O prefeito Carlos Eduardo Alves vive um momento complicado. A administração pública de Natal enfrenta o momento mais difícil do atual mandato, iniciado em janeiro de 2013.

Carlos Eduardo surfou até há pouco na onda da comparação com o desastre administrativo que foi a gestão anterior. No comparativo, ganhava de disparada.

Passados dois anos e meio da sua terceira gestão, Carlos Eduardo agora enfrenta as greves de servidores. Da Guarda Municipal, do SAMU, na Saúde e até de garis por falta de pagamento a Vital, uma das empresas contratadas para fazer a limpeza da cidade.

Além disso, enfrenta o desgaste das obras inconclusas, interrompidas ou tocadas a passo de tartaruga por causa da lentidão ou suspensão de repasses financeiros do Governo Federal. Estão nesta categoria as obras da reforma do Palácio dos Esportes, a recuperação do Viaduto do Baldo, a reconstrução das escadarias e da drenagem de Mãe Luiza, além das obras do túnel de macrodrenagem de vários bairros, incluindo a área da avenida Capitão-mor Gouveia.

Para completar o quadro de dificuldades, a atual administração ainda se viu obrigada a suspender ou contingenciar pagamentos a fornecedores para poder honrar o compromisso de antecipação de parte do décimo-terceiro salário.

Junte-se a isso os buracos pela cidade, as falhas na limpeza urbana, a falta de medicamentos nos postos de saúde, objeto de reclamações e uma onda de insatisfação que já chegou às ruas, às redes sociais e já frequenta rodas de conversas políticas.

E o horizonte da gestão do prefeito, que antes era de um azul límpido, agora parece variar para um cinza escuro.

A situação financeira é complicada, a administrativa exige coragem e a política ainda é uma incógnita.

E a pose de surfista prateado não serve mais.

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