todo o ano não faz parte da dupla Potiba, embora nesse ano, assim como em 2016, o Potiguar terá a disputa da Série D do Brasileiro no segundo semestre.

Por consequência, o futebol profissional de Mossoró se arrasta em problemas e pouco oferece aos seus torcedores. Os dirigentes são conscientes da situação caótica, lamentam os problemas e não assumem a responsabilidade. Pelo contrário; eles dizem, quando se discute a crise, que o torcedor deve reconhecer os seus esforços para manter a chama acesa.

É verdade que os esforços existem, envolvendo quatro ou cinco abnegados de cada clube, mas a falta de profissionalismo e competência é latente. Tanto é, que as diretorias de Potiguar e Baraúnas garimpam recursos públicos junto à Prefeitura de Mossoró, em forma de cota-patrocínio, para completar o pagamento mensal dos salários dos jogadores, comissão técnica e outros profissionais.

COFRE VAZIO

A ajuda oficial, que existe desde 2004, tem sustentado Potiguar e Baraúnas no Campeonato Estadual desde os últimos 12 anos. Nesse período, por coincidência ou não, a dupla conquistou seus principais títulos estaduais. O Potiguar foi campeão estadual em 2004 e 2013. O Baraúnas ganhou o Estadual de 2006 e foi bicampeão da Copa RN (2005 e 2007).

O aporte financeiro, extraído dos cofres públicos, porém, não deve continuar com os mesmos valores de temporadas passadas e há o risco de não existir na temporada de 2017. É que a Prefeitura de Mossoró vive crise financeira aguda, inclusive com os salários dos servidores públicos atrasados, o que sugere a falta de recursos para patrocinar o futebol profissional.

Comenta-se que a futura gestão municipal, a ser iniciada em 1.º de janeiro de 2017, herdará um “rombo” de R$ 150 milhões nas contas do Município. São dívidas com fornecedores, prestadores de serviços, servidores e outras contas acumuladas. Extrair do cofre mais dinheiro para o futebol não será tão fácil. Mesmo assim, a prefeita eleita Rosalba Ciarlini (PP) prometeu aos dirigentes de Potiguar e Baraúnas que vai estudar a situação com prioridade.

De qualquer forma, com ou sem cota-patrocínio da Prefeitura, Baraúnas e Potiguar estão confirmados na temporada de 2017, prometendo realizar campanhas melhores do que em anos anteriores. É o que o desportivo mossoroense espera.

Potiguar tem elenco quase fechado

A diretoria do Potiguar conseguiu contratar mais de 20 jogadores em duas semanas de trabalho. Mais quatro contratações ainda serão feitas para completar o elenco, que será comandado em 2017 pelo desconhecido técnico Zé Roberto.
A força-tarefa de um grupo de abnegados viabilizou a contratação dos jogadores e, apesar das dificuldades, o clima é de otimismo entre os alvirrubros. O presidente Marcos Fernandes tem dito em suas entrevistas que acredita numa boa campanha no Estadual e na Série D do Brasileiro.

O Potiguar apostou em jogadores conhecidos que já defenderam o clube, como o apoiador Josicley, o zagueiro Cláudio Baiano e o centroavante Cleiton Cearense, mesclando com algumas apostas indicadas pelo técnico Zé Roberto.

Foram contratados:

Goleiros: Rafael Dida e Yuri

Laterais: Glaubinho (d), Lucas Marques (d)

Zagueiros: Cláudio Baiano, Marinho, Luiz Alberto e Rummenigg

Volantes: Fernandes, Sidney, Lucy Júnior e Batata

Meias: Jozicley, Ciel, Giovanni e Diego

Meias-atacantes: Lucas Viccari, Juan Carlos

Atacantes: Israel Fonseca, Ju e Cleiton Júnior

Parceria vai funcionar a partir de 2017

O Baraúnas apostou na parceria com a MM8, empresa do jogador Márcio Mossoró, e o empresário João Maria Belmont para iniciar um novo modelo de administrar o futebol. O grupo vai trabalhar na formação de jogadores, mas implantará a gestão de forma gradual, uma vez que a prioridade do momento é o Campeonato Estadual de 2017.

Os investidores estão sendo responsáveis pela contratação dos jogadores e ficarão à frente do departamento de futebol. A primeira medida foi contratar o técnico Barata, que é da confiança do diretor de futebol da MM8, ex-jogador Marquinhos Mossoró.
Em seguida, foi iniciada a formação do elenco. A diretoria anunciou a contração de 13 jogadores e até a apresentação nesta segunda-feira, 19, pelo menos mais 10 atletas serão confirmados.

Entre os contratados, destaque para os jovens Caio Dittimar, de 21 anos, atacante revelado pelo Santos, e o apoiador Elivelton, de 24 anos, com passagem no Vasco da Gama (RJ) e o Internacional (RS). A diretoria também confirmou a contratação do centroavante Tito, de 30 anos, com passagem em vários clubes do futebol brasileiro.

Veja a lista de contratados:

Goleiro: Eliardo.

Zagueiro: Breno e Nildo.

Apoiadores: Jefferson Costa, Elivelton e Yan.

Meias: Cleiton, Yago, Beleu e Léo Bala.

Atacantes: Caio, Tito e Romário.

Mossoró não terá árbitro no Campeonato Potiguar de 2017

Da lista de 20 árbitros selecionados para trabalhar no Campeonato Estadual de Futebol do RN em 2017, nenhum pertence aos quadros da Liga Desportiva Mossoroense (LDM).

Natal emplacou 13 juízes, enquanto os outros sete são de Parnamirim, Macaíba, Ceará-Mirim, Caicó, São Gonçalo e São José do Mipibu.

Mossoró tem apenas um representante na lista de auxiliares, Alex Batista da Silva, que pertence aos quadros da Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol (CEAF), da Federação Norte-rio-grandense de Futebol (FNF).