A PALAVRA DO DIA-0 Joel 3 1-21 – JULGAMENTO E BÊNÇÃOS FINAIS – A RESTAURAÇÃO DE ISRAEL.


Como já dissemos, o livro de Joel é um livro que possui dois temas teológicos centrais: o conceito do “Dia do SENHOR” que está associado a um dia de julgamento contra o próprio povo de Deus e o arrependimento.

III. RESPOSTAS DIVINAS AO ARREPENDIMENTO (2.18 3.21) – continuação.

Como já falamos, nessa parte III, que é a última deste livro, estamos vendo que Deus respondeu ao arrependimento do seu povo com promessas de julgamento final de seus inimigos e com bênçãos para o seu povo arrependido. São as respostas divinas ao arrependimento.

O Senhor, o Deus da aliança, prometeu renovar a terra e seu povo à medida que este respondesse em arrependimento às crises de 1.2-2.17.

A renovação redentora do povo de Deus culminará um dia na devastação final dos inimigos de Sião e na derradeira exaltação da própria Sião.

Esses capítulos foram divididos em duas seções: A. A promessa de Deus de renovação (2.18-32) – já vimos – e B. Julgamento e bênção finais (3.1-21) – concluiremos agora.

  1. Julgamento e bênção finais (3.1-21).

Os vinte um versículos deste capítulo tratarão de bênçãos e julgamento finais. A resposta de Deus às crises do seu povo terá o seu clímax no Dia do Senhor, um dia no qual Deus julgará todos os seus inimigos (vs. 1-17) e abençoará o seu povo para sempre (vs. 18-21). Assim, nossa divisão será a seguinte: 1. O julgamento das nações (3.1-16) e 2. Bênçãos para o povo de Deus (3.17-21).

  1. O julgamento das nações (3.1-16).

O iminente Dia do Senhor incluirá julgamento contra as nações que se rebelaram contra Deus e perturbaram o seu povo.

Começa-se o capítulo com a expressão naqueles dias e naquele tempo. Sinônimo de “naquele momento”, essa frase marca o início de mais uma série de promessas para o povo de Deus (Jr 33.15; 50.4,20), onde o Senhor mudará a sorte deles que também pode ser interpretado como “trarei de volta do cativeiro” (veja Jr 29.14).

A restauração também incluiria o julgamento dos inimigos de Israel (“todas as nações”) por todas as injustiças contra o povo de Deus e contra a terra.

As nações seriam ajuntadas e Deus as faria descer ao vale de Josafá, também conhecido como o “vale da Decisão” mencionado no vs. 14. O nome significa “o SENHOR julga” e é um símbolo do que estava para acontecer no Dia do Senhor. Não se trata de menção a um vale específico, mas seria ali que o Senhor entraria em juízo contra elas.

Isso porque o seu povo e a sua herança havia disso espalhado e repartido entre eles e também, depois de os prisioneiros terem lançado sortes (Ob 11; Na 3.10), as crianças indefesas foram negociadas e vendidas para propósitos de libertinagem (Am 2.6).

Logo depois da deportação do povo, a terra foi redistribuída entre os conquistadores. A referência histórica não é clara – nos diz a BEG -, podendo referir-se até mesmo a pequenas deportações envolvendo guerras de fronteira (p. ex., Am 1.9-10).

A acusação legal contra Tiro e Sidom (isto é, a parte costeira da Fenícia) e as regiões da Filistia (isto é, a parte costeira da Palestina; Js 13.2,3) refere-se ao seu envolvimento na captura e no tráfico de israelitas como prisioneiros de guerra. As duas regiões venderam israelitas como escravos para os gregos (vs. 6) e para Edom (Am 1.6,9).

A prata e o ouro da Terra Prometida, assim como seus habitantes, pertenciam ao Senhor (Ag 2.8) e Tiro e Sidom haviam se enriquecido desse comércio ilegal.

Os judaitas vendidos aos gregos estavam tão longe de casa que era praticamente impossível localizá-los ou fazer a viagem para comprar a liberdade deles e mandá-los de volta para a Terra Prometida.

No entanto, Deus agiria de forma espetacular realizando o grande milagre de trazê-los de volta à terra e o povo de Deus restaurado haveria de agir como mediador da punição de Tiro, Sidom e da Filístia.

Em retribuição ao que fizeram, cairiam nas mãos dos judeus que não teriam piedade deles e semelhantemente venderiam seus filhos e filhas aos sabeus, mercadores da distante terra de Sabá (1 Rs 10.1-13; Jr 6.20). Isso viria do Senhor e quem poderia mudar? – vs. 8.

De modo amargamente irônico – nos ensina a BEG -, Joel convidou à batalha aquelas nações que seriam derrotadas pelo Senhor.

Eles deveriam forjar dos seus arados, espadas; e de suas foices, fazerem lanças. Depois dizerem ao fraco: “Sou um guerreiro!” – é interessante observar o contraste com Is 2.4; Mq 4.3 que fala justamente o contrário.

O lugar da grande batalha seria o vale de Josafá que é explicado no vs. 12, o verso seguinte, que diz que as nações deveriam se despertar e avançar para o vale de Josafá, pois ali Deus se sentará para julgar todas as nações vizinhas.

Conforme a BEG, tal como o grão pronto para ser segado (Is 17.5) e como as uvas a serem prensadas (Is 63.3), as nações extremamente pecadoras estavam prontas para serem colhidas (cf. Ap 14.15,18,20).

O lagar estava cheio e os seus compartimentos transbordavam. O lagar cheio e os compartimentos transbordantes enfatizam o tamanho da impiedade das nações reunidas no vale para serem julgadas.

Eram multidões e multidões no vale da Decisão, pois estava perto o Dia do Senhor. A iminência do grande Dia do Senhor, um dia quando ele trará vingança sobre as nações, é mais uma vez enfatizada (1.15; 2.1). O vale de Josafá é agora identificado como o vale da Decisão, o lugar onde o julgamento do Senhor será exercido sobre as multidões.

A natureza responderá ao aparecimento do Senhor no dia do julgamento (2.10,31; Am 5.18). A linguagem cósmica normalmente figurada representa acontecimentos de importância nacional; porém, no dia final do Senhor, o próprio universo será realmente destruído e recriado (2Pe 3.7-12; Ap 21.1).

  • O sol e a lua escurecerão.
  • As estrelas já não brilharão.
  • O Senhor rugirá de Sião.
  • De Jerusalém, levantará a sua voz.
  • A terra e o céu tremerão. A terra e o céu tremem diante da poderosa voz do Senhor (SI 29.3-9; Jr 25.30; Am 1.2).
  • Mas o Senhor será um refúgio para o seu povo.
  • E também uma fortaleza para Israel.

Compare com os textos em Mateus 24.29; Marcos 13.24; Lucas 21.25,26. Vejamos, por exemplo, Mateus 24:29 que diz que imediatamente após a tribulação daqueles dias:

  • O sol escurecerá.
  • A lua não dará a sua luz.
  • As estrelas cairão do céu.
  • Os poderes celestes serão abalados.

No meio das extraordinárias manifestações da ira do Senhor contra as nações, Deus protegerá o povo da aliança (SI 46.1; Is 25.4), sendo para eles um refúgio e uma fortaleza – vs. 16.

  1. Bênçãos para o povo de Deus (3.17-21).

Até o final do livro, agora veremos as bênçãos para o povo de Deus. Embora as nações sejam julgadas, o povo de Deus, arrependido, será abençoado para sempre no Dia do Senhor. E quanto aos que não se arrependerem? Somente restará para eles o mesmo juízo das nações.

Por isso que o escritor de Hebreus exorta o povo a entrar e a se esforçar por entrar no descanso de Deus para não serem achados no engano da incredulidade. “Procuremos, pois, entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência.” – Hb 4.11.

Uma das expressões favoritas de Ezequiel aparece aqui também “saberão que eu sou o Senhor”. Em Ezequiel há cerca de 96 expressões dessas e sempre associadas ao juízo de Deus quando este não tinha mais jeito de se evitar.

Aqui a expressão vem acompanhada com a explicação de que o Senhor habita em Sião. A experiência de Judá quanto à proteção de Deus – ele habitando conosco -, mesmo enquanto ele está irado, aprofundará a sua noção da realidade da presença de Deus em seu meio, ou seja, em Sião, o santo monte do Senhor (SI 46.4; Isa 8.18; 52.1-2; Zc 2.10; 8.3). O Novo Testamento explica que essa promessa será finalmente cumprida nos novos céus e na nova terra (Ap 21.3).

A cena final do drama – vs. 18 – é de prosperidade e de bênçãos paradisíacas (cf. 2.19-26), como uma fonte da Casa do SENHOR, como a nascente de um rio que dá vida (SI 46.4; Ez 47.1-12) e que rega até mesmo o vale seco e estéril onde crescem as acácias. O Novo Testamento prevê o cumprimento dessa profecia na volta de Cristo (Ap 22.1-2).

»JOEL [3]

 Pois eis que naqueles dias, e naquele tempo,

em que eu restaurar os exilados de Judá e de Jerusalém,

2 congregarei todas as nações,

e as farei descer ao vale de Jeosafá;

e ali com elas entrarei em juízo,

 por causa do meu povo, e da minha herança, Israel,

a quem elas espalharam por entre as nações;

repartiram a minha terra,

3 e lançaram sortes sobre o meu povo;

deram um menino por uma meretriz,

e venderam uma menina por vinho, para beberem.

4 E também que tendes vós comigo,

Tiro e Sidom, e todas as regiões da Filístia?

Acaso quereis vingar-vos de mim?

Se assim vos quereis vingar,

bem depressa retribuirei o vosso feito

sobre a vossa cabeça.

5 Visto como levastes a minha prata e o meu ouro,

e os meus ricos tesouros metestes nos vossos templos;

6 também vendestes os filhos de Judá e os filhos de Jerusalém

aos filhos dos gregos, para os apartar para longe

dos seus termos;

7 eis que eu os suscitarei do lugar para onde os vendestes,

e retribuirei o vosso feito sobre a vossa cabeça;

8 pois venderei vossos filhos e vossas filhas

na mão dos filhos de Judá,

e estes os venderão aos sabeus, a uma nação remota,

porque o Senhor o disse.

9 Proclamai isto entre as nações:

Preparai a guerra, suscitai os valentes.

Cheguem-se todos os homens de guerra,

subam eles todos.

10 Forjai espadas das relhas dos vossos arados,

e lanças das vossas podadeiras; diga o fraco:

Eu sou forte.

11 Apressai-vos, e vinde,

todos os povos em redor, e ajuntai-vos; para ali, ó Senhor,

faze descer os teus valentes.

12 Suscitem-se as nações, e subam ao vale de Jeosafá;

pois ali me assentarei, para julgar todas as nações em redor.

13 Lançai a foice, porque já está madura a seara;

vinde, descei, porque o lagar está cheio,

os vasos dos lagares trasbordam,

porquanto a sua malícia é grande.

14 Multidões, multidões no vale da decisão!

porque o dia do Senhor está perto, no vale da decisão.

15 O sol e a lua escurecem,

e as estrelas retiram o seu resplendor.

16 E o Senhor brama de Sião, e de Jerusalém faz ouvir a sua voz;

os céus e a terra tremem,

mas o Senhor é o refúgio do seu povo,

e a fortaleza dos filhos de Israel.

17 Assim vós sabereis que eu sou o Senhor vosso Deus,

que habito em Sião, o meu santo monte;

Jerusalém será santa, e estranhos não mais passarão

por ela.

18 E naquele dia os montes destilarão mosto,

e os outeiros manarão leite,

e todos os ribeiros de Judá estarão cheios de águas;

e sairá uma fonte da casa do Senhor,

e regará o vale de Sitim.

19 O Egito se tornará uma desolação,

e Edom se fará um deserto assolado,

por causa da violência que fizeram

aos filhos de Judá,

em cuja terra derramaram sangue inocente.

20 Mas Judá será habitada para sempre,

e Jerusalém de geração em geração.

21 E purificarei o sangue que eu não tinha purificado;

porque o Senhor habita em Sião.

O Egito (1 Rs 14.25-26; 2Rs 23.29) e Edom (Ob 9-14), inimigos históricos de Israel e, aqui, representação de todos os inimigos de Israel, ficariam em ruínas após o julgamento.

Ao contrário de seus inimigos, Judá e Jerusalém serão abençoadas e possuirão perpetuamente a Terra Prometida (Jr 17.25; Zc 12.6). A continuidade desse bendito arranjo corresponde ao ensino do Novo Testamento sobre a vida eterna nos novos céus e na nova terra (Ap 21).

Joel deixa transparecer uma nota de promessa e certeza ao relembrar a todos os ouvintes e leitores a soberania eterna de Deus. Portanto, o povo da aliança de Deus deve prosseguir confiando na sua fidelidade (SI 9.11-12).

p.s.: link da imagem original:

Contagem regressiva: Faltam 50 dias para 04/08/2015, quando eu irei concluir a Segmentação de toda a Bíblia.

 

A Deus toda glória! p/ Daniel Deusdete – http://www.jamaisdesista.com.br

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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