SÃO GONÇALO DO AMARANTE RN-Famílias retrocedem ao fogão de lenha e de carvão


Não há nenhum controle sobre os preços cobrados ao consumidor

O governo não está nem aí para os aumentos lunáticos nos preços do gás de cozinha. Assim como a gasolina e o diesel, a política de preços do gás de cozinha (GLP) passou a ser reajustado pela cotação do dólar e o preço internacional do produto. Essa política provocou uma alta no ano passado de 67,8% nas refinarias para o envase em botijões de 13 quilos. Isso encareceu em 16% para o consumidor, chegando em alguns lugares, como Recife, a 33,52% de aumento no botijão. Não há nenhum controle sobre os preços cobrados ao consumidor.

No início de 2018 os preços continuaram subindo. Os preços passaram de R$ 57,19 em média, em abril de 2017, para R$ 66,99 em abril de 2018. Sendo que em vários lugares o preço passava dos R$ 80. Foi o que disseram Licena e Marina Carriere, moradoras de São Paulo, fabricantes caseiras de massas e doces italianos por encomenda. Elas pagaram R$ 80 por um botijão e já sabem que o próximo vai ser mais caro. Na casa da Odeiza Nunes, do Rio Grande do Norte, a comida agora sai do fogão a lenha. “O botijão está caro, a gente não tem condições de comprar”, diz ela.

Segundo dados divulgados pelos serviços especializados em queimaduras do SUS, houve uma elevação de acidentados por uso de querosene e álcool dentro de casa. Isso se deveu à subsituição do botijão de gás. Está ficando impossível para o povo pagar esses preços absurdos que vêm sendo cobrados pelo botijão.

“É preocupante saber que 3 milhões de famílias não compraram gás e elas estão fazendo o que? Estão usando lenha, máquinas de gasolina, de álcool ou estão deixando de comer?”, diz o presidente da Associação de Revendedores de Gás Liquefeito no país, Alexandre José Borjaili.

A greve dos caminhoneiros conseguiu, apesar das tentativas de enrolação do governo, colocar um freio da disparada de preços do diesel. Mas, em compensação, os preços da gasolina e do gás de cozinha estão disparando. De abril de 2017 a abril de 2018 o preço do botijão foi reajustado em 70% e, em abril de 2018, pouco antes da explosão da greve dos caminhoneiros, Pedro Parente anunciou a redução de 5% do preço do botijão de gás de cozinha. Puro cinismo.

É um escárnio o Sr. Parente e seu substituto dizerem que essa pífia redução de 5% teria a preocupação de tornar o produto mais acessível para a população de baixa renda, depois de ter elevado o preço do botijão seis vezes em cinco meses. O botijão de gás de cozinha é um produto de primeira necessidade para as famílias, principalmente as mais carentes, que hoje já amargam as altas tarifas de energia elétrica, o desemprego e a queda na renda.

A sociedade, que apoiou a greve dos caminhoneiros não aceita que o gás de cozinha e a gasolina sigam tendo aumentos extorsivos como estes. A Central Geral dos Trabalhadores (CGTB) anunciou que vai preparar uma grande mobilização contra os aumentos abusivos da gasolina e do gás de cozinha. A Confederação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos (COBAP) publicou nota de apoio à greve dos caminhoneiros, mas protestou contra os aumentos de gasolina e do gás de cozinha.

Para a entidade, “essencial seria baixar o preço dos demais combustíveis e gás de cozinha, que certamente desencadearia a queda dos alimentos nos mercados e em quase todos os setores”. “Nós aposentados aplaudimos de pé a batalha travada pelos irmãos caminhoneiros. Inspirados por essa luta árdua travada nas estradas, exigimos que o Governo Federal não permita que a inflação dispare ainda mais”, disse o presidente da Cobap, Warley Martins.

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