‘Me sinto uma delícia de pessoa’, diz advogada que perdeu 80 quilos


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02/08/2014 07h30 – Atualizado em 02/08/2014 12h54

‘Me sinto uma delícia de pessoa’, diz advogada que perdeu 80 quilos

Raquel Parreiras está internada em um spa de Sorocaba há oito meses.
Além de perder peso, eliminou 233 centímetros de medidas.

Do G1 Sorocaba e Jundiaí*

Dos 181 quilos que pesava há mais de 10 anos, Raquel perdeu pelo menos 80 (Foto: Arquivo pessoal e Ana Paula Yabiku/G1)Dos 181 quilos que pesava, Raquel perdeu pelo menos 80 (Foto: Arquivo pessoal e Ana Paula Yabiku/G1)

Há oito meses, a advogada Raquel Parreiras de Macedo decidiu mudar de vida. Fez as malas, se despediu do marido e trocou a rotina agitada de São Paulo pela tranquilidade de um spa em Sorocaba (SP). Dos 181 quilos que pesava há mais de 10 anos, Raquel perdeu pelo menos 80 kg, eliminou 233 centímetros de medidas por todo o corpo e recuperou a autoestima. “Estou me sentindo uma gostosa, uma delícia de pessoa. Eu estou me achando”, conta a mulher, de 47 anos.

Antes de chegar ao local, uma equipe médica recomendou que Raquel fizesse a cirurgia bariátrica como primeiro passo, mas ela se recusou. “Sou contra agressões e intervenções na natureza. Achei que nem a dieta e os exercícios iam resolver, mas tudo na vida é educação e disciplina.”  Raquel deu início, então, a uma dieta alimentar de 900 calorias e seis refeições por dia, uma a cada três horas. Hoje come um pouco de tudo e até aprendeu a cozinhar corretamente. “Achei que ia morrer de fome aqui, mas não é assim. É tudo uma questão de aprender a comer e o que comer”, continua.

Para focar apenas na perda de peso, a mulher cortou o cabelo bem curto e passou a deixar a vaidade de lado. A rotina de exercícios físicos começou com aulas de hidroginástica mas, três meses depois, incorporou musculação, atividade aeróbicas na academia (veja o vídeo ao lado) e caminhada. “Quero aprender exercícios que eu também possa fazer lá fora. Não tenho medo de sair daqui e engordar de novo porque, mesmo sem querer, a cabeça muda.”

Um escritório improvisado ao lado da cama ajuda a advogada a trabalhar durante o dia. Quando precisar sair para visitar os clientes tem livre acesso e leva as refeições consigo. “Muita gente não quer vir para um spa porque não quer abrir mão da vida, mas não precisa abrir, é só adaptá-la à rotina daqui”, ressalta.

Escritório improvisado possibilita que Raquel trabalhe durante o dia (Foto: Ana Paula Yabiku/G1)Escritório improvisado possibilita que Raquel
trabalhe durante o dia (Foto: Ana Paula Yabiku/G1)

A dieta alimentar, os exercícios físicos e a convivência com pessoas que passam pelo mesmo problema deram à mulher um novo motivo para viver. Para quem é casada há 16 anos, até a vida sexual melhorou. “Ainda mais agora que eu estou cada vez mais ágil”, brinca. A persistência da paciente, explica a endocrinologista do Spa Médico São Pedro, Waldirene Maldonado, foi fundamental. “Quando ela chegou aqui pensei ‘essa mulher vai morrer’, mas a Raquel é um caso a parte, um orgulho para todos nós”, conta.

Sem disciplina
A falta de disciplina assumida e uma vida de luta contra o diabetes contribuíram para que Raquel estivesse sempre acima do peso. Mas o problema tomou proporções ainda maiores quando a advogada contraiu tuberculose e precisou dar início a um tratamento à base de hormônios corticóides. “Comecei a ficar ansiosa e a comer compulsivamente tudo o que visse pela frente. Já cheguei a abrir a geladeira e comer molho de tomate gelado com leite condensado. Eram quatro litros de refrigerante todos os dias”, lembra.

Para deixar a vaidade de lado, advogada cortou o cabelo bem curto (Foto: Ana Carolina Levorato/G1)Para deixar a vaidade de lado, advogada cortou o
cabelo bem curto (Foto: Ana Carolina Levorato/G1)

A taxa de diabetes subiu para mais de 500, quando o aceitável é de 70 a 100. A advogada passou a consumir 180 unidades de insulina por dia, perdeu 20% da visão, deixou de dirigir e passou oito meses dormindo sentada. “Quando deitava a gordura cobria o diafragma e eu não tinha como respirar. Meu marido não dormia para ficar a noite toda me vigiando.”

Raquel já não tinha mais condições de ir caminhando até a garagem do prédio onde mora, sentia dores quando colocava os pés no chão, chegou a ficar entalada na escada de uma piscina e, como não conseguia se curvar para amarrar os cadarços, passou a usar apenas chinelos. Era preciso descer um degrau de cada vez e fazer o número três com os dedos se tornou impossível. “Não conseguia me limpar quando ia ao banheiro e não encontrava mais roupa que servisse.”

A ponto de ‘explodir’
Foi então que bolhas de água nasceram pelo corpo da mulher como forma de liberar toxinas e a paulistana começou a se sentir inchada. “Procurei um médico e descobri que a minha pele tinha chego ao limite e estava a ponto de ‘explodir’. Meu pai ficou triste com o meu estado e eu não tinha mais vida: a gordura dói, é uma doença dolorosa”, explica.

Com o tempo, explica Waldirene, a pessoa vai se adaptando à doença e acaba encontrando maneiras de driblar o problema do excesso de peso. “A própria obesidade complica o tratamento da obesidade”, esclarece. Raquel tentou todos os tipos de regime que foram recomendados, mas só conseguiu emagrecer quando deixou o orgulho de lado e procurou ajuda.

* Colaborou Ana Paula Yabiku

Foram oito meses dormindo sentada para conseguir respirar (Foto: Ana Paula Yabiku/G1)Foram oito meses dormindo sentada para conseguir respirar (Foto: Ana Paula Yabiku/G1)

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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