Os assaltos a ônibus na Grande Natal continuam em destaque no noticiário potiguar, mas ontem (22), em vez de novos casos de arrastão, roubo e morte, a principal notícia foi a prisão de cinco suspeitos envolvidos em dois desses últimos crimes, além da captura de quatro suspeitos do assassinato do taxista João Batista de Souza, encontrado morto na manhã da quinta-feira passada (21).

Entre os dois primeiros casos, está o assalto ao ônibus da empresa Barros (linha Natal – São José de Mipibu), ocorrido na noite do dia 15 de agosto, que terminou com a morte do motorista Francisco Izaque de Farias, de 36 anos, e gerou uma grande mobilização de cobradores e motoristas – inclusive com paralisações – para cobrar ações mais efetivas de combate ao crime.

Ontem, quando completou sete dias do assalto, o delegado da 1ª Delegacia de Polícia de Parnamirim, Ronaldo Gomes de Moraes, informou que os dois suspeitos – Phelippe Targino de Oliveira, de 18 anos, e um adolescente de 17 – haviam sido localizados e encaminhados à delegacia para prestar esclarecimentos. A dupla assaltou o ônibus e, com o dinheiro, foi para uma festa, na Ribeira. O adolescente confessou que foi ele quem atirou no motorista, mas alegou que o segundo disparo foi acidental.

“Ele disse que atirou da primeira vez porque o motorista demorou a parar, e que o outro disparou saiu sem ele querer”, revelou o delegado. Menos de um mês antes de cometer o crime, o adolescente havia sido levado à delegacia por ter sido pego com um revólver 38. Há ainda informações de que o adolescente tem participado, em grupo com outros jovens, de outros assaltos a ônibus na região. Ontem, após depor, ele foi entregue à mãe. Ambos devem ser chamados ao Ministério Público. Já seu parceiro, que teve a prisão preventiva decretada e vai ficar no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pirangi, não tem antecedentes criminais.

Linha “B”
No bairro Mãe Luíza, por volta das 10h de ontem, policiais  prenderam três pessoas suspeitas de participação no assalto aos passageiros e motorista de um ônibus da linha “B” [Parnamirim-Natal] da empresa Trampolim, praticado na noite da última quinta. Dois deles —um casal — são menores de idade. Com o trio, os policiais do 1º Batalhão da Polícia Militar recuperaram mais de 20 aparelhos de telefones celulares, chipes e cartões de memória, além de duas facas que teriam sido usadas para ameaçar as vítimas.

Taxista
A Polícia Civil também prendeu, na manhã de ontem, quatro suspeitos de participação no assassinato do taxista João Batista de Souza. Dois dos presos têm 22 anos, um tem 21 e outro, 17. O grupo teria sido responsável pelo latrocínio ocorrido na noite da quarta-feira passada. O corpo da vítima foi encontrado na quinta-feira de manhã com mãos e pés amarrados e  marcas de estrangulamento.

A equipe comandada pelo delegado Herlânio Cruz, da Delegacia Especializada em Furtos e Roubos (Defur), prendeu os três homens e apreendeu o adolescente após utilizar imagens de câmera de segurança de uma conveniência, na praia de Touros, roubada pelo grupo após abandonar o taxista. O primeiro preso foi Renato Fernandes da Costa, 22. Segundo policiais da Defur, ele é filho de policial militar e cumpre pena em regime semiaberto por tráfico de drogas.

Renato indicou a casa onde moram outros dois suspeitos, no Jardim Progresso: Thiago da Silva Santos, de 22 anos, e um adolescente de 17. Ambos foram encontrados em casa pela polícia, junto a um revólver caseiro calibre 32, uma espingarda calibre 12, além de celulares e bebidas roubados. Tiago e o adolescente também indicaram onde encontrar o quarto suspeito, Everton José Gomes Pereira, de 21 anos.

Everton foi preso quando chegava em casa, no loteamento Câmara Cascudo, no bairro Lagoa Azul, também na zona Norte. Nenhum dos suspeitos negou participação no assalto, mas afirmaram que planejaram chamar um táxi para tomar o veículo e usá-lo em roubos e assaltos. Os suspeitos contam que seguiram na estrada até abandonar o taxista na beira de um barranco, na estrada que liga o município a Ceará-Mirim. “A gente deixou ele com os pés e as mãos amarrados, mas ele estava vivo e consciente”, garante um dos suspeito. Segundo a Defur, apenas Renato tem passagem pela polícia.