SÃO GONÇALO DO AMARANTE RN-DOR E TRAUMA SOBREVIVEM Á ‘CHACINA DE SANTO ANTÔNIO’ EM SÃO GONÇALO


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Duas décadas se passaram, desde que o distrito de Santo Antônio dos Barreiros, em São Gonçalo do Amarante, ficou marcado por uma chacina mundialmente conhecida. Histórias que ficaram cravadas não só nas páginas de jornal, como também na vida da população do pequeno povoado. Vinte e um anos depois, o que se encontra no lugar é o luto insuperável de familiares, o trauma que não passa, a tentativa – as vezes em vão – de seguir sem um parente que teve a vida ceifada por Genildo Ferreira de França, o “Neguinho de Zé Ferreira”.

São lembranças que desafiam o tempo e se mostram vivas em cada esquina, rua ou memória de quem sobreviveu para contar a história.  Os caminhos que Genildo fez para executar o plano de vingança contra “desafetos”, em uma caçada que começaria na tarde de 21 de maio de 1997 e só teria fim com a morte do “assassino em série”, como foi chamado à época, no dia seguinte. Parentes, amigos e familiares também foram ouvidos.

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No distrito de Santo Antônio dos Barreiros, hoje Santo Antônio do Potengi, os mais velhos não tiram da memória o dia em que a pacata comunidade virou um cenário de guerra. Os mais novos escutam as histórias e pedem explicações. No livro de memórias de São Gonçalo do Amarante, um capítulo é reservado para o dia em que “Neguinho enlouqueceu”, como definiram os familiares.

Vinte e um anos depois do ocorrido, todos no distrito conhecem a história do massacre promovido por Genildo Ferreira de França, mas poucos arriscam dizer qual motivo fez “Neguinho de Zé Ferreira” tirar a vida de 15 pessoas, incluindo a própria. Uns falam que ele ficou traumatizado com a morte do filho Iure, de 5 anos, outros contam que a motivação foi a suspeita de que estariam o chamando de homossexual, ele teria ficado ofendido e queria se vingar de quem estava fazendo a “fofoca”. Em Santo Antônio, uma única certeza paira entre todos que viveram aquele dia: Genildo era uma pessoa simpática, gentil e educada.

Alguns familiares se mudaram do local, o filho mais novo vive em Natal. O pai, Zé Ferreira, vive sob o efeito de antidepressivos e remédios para a pressão.

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