NATAL RN-Professor da UFRN faz análise sobre propagação do vírus no Estado e considera Natal ‘ainda segura’ porque as pessoas estão ficando em casa


Professor da UFRN faz análise sobre propagação do vírus no Estado e considera Natal ‘ainda segura’ porque as pessoas estão fi

Professor de Transporte e Logística da UFRN, estudioso da cidade e agora mergulhado nas informações da pandemia em todo o mundo, Rubens Ramos considera Natal e Maceió as capitais “ainda” mais seguras em relação a transmissões do vírus Covid-19.

Ao Blog ele justificou o interesse, por considerar que a transmissão da doença envolve sua especialidade.

“Esse vírus é um problema de logística. Ele é transportado, ele se transfere em hubs: aeroportos, trens, metrôs, shoppings, universidades, escolas, estradas”.

Ramos se uniu primeiramente a um grupo de empresários na tentativa de buscar informações para colaborar com o Estado.

Para o professor, fazendo uma análise ‘conservadora’, os casos registrados até quarta-feira, 8, apontam para uma solução até 28 de abril.

“Penso que é possível a sociedade natalense e potiguar buscar uma meta – ficarmos livres desse coronavirus”, acredita o professor, que foi buscar dados no interior, começando pela morte de uma idosa em Tenente Ananias, registrado no Hospital de Pau dos Ferros, que pode funcionar como um hub na região Oeste do RN com influência no Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba.

Com os dados levantados no interior, o professor entende que há uma subnotificação no Estado e no Brasil, já que os casos diários não são do dia, “são de quando saiu o resultado do teste”.

E aponta: “Os casos de óbito também são. A primeira morte do RN não foi do professor de Mossoró em 28/3, que teve o teste colhido dias antes e processado no dia em que morreu, mas de uma moradora da zona rural de Taipu que fez uma festa de aniversário no dia 21, vieram parentes de PB e PE, e ela morreu dia 26/3”, revela o professor.

“O fato é que os governos do Brasil não entendem que nossa desigualdade impacta essa epidemia e que não existe apenas uma curva, mas 3: a curva das classes A/B, a curva de contágio das classes A/B com o lado SUS, e a curva de contágio do SUS”, afirmou o professor-pesquisador, que enxerga uma luz no fim do túnel em relação ao Rio Grande do Norte.

“Temos, talvez, 15 dias para salvar o Rio Grande do Norte da catástrofe que vivem Ceará e Pernambuco”, acena o professor da UFRN, que entende que, apesar de ter levantado o problema no Brasil, São Paulo tem tido “o mesmo comportamento de Natal”, com base na quarentena das classes A/B e o shutdown (fechamento parcial dos principais hubs de contato social – universidades e shoppings, e comércio – funcionou.

“Mas, veja, se na volta do contato das classes A/B com o as outras classes em geral, se não houver monitoramento como na Alemanha e Coreia, isso explode no SUS e volta para a classe A/B de novo”, aponta Rubens Ramos de acordo com sua pesquisa.

O professor Rubens Ramos enviou ao Blog um levantamento feito em hospitais de Natal, com UTIs ocupadas ou não por pacientes com coronavírus. Os dados são da noite da sexta-feira, 10 de abril:

Hospital Rio Grande – 1 paciente em VMI (ventilação mecânica invasiva)

Promater – 2 em VMI

São Lucas – Nenhum

Unimed – Nenhum

Memorial – Nenhum

Santa Catarina – Nenhum

Walfredo Gurgel – Nenhum

Municipal – Em adaptação

Currais Novos – Nenhum

Caicó – Nenhum

Gizelda Trigueiro – 3

Deoclecio Marques – Sem informação

Antônio Prudente – Hapvida – Sem informação

Hospital do Coração – 3

UPAS em Natal – Nenhum.

Para o professor Rubens Ramos, a situação de Natal é confortável, mas ilusória, pois se abrir as porteiras sem monitoramento, poderá explodir em 3 semanas.

“É a evidência de que a entrada ‘precoce’ em shutdown parcial e quarentena da classe média funcionou. Mas, se voltar sem monitorar, contamina o lado SUS, explode o SUS, e contamina de volta a classe média”.

“Tivemos em Natal um fechamento parcial e um ficar em casa da classe média, o que evitou ampliar o contágio na classe média e o contágio com o lado SUS, por enquanto”.

Questionado sobre o que vai fazer com tantos dados, com tantas informações, o professor Rubens Ramos disse que já entregou ao Governo do RN e à Prefeitura de Natal. “Vou ver se faço um documento e colocar na internet, como contribuição”, encerrou.

Foto Felipe Gibson/G1

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