NATAL RN-Hospitais Giselda Trigueiro e Maria Alice Fernandes, em Natal, foram definidos como referência para atendimento no estado pela Sesap.


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A Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap) publicou nesta quinta-feira (30) um protocolo de atendimento específico para pacientes com suspeita ou confirmação do coronavírus no estado. De acordo com a Sesap, o Hospital Giselda Trigueiro, na Zona Oeste de Natal, e o Hospital Maria Alice Fernandes, na Zona Norte da capital potiguar, serão as referências de atendimento no RN.

Segundo a Sesap, o objetivo é alertar os profissionais de saúde quanto a possíveis casos sintomatológicos de doença respiratória que tenham histórico de viagem para as áreas de transmissão nos últimos 14 dias e que atendam à definição de caso suspeito do novo coronavírus.

A pasta definiu que os casos que se enquadrarem na definição de casos suspeitos para o coronavírus devem ser notificados em até 24h pelo profissional de saúde ao Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs/RN).

De acordo com o protocolo publicado pela Secretaria de Saúde do estado, com exceção dos casos de doença não complicada, todos os demais pacientes devem ser internados. Os hospitais de referência para atender casos suspeitos ou confirmados são o Giselda Trigueiro, na Zona Oeste de Natal, e o Maria Alice Fernandes, na Zona Norte da cidade.

Pacientes que atendem os critérios de internação deverão ser encaminhados a estas unidades de saúde. Segundo o fluxo de atendimento dos casos suspeitos, o paciente deve ser transportado ao hospital de referência por meio de uma viatura do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Na publicação, a pasta recomenda que pacientes permaneçam em casa enquanto perdurarem os sintomas; higienizem as mãos frequentemente com água e sabão ou álcool em gel; cubram boca e nariz ao tossir ou espirrar com a parte interna do cotovelo flexionado ou com um lenço de papel, descartando-o em lixo imediatamente após e higienizando as mãos em seguida.

Também fazem parte das orientações limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência; evitar contato próximo com pessoas que apresentam sintomas respiratórios; não compartilhar objetos que entrem em contato com vias aéreas e retornar ao serviço de se saúde se houver piora do quadro clínico.

Situação do coronavírus até a manhã desta sexta-feira (31):

  • 213 mortes na China
  • 9.720 casos suspeitos na China
  • Outros 20 países têm mais de 105 pacientes infectados
  • Reino Unido confirmou o primeiro caso de coronavírus
  • 9 casos suspeitos no Brasil até 7h de sexta (31)
  • Aumentam as suspensões de voos para a China
  • Testes da vacina devem começar em junho

Recomendações

Segundo a Sesap, durante o atendimento inicial de um caso suspeito, os profissionais devem fornecer máscara cirúrgica ao paciente caso ele não tenha dificuldade para respirar e afastá-lo dos demais doentes. A secretaria orienta que o paciente deve ser instruído a cobrir boca e narinas ao espirrar ou tossir com lenços ou então com o cotovelo flexionado, além de higienizar as mãos sempre que entrar em contato com secreções.

Durante o atendimento inicial, segundo o protocolo, os profissionais devem ficar afastados em dois metros até que estejam com os equipamentos de proteção necessários.

Segundo a Secretaria de Saúde do RN, a transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo – como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

No protocolo, a secretaria afirma que os principais sintomas clínicos referidos são principalmente respiratórios: tosse, febre e dificuldades ao respirar. De acordo com as orientações, em alguns casos medidas para alívio dos sintomas, como uso de medicamento para dor e febre podem ser adotadas.

De acordo com a Sesap, no surgimento dos primeiros sintomas é fundamental procurar ajuda médica para confirmar ou descartar o diagnóstico. Não existe tratamento especifico para infecções causadas pelo vírus.

Precaução ao público

De acordo com a secretaria, não há conhecimento de formas de prevenção mais efetivas do que a não exposição ao vírus. Mas a pasta divulgou recomendação ao público geral que o público lave as mãos frequentemente com água e sabão, com duração mínima de 20 segundos; evite tocar nos olhos, nariz e boca, com as mãos não lavadas e o contato próximo com pessoas doentes.

Fazem parte das recomendações permanecer em casa quando estiver doente; cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com lenço de papel descartável, jogando-o no lixo após uso; manter os ambientes bem ventilados e limpar e desinfetar objetos e superfície tocados com frequência.

Outras orientações da recomendam que objetos de uso pessoal não sejam recomendados e que aglomerações de pessoas e contato com animais selvagens sejam evitados. Segundo a Sesap, deve-se evitar viagens à China e países com transmissão local do vírus, neste momento, e se possível evitar locais com casos suspeitos da doença.

Emergência internacional

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quinta-feira (30) que os casos do novo coronavírus 2019 n-CoV são uma emergência de saúde pública de interesse internacional. São milhares de infecções na China e em 19 países. Com isso, uma ação coordenada de combate à doença deverá ser traçada entre diferentes autoridades e governos.

Os casos de infecção por coronavírus, conhecido por 2019-nCoV, estão se espalhando mais rápido, mas são menos letais do que a Síndrome Respiratória Aguda Grave, SARs-CoV, que causou um surto na China entre 2002 e 2003.

Até esta sexta-feira (31), o coronavírus já havia matado 213 pessoas na China e infectado 9.720 – taxa estimada de letalidade de 2,19%, segundo autoridades chinesas. Isso significa que, a cada 100 pessoas doentes, 2 morrem. Os dados são estimados porque o número total de infecções ainda é desconhecido.

Já a Sars levou à morte 916 pessoas e contaminou 8.422 durante toda a epidemia – taxa de letalidade de 10,87%. Isso representa quase 11 mortes a cada 100 doentes. Os dados são da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Coronavírus

De acordo com a OMS, a maioria dos infectados com o novo coronavírus desenvolve sintomas semelhantes aos da gripe, e cerca de 20% progride para doenças mais graves, como pneumonia e insuficiência respiratória.

O infectologista da Universidade de São Paulo (USP) Esper Kallas afirma que ainda estamos longe de uma pandemia causada por um vírus.

“A transmissão está restrita à região da China, que tem mais de 1 bilhão de pessoas e 5,5 mil casos. Não temos surto em outros lugares. A gente ainda tem muitos passos antes de considerar um problema mundial”, afirmou.

Raio X do novo coronavírus — Foto: Amanda Paes e Cido Gonçalves/Arte G1Raio X do novo coronavírus — Foto: Amanda Paes e Cido Gonçalves/Arte G1

Raio X do novo coronavírus — Foto: Amanda Paes e Cido Gonçalves/Arte G1

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