FOTOS IMAGENS-Tabela mostra fatia paga a grupo de Cabral em cada obra, segundo MPF
Uma tabela obtida com um delator aponta, segundo o Ministério Público Federal (MPF), os percentuais de propinas a serem pagos em cada obra ao grupo do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, preso nesta quinta-feira (17) na Operação Calicute, um desdobramento da Lava Jato.
O ex-governador e outras 9 pessoas foram detidas sob suspeita de integrarem um grupo que desviou R$ 220 milhões. O G1 ligou por volta das 13h para o escritório e para celulares de advogados que representam Cabral, mas não obteve resposta até as 20h.
Entre as obras citadas estão a reforma do Estádio do Maracanã (Copa e Panamericano), o Metrô de Copacabana (Estação Arcoverde), as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Favelas Manguinhos, o Mergulhão de Caxias e o Arco Metropolitano.
A tabela é citada na decisão do juiz federal Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal, que determinou a prisão preventiva de Cabral e outros 9 suspeitos. Segundo a decisão, a planilha foi obtida pelo MPF com o delator Alberto Quintaes, diretor da Andrade Gutierrez.
Na tabela, segundo o juiz, as obras do estado do Rio que tiveram desvio de são identificadas com siglas e a propina, com números. Esses últimos representavam o percentual de verba desviada.
Veja os percentuais de propina em cada uma das obras, segundo o MPF:
MC04-5 refere-se a Metrô de Copacabana (Estação Arcoverde). O número 4 refere-se ao trecho 4 do metrô e o número 5 ao valor percentual da propina. No depoimento, um representante da empreiteira Andrade Gutierrez conta que essa obra havia valores atrasados do governo anterior a serem pagos à Andrade Gutierrez que nunca foram pagos e que a empreiteira propôs pagamento de 5% de propina em cima do valor a receber de atrasados;
MANG-3 refere-se a obras do PAC Favelas Manguinhos. Neste caso, o percentual da obra era de 5%. Consta o número 3 na planilha porque no mês de agosto de 2008, Wilson Carlos comunicou que 1% seria devido ao Secretário Hudson Braga. Depois de comunicada a exigência da ‘”Taxa de Oxigênio” por Wilson Carlos, Hudson Braga começou a cobrar os valores.
MCNA-5 refere-se a obras do Maracanã. O número 5 indica o percentual de propina. Desta forma, o MCNA-5 na planilha diz respeito aos 5% que foram pagos em cima de cada medição; quanto ao Macaranã, os pagamentos referem-se às obras para o Pan Americano na gestão Cabral e também para a Copa do Mundo em 2014. Os pagamentos para obras no Pan começaram em maio de 2007. A planilha do esquema mostra quanto a empreiteira Andrade Gutierrez recebia por mês após a medição da obra e o valor de propina devido.
MCAX-7 refere-se à obra do Mergulhão de Caxias. Neste caso, o combinado de propina era de 7%.
AMRJ-3 refere-se a Arco Metropolitano do Rio de Janeiro. Mas o documento não especifica quanto de verba era destinado a pagamento de propina.
ACRJ refere-se a ajuda de campanha oficial para Sérgo Cabral. Na campanha de 2010 para governador, a Andrade Gutierrez deu ajuda para a campanha em outubro de 2010 no valor de R$ 2 milhões, que representantes da empresa alegam ter sido doada de maneira legal e não através de caixa 2.
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