SÃO GONÇALO DO AMARANTE RN-“PRA MIM É MESMO QUE NADA ESSA CONDENAÇÃO” DIZ MÃE DE NATÁLIA TÂMARA


1915626_932341060195814_5343640029798908656_n58-732x374

O Tribunal do Júri da Comarca de São Gonçalo do Amarante, RN, realizou nesta sexta-feira, 18, o julgamento de Carlos André Santos Cassimiro, 30, vigilante, que foi sentenciado a 23 anos em regime fechado pela morte de Natália Tâmara Felipe Macedo, 24, psicóloga.

O Conselho de Sentença do Tribunal do Júri de São Gonçalo do Amarante, aceitou as teses defendidas pela acusação.

O Júri reafirmou que o crime não foi cometido por insanidade mental e descartou hipótese de homicídio simples. Para o jurado foi um assassinato cruel, onde a vítima não teve oportunidade de defesa, e reafirmou-se a tese de feminicídio – morte por ser do sexo feminino.

O réu foi condenado a 23 anos de prisão em regime fechado. “Foi uma pena adequada”, disse o promotor criminal Fausto França, que esperava uma sentença de 30 anos para o réu.

A defesa de Carlos André afirmou que vai recorrer da decisão do Júri.

“Vamos recorrer em todas as instâncias. O que nós esperamos é no mínimo a desclassificação do que foi solicitado pelo Ministério Público, que é o feminicídio, e não enxergamos que foi uma morte cruel. Foi um crime que teve realmente comoção social, foi o que o Júri enfatizou”, disse advogada, Magna Martins. André foi levado direto para o presídio.

O CRIME – A psicóloga foi morta de maneira cruel com golpes de faca de mesa, que atingiram a região do pescoço. A arma do crime foi encontrada enterrada e torta.

O crime aconteceu dentro da casa do réu, pra onde a vítima foi atraída. Na casa de Carlos André, a perícia encontrou vestígios de sangue, sinais de luta corporal. Uma testemunha contou ter ouvido gritos distantes de socorro duas vezes, mas não deu importância. Natália era babá da filha de André, e ambos eram vizinhos

O corpo de Natália foi levada no porta mala de um carro para uma estrada de terra, próximo ao Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves, distante dois quilômetros da cena do crime. Segundo a polícia, ela ainda teria chegado respirando na estrada onde foi abandonada.

Carlos André foi preso 24 horas depois na cidade de São Paulo do Potengi, RN. Ele confessou o crime e negou ter estuprado a psicóloga. A perícia não encontrou sinais de que houve relações sexuais. A morte foi no dia 22 de maio do ano passado.

Após a divulgação da sentença, ainda comovidos com as lembranças, os familiares de Natália questionaram a decisão judicial.

FAMÍLIA – “Esperava que ele tivesse uma condenação maior. Infelizmente pode pegar, dez, vinte, trinta anos de cadeia, mas não vai trazer minha filha de volta. Pra mim é mesmo que nada essa condenação. Mesmo assim, acho que foi feito justiça”, disse Fátima Felipe, mãe de Natália Tâmara.

“A gente sempre espera a pena máxima. Mas essa pena é melhor que ele ter sido absolvido ou que tivesse em liberdade. Esperamos que ele cumpra bastante tempo na prisão. Que a justiça seja feita e que tudo ocorra de acordo com a lei”, disse Valmir Macedo, pai da psicóloga.

Mesmo com a sentença judicial, eles ainda estão receosos com a possibilidade de Carlos André não cumprir toda a pena.

“Confiar na justiça. Foi um caso que já foi resolvido, cada vez mais tem que acreditar que quando precisar será resolvido”, disse o pai durante entrevista.

FalaRN

Rate this post



Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

Comentários com Facebook




Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.