RIO DE JANEIRO-RJ-BRASIL-Protesto contra morte de menino no Alemão tem confronto com a PM


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03/04/2015 16h19 – Atualizado em 03/04/2015 18h32

Protesto contra morte de menino no Alemão tem confronto com a PM

Polícia usou bombas de efeito moral; moradores usaram garrafas e pedras.
Eduardo de Jesus, de 10 anos, foi vítima de bala perdida em operação.

Do G1 Rio

Houve confronto entre a polícia e moradores durante um protesto realizado na tarde desta sexta-feira (3) contra a morte de Eduardo de Jesus Ferreira, 10, vítima de uma bala perdida no Conjunto de Favelas do Alemão, no Subúrbio do Rio.

Manifestantes protestaram na Estrada do Itararé, uma das vias de acesso à comunidade. Quando o grupo seguia em direção à sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Alemão, o tumulto começou. Houve correria, e pessoas de idade, que participavam do protesto, se esconderam em bares.

A Polícia Militar usou bombas de efeito moral e gás pimenta. Parte do grupo revidou atirando garrafas e pedras contra os policiais. Barricadas foram montadas para dificultar a movimentação de PMs.

Pessoas que participavam do ato precisaram cobrir os rostos com panos para amenizar os efeitos das bombas. Moradores de casas da Estrada do Itararé estenderam panos brancos em suas janelas pedindo paz.

Às 17h30, a Estrada de Itararé foi liberada, mas os ônibus ainda desviavam pela Avenida Itaoca. Por volta das 18h, um grupo ateou fogo em objetos, deixados em uma via como obstáculo, e um grupo de motociclistas seguia pelas ruas do complexo.

O policiamento foi reforçado com policiais do Batalhão de Ações com Cães (BAC) no local.

Policiais reforçam a segurança no Alemão, após morte de menino com tiro na cabeça (Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo)Policiais reforçam a segurança no Alemão, após morte de menino com tiro na cabeça (Foto: Pablo Jacob/ Agência O Globo)
Polícia lançou bombas de efeito moral contra manifestantes (Foto: Reprodução/ Globo News)Polícia lançou bombas de efeito moral contra manifestantes (Foto: Reprodução/ Globo News)
Eduardo tinha 10 anos (Foto: Reprodução / Facebook)Eduardo foi baleado em operação policial
(Foto: Reprodução / Facebook)

Entenda o caso
A doméstica Terezinha Maria de Jesus, de 40 anos, diz não ter dúvida de que foi um policial militar do Batalhão de Choque que matou seu filho, Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos. Em entrevista ao G1, ela afirma ainda que foi ameaçada pelo mesmo policial ao cobrar o crime.

O garoto foi baleado na porta da casa onde morava e morreu na hora. O incidente ocorreu no fim da tarde de quinta-feira, no Conjunto de Favelas do Alemão. A Divisão de Homicídios da Polícia Civil investiga a autoria do disparo.

“Eu marquei a cara dele. Eu nunca vou esquecer o rosto do PM que acabou com a minha vida. Quando eu corri para falar com ele, ele apontou a arma para mim. Eu falei ‘pode me matar, você já acabou com a minha vida’”, contou.

Terezinha disse que estava sentada na sala de casa, assistindo televisão quando viu o filho ser morto. “Ele estava sentado no sofá comigo. Foi questão de segundos. Ele saiu e sentou no batente da porta. Teve um estrondo e, quando olhei, parte do crânio do meu filho estava na sala e ele caído lá embaixo morto”, relembrou.

Eduardo de Jesus Ferreira iria começar um curso na Tijuca, Zona Norte do Rio, segundo a mãe. “Ele estudava o dia inteiro, ele ia fazer um curso do Sebrae na Tijuca. Eu matriculei e ele ia começar na quarta-feira (8), e eles tiraram o sonho do meu filho”, afirmou.

PMs afastados
Os policiais do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque) e da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) que estavam na operação que resultou na morte do menino Eduardo de Jesus Ferreira foram afastados do policiamento nas ruas, tiveram suas armas recolhidas para a realização de exame balístico e já estão respondendo a um Inquérito Policial Militar (IPM), informou nesta sexta-feira (3) o governo do estado.

Por volta das 16h desta sexta-feira (3), mãede Eduardo, Terezinha Maria de Jesus, prestava depoimento a policiais da Divisão de Homícidios no Institutlo Médico lecal (IML), na ZOna Portuária. O corpo do garoto ainda não foi liberado. Terezinha quer enterrar o corpo do filho no Piaú, sua terra natal.

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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