PENDÊNCIAS RN-Robinson Faria: ‘Tenho um enorme carinho e gratidão com Mossoró’


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Robinson Faria: ‘Tenho um enorme carinho e gratidão com Mossoró’

“A luta é permanente, mas não recuamos em nenhum momento.” A afirmação é do governador Robinson Faria (PSD), ao garantir que a crise financeira que atinge o Rio Grande do Norte e o país está sendo enfrentada por seu governo com trabalho e determinação.

Em entrevista exclusiva ao JORNAL DE FATO, o governador faz um balanço de dois anos de administração. Ressalta que muita ação foi realizada nesse período, apesar das dificuldades provocadas não apenas pela crise financeira, mas também pelos efeitos da maior seca da história do estado.

O governador reafirma o compromisso com o servidor público. Diz que é prioridade do seu governo ao lado da saúde e da segurança pública. “Temos feito todo o esforço, com transparência e diálogo, para superar a turbulência e conseguir colocar em dia os salários”, destaca.

Robinson Faria também fala sobre as ações do governo para Mossoró e de política.

Governador, o senhor está concluindo o segundo ano de gestão, com o Estado mergulhado em profunda crise financeira, o que afeta todos os setores da sociedade. É possível, diante desse quadro, fazer uma avaliação positiva da ação de governo?

Primeiramente, é preciso dizer que hoje o Rio Grande do Norte sofre os efeitos da maior crise econômica que o Brasil já enfrentou. Estamos governando em um momento atípico, em que governar é quase impossível diante da escassez de recursos, dos cinco anos de seca que o RN enfrenta, da frustração de transferências federais na casa de R$ 1 bilhão só neste ano. Mas, mesmo diante desse quadro, conseguimos avançar em 2016. Estamos recuperando estradas em todo o Rio Grande do Norte, investindo no Turismo – que teve uma forte recuperação, tornando o Estado atrativo para novas indústrias na medida em que garantimos segurança jurídica, agilidade e eficiência para quem quer investir no RN. A luta é permanente, mas não recuamos em nenhum momento. Vamos vencer a crise.

 

O ATRASO de salário foi inevitável, diante da crise. Os servidores estão ansiosos e preocupados com 2017. É possível fazer uma previsão positiva em relação aos salários do funcionalismo?

O SERVIDOR público é uma das prioridades de nossa gestão. Ao lado da Saúde, da Segurança, onde não podem faltar recursos, está o servidor público. E temos feito todo o esforço, com transparência e diálogo, para superar a turbulência e conseguir colocar em dia os salários. Temos dialogado semanalmente com o Fórum de Servidores, formado pelos sindicatos, que hoje conhece toda a realidade financeira do Estado e discute com o governo o fechamento do calendário de pagamento, mês a mês. É uma relação inédita, de transparência, de confiança. Os servidores sabem que o governo está fazendo o que pode e batalhando para normalizar a situação. Agora em dezembro, o Governo do Estado injetou R$ 470 milhões na economia com o pagamento integral dos salários de novembro, pagamento parcial dos salários de dezembro e do 13.º salário. Hoje, 80% dos servidores estaduais receberam o 13.º integral, e os outros 20% restantes já receberam uma parcela. Em breve, poderemos anunciar o restante. Mesmo em meio à crise, há uma relação de diálogo permanente, transparência e compromisso com o servidor.

NÃO há dúvida que o senhor priorizou ações na área da segurança, mas a escalada da violência não foi contida até aqui. A segurança foi a principal bandeira de sua campanha. Qual o sentimento que o senhor tem diante de uma situação tão preocupante?

EU ME apresentei à população com a proposta de ser o governador da segurança, e não desisti desse propósito. Acredito que começamos a avançar por um estado mais seguro. Explico o porquê. Nosso governo promoveu 6 mil agentes de segurança que esperavam há 10, 20 anos, por promoções não concedidas em governos anteriores. Isso faz o policial atuar com mais motivação. Investimos em veículos, equipamentos. Nosso governo é o primeiro no país a enfrentar as facções criminosas e garantir a instalação de bloqueadores de celular nos presídios, o que acaba com a prática de criminosos que comandavam o crime de dentro dos presídios, que faziam das celas seus escritórios. Recentemente, instalamos o bloqueador de celular em Alcaçuz, maior presídio do Estado. De fato, há números preocupantes, mas é preciso observar o perfil dos homicídios. Na medida em que a polícia endurece, cerca o crime, há também um acirramento da guerra entre as facções. Hoje, um percentual muito alto dos homicídios registrados é ligado à guerra de facções. De modo geral, creio que a população começa a sentir mais confiança, um clima melhor. Lógico que sabemos que há muito o que ser feito, que ainda estamos longe do ideal. Mas não vamos recuar nessa luta. O povo do Rio Grande do Norte votou em um governador que não recuará.

 

APESAR da crise, o Governo está executando uma série de obras importantes que levam o selo do “RN Sustentável”. Por conta disso, a oposição fala que são obras planejadas pela gestão anterior. Isso incomoda o senhor?

DE MANEIRA nenhuma. O RN Sustentável é um empréstimo do Banco Mundial ao Governo do Estado, e como qualquer operação dessa natureza, periodicamente acompanhamos as metas, redefinimos as prioridades. As obras e projetos hoje tocados via RN Sustentável estão de acordo com minhas promessas de campanha e foram rediscutidas em mais de uma oportunidade, representando hoje as prioridades definidas pelo nosso governo.

 

O SENHOR tem uma agenda bastante concorrida para Mossoró agora em janeiro. São ações que contemplam áreas importantes, como saúde, social e desenvolvimento econômico. Pode-se dizer que o Governo está chegando à segunda maior cidade do RN?

MOSSORÓ sempre esteve no foco do Governo. O Terminal de Passageiros do Aeroporto, por exemplo, está sendo reformado com um investimento de R$ 386 mil. O benefício do Proadi, concedido pelo Governo, levou a empresa Marinar a expandir seus negócios na cidade, gerando empregos.  Em 2016, também abrimos o Restaurante Popular no campus central da Uern, atendendo um pedido antigo dos estudantes. Lançamos a pedra fundamental para a obra do Hospital Materno-Infantil. Investimos em melhorias para a Uern. Essas ações só confirmam que o governo já se fazia presente na cidade e que a agenda prevista para janeiro é um reconhecimento da importância de Mossoró para o desenvolvimento do estado. Vamos levar, agora em janeiro, ações nas áreas social e de segurança, entre outras. Tenho um enorme carinho e gratidão com Mossoró e nosso governo ainda fará muito pela capital do Oeste.

 

UM DOS projetos mais importantes para Mossoró é o Hospital Materno-Infantil. A obra ficará pronta ainda no seu governo?

O PROCESSO licitatório para a construção do Hospital Materno-Infantil de Mossoró havia sido suspenso por um questionamento no edital, mas já foi reaberto. Agora, está tudo correndo para que a obra comece ainda no primeiro semestre de 2017 e que possamos entregá-la pronta para receber pacientes no ano seguinte, dotando toda a região Oeste com uma unidade hospitalar de referência. O hospital terá 118 leitos e ainda funcionará como campo de estágio em parceria com a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.

 

A REABERTURA do aeroporto Dix-sept Rosado para linhas comerciais é uma promessa de campanha que está sendo renovada, mas há problemas no velho “campo de aviação” de Mossoró. Como o Governo equacionará essa situação para garantir o retorno de linhas comerciais?

ESTAMOS mantendo contato com companhias aéreas que já manifestaram interesse em implantar voos comerciais na capital do Oeste. Esperamos que esses entendimentos possam resultar no início da operação agora em 2017.

 

POR QUE o governo não optou pelo projeto de construção de novo aeroporto em Mossoró?

HÁ UMA possibilidade de remanejamento patrimonial para trocar um terreno particular em Mossoró por terreno do Estado, em outro local, para oferecer à Secretaria de Aviação Civil, que já sinalizou positivamente para uma possível construção um aeroporto regional em Mossoró. Todo esse processo, inclusive a construção pela Secretaria de um novo aeroporto, deverá levar 4 anos até entrar em operação. O DER está intermediando essa negociação. Até lá, o atual aeroporto atenderá às demandas da região.

 

VAMOS falar sobre política agora. O rompimento com o prefeito que está concluindo o mandato Silveira Júnior, presidente do PSD de Mossoró, deixou o senhor sem um grupo de sustentação política na cidade. Além disso, o outro aliado, Jório Nogueira, não conseguiu renovar o mandato na Câmara Municipal. Como o senhor pretende refazer a sua base no segundo maior colégio eleitoral do estado?

MINHA preocupação, neste momento, não é com as questões políticas. Meu tempo está totalmente focado na gestão, em superarmos a crise, em realizarmos nossos projetos, em cumprirmos metas, em realizarmos ações para retomar o crescimento econômico do nosso estado. Minha ida a Mossoró agora em janeiro será administrativa, uma agenda de trabalho que o povo da capital do Oeste espera e merece.

 

O PP, de Rosalba Ciarlini, apoia e faz parte do seu governo. Isso significa que há uma porta aberta para possível aliança política com a prefeita que será empossada neste domingo, 1.º de janeiro?

O PP faz parte do nosso governo porque contamos com o apoio do ex-deputado Betinho Rosado e de seu filho deputado Beto Rosado, que indicaram para o nosso governo a professora Isaura Rosado, que vem fazendo um excelente trabalho à frente da Fundação José Augusto. Isaura é hoje um dos destaques do nosso governo, extremamente dedicada, eficiente, realizadora, leal. Mossoró, que é o berço da cultura do nosso estado, presenteou nosso governo com esse grande nome para a cultura. Isaura certamente ainda terá muito a realizar, e contará com nosso apoio em todos os projetos.

 

O PSD elegeu 52 prefeitos nas eleições de 2 de outubro, mas perdeu colégios importantes, como Mossoró, Pau dos Ferros, Assú, Parnamirim, além de não ter disputado a Prefeitura de Natal. Qual o balanço que o senhor faz?

O PSD é hoje o maior partido do Rio Grande do Norte. Havia muito tempo não se quebrava a hegemonia do PMDB, mas o PSD conseguiu isso. Na eleição de 2016, conquistamos cidades importantes, como Macaíba, Caraúbas, São Miguel. O partido hoje tem grande capilaridade e está presente em todas as regiões do estado. É um partido novo, que nasceu há pouco tempo, mas foi o grande vitorioso das últimas eleições.

 

PARA finalizar, governador, o ano de 2017 marcará o início da sua caminhada pela reeleição?

O ANO de 2017 marcará a conclusão de obras importantes para o nosso estado, a realização de projetos que vimos tocando desde o início do governo. Meu foco não é em reeleição, não é em fazer política. Meu foco é na gestão do nosso estado para atender as expectativas do povo do Rio Grande do Norte.

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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