FOTOS IMAGENS-Grupos que explodem bancos usam armas típicas de exércitos, diz polícia
Grupos que explodem bancos usam armas típicas de exércitos, diz polícia
Munição é a mesma que Exército Americano usa em fuzis, diz Antônio Barros.
Polícia pedirá à Justiça a criação de Vara de Combate ao Crime Organizado.
Os armamentos utilizados pelas quadrilhas que praticam assaltos a bancos em Pernambuco são do mesmo calibre dos utilizados pelos Exércitos do Brasil e dos Estados Unidos. A revelação foi feita pelo chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Antônio Barros, durante uma coletiva de imprensa que ocorreu no Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), no bairro de Afogados, na Zona Oeste do Recife, na tarde desta quarta-feira (2).
“Realmente são armas de guerra. Nessa ocorrência de Gameleira, foi utilizado o calibre 762, que é o mesmo calibre que o Exército Brasileiro utiliza. Colhemos uma cápsula de calibre 556, que é a mesma que o Exército Americano usa em seus fuzis. Mas a polícia também tem seus armamentos de guerra e suas unidades táticas, então vamos enfrentar com o que há de melhor nas nossas polícias”, afirmou Antônio Barros.
A cúpula da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE) vai pedir à Justiça para colocar em prática a Vara de Combate ao Crime Organizado. O pedido será feito em uma reunião do programa Pacto pela Vida, que ocorrerá na quinta-feira (3).
“É extremamente difícil estabelecer uma estratégia de investigação tratando com diversos juízes. Se você tem juízes experientes em uma única Vara de Combate ao Crime Organizado, com atuação em todo o estado, com certeza as estratégias de investigação seriam muito mais eficientes, é esse um pedido especial que a Secretaria de Defesa Social vem fazendo para que a polícia possa ser mais eficiente”, ressalta Antônio Barros.
O caso mais recente de assaltos a bancos ocorreu em Gameleira, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, na madrugada desta quarta. A explosão de caixas eletrônicos da agência do Bradesco e de um posto de atendimento do Banco do Brasil no município aconteceu um dia após a publicação de uma portaria que aumenta de três para sete o número de equipes envolvidas nas investigações desse tipo de crime.
“Essas sete equipes de investigação contam com policiais com experiência larga na área de repressão a roubos a bancos e vão estar produzindo investigações para que a gente possa, o mais rápido possível, identificar e prender essas quadrilhas. A sociedade está precisando de uma resposta muito emergencial em relação ao que vem acontecendo no interior. Eles não estão mais atacando só agências bancárias, estão começando a atacar comércio, supermercado, farmácia, então a sociedade está ficando refém”, finaliza o chefe da Polícia Civil.
Armas roubadas
Duas armas, em média, são roubadas em assalto a banco e carro-forte em Pernambuco, a cada mês. O dado é do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, em balanço divulgado na terça-feira (1º). De acordo com a entidade, entre janeiro e outubro de 2016, 24 revólveres calibre 38 foram roubados, o que dá 2,4 armas por mês.
Além das armas, foram 216 munições e 18 coletes à prova de bala levados em ações criminosas nos últimos 10 meses. O total foi de 194 ataques, sendo 13 assaltos, seis sequestros, 29 explosões, 13 arrombamentos, 128 ataques aos terminais de autoatendimento instalados fora das agências e cinco explosões de carros-fortes, segundo as estatísticas do Sindicato dos Bancários.
O Sindicato dos Bancários de Pernambuco cobrou uma ação efetiva dos órgãos de segurança do estado no sentido de combater a ação de quadrilhas especializadas contra as agências bancárias de Pernambuco. Para a entidade, esses ataques têm como consequência o adoecimento dos funcionários.
Em nota, a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE) informou que a pasta, junto às polícias Civil, Militar e Federal, estão adotando ações conjuntas para reduzir os assaltos a bancos. A Secretaria reconhece que os números de investidas ainda são altos, mas, comparando com os registrados entre janeiro e setembro do ano passado, a redução foi de 50%. A SDS disse ainda que houve um fortalecimento das investigações, o que teria resultado na prisão de mais de 80 pessoas envolvidas nessa modalidade de crime.
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