SÃO GONÇALO DO AMARANTE RN-PREFEITURAS DE SÃO GONÇALO E MACAÍBA REALIZAM ENCONTROS PARA FORMALIZAÇÃO DA CRIAÇÃO DE ESCOLAS INDÍGENAS


Um sonho antigo dos povos originários da comunidade do Tapará – berço indígena localizado na divisa dos municípios de São Gonçalo e Macaíba–, está começando a tomar forma. É a transformação das Escolas Georgina Altina, em São Gonçalo, e a Escola Luís Cúrcio Marinho, em Macaíba, em escolas indígenas.

Três encontros já foram realizados pelas Secretarias Municipais de Educação de ambas as cidades. O primeiro encontro foi realizado em Macaíba. Representantes da SME/SGA, junto com o secretário Othon Militão, foram recebidos pela secretária Municipal de Educação de Macaíba, Maria José; pelo secretário adjunto, Ademar, e pelo técnico dos Anos Iniciais, Reginaldo. Esse encontro foi marcado por uma contextualização histórica dos povos Tapuias, que são habitantes em Tapará.

No segundo encontro, foi a vez da equipe técnica-administrativa de Macaíba vir até São Gonçalo do Amarante conhecer a Minuta do termo de cooperação sugerida pela SME/SGA para efetivação das escolas indígenas. Na ocasião também foi apresentado o protocolo de retorno às aulas presenciais do município, além do Plano de Metas para o quadriênio de 2021-2024 – documentos estes que geraram uma boa conversa pedagógica e resultaram em visita presencial ao CEMEF Dom Joaquim de Almeida para que pudessem visualizar, na prática, o que está escrito no protocolo. O termo de cooperação formaliza a utilização do espaço físico da Escola Luís Cúrcio Marinho, para funcionamento das escolas Georgina Altina, com a modalidade de Educação Infantil no turno matutino, e a Escola Luís Cúrcio Marinho, no turno vespertino.

No último dia 17, aconteceu o terceiro encontro entre os representantes das secretarias. Um momento regado de olhares curiosos e de pés no chão, na tentativa de caminhar lado a lado para estabelecer uma união dos povos originários daquela comunidade e realizar sonho em comum: ter uma escola indígena. Um espaço não apenas estrutural, mas simbólico, de pertencimento e de valorização dos saberes, tradições e de suas culturalidades.

A cacique Francisca, mestra-guia, liderança daquele lugar falou da sua felicidade em poder ver esse sonho se tornando realidade. “Fico feliz que o sonho da comunidade vai se realizar. O que nos divide é uma estrada, mas somos um mesmo povo, somos todos um, somos misturados. Isso que está acontecendo hoje nunca aconteceu, parece que a nossa voz agora será escutada e agora sairemos da invisibilidade, estamos juntos, somos um”, disse. A cacique contou ainda que a comunidade escolar se reuniu e estão organizando o Projeto Político Indígena (PPI) − um importante documento pedagógico que será o regente das atividades no chão da escola ou, porque não dizer, no aldeamento de saberes e tradições dos nossos povos.

A gestora da escola Municipal Georgina Altina, Ednete, enfatizou sua alegria pela parceria entre os municípios estar dando certo. “Fico feliz com essa parceria, de um ajudar o outro em prol dos nossos alunos. Estamos aqui para somar. Juntos somos mais fortes, somos todos um”, pontuou.

Durante a visita, o secretário Othon Militão pediu que o todos se apresentassem e falassem do que acreditavam e de como poderiam contribuir para a realização do sonho de tornar espaços em escolas indígenas. Para ele, “caso a cooperação não seja frutífera, as duas escolas serão transformadas em escolas indígenas e dentro do conceito que propomos para funcionar no mesmo local – Educação Infantil na Escola Municipal Georgina Altina e Ensino Fundamental na Escola Municipal Luís Cúrcio Marinho. Lembramos que o que estamos buscando é unificação dessa ação para a utilização do mesmo espaço para oferecer uma educação de qualidade para as crianças da comunidade de Tapará”, lembrou.

O próximo passo da parceria é a formalização do acordo entre os municípios. Othon falou ainda que a SME já estuda a possibilidade de transformar a escola Isabel da Silveira, em Ladeira Grande, também em uma escola indígena. A localidade também conta com povos indígenas, e as suas lideranças já começaram a serem ouvidas sobre a possibilidade.

 

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