MANAUS AM-família implorar por atendimento na porta de hospital do AM enquanto mulher está desmaiada; governo diz que paciente chegou morta


família implorar por atendimento na porta de hospital do AM enquanto mulher está desmaiada; governo diz que paciente chegou morta

 


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Família implora por atendimento de mulher em porta de hospital no AM

Família implora por atendimento de mulher em porta de hospital no AM

Um vídeo que circula em redes sociais mostra a situação de desespero de uma família que implorou por atendimento médico de uma mulher na porta de um dos hospitais de referência para pacientes de Covid-19 em Manaus. As imagens mostram um carro estacionado na porta da unidade e a mulher, segundo o Governo do Amazonas, já morta, enquanto pessoas gritam pedindo socorro.

Durante a filmagem, duas pessoas batem na porta do hospital e pedem atendimento à senhora que está no carro. Em um primeiro momento, um profissional da unidade diz que as pessoas não podem entrar porque o local é “de risco biológico” – informação reforçada pelo governo. Após dois minutos de pedido de ajuda, uma equipe fez o atendimento no carro e tentou reanimar a mulher.

A unidade não funciona como centro de urgência e só recebe pacientes encaminhados de outras unidades.

Questionado sobre o caso, o governo, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Susam), disse que não negou atendimento para a mulher – que teria chego ao local morta. A causa da morte não foi esclarecida e o atestado de óbito consta como “causa indeterminada” até que a investigação do quadro seja concluída, diz o governo.

hospital foi aberto no dia 18 de abril para atender pacientes de Covid-19 e servir, assim como o Hospital Delphina Aziz, como referência para tratamentos de casos do novo coronavírus em todo o estado. O Amazonas tem mais de 2,8 mil pessoas contaminadas pelo novo coronavírus e ultrapassa 200 mortes, enquanto o número de pacientes recuperados da doença chega a 961.

As imagens que foram gravadas mostram uma parente reclamando que o hospital não queria fornecer atendimento. “A pessoa está morrendo e o hospital que o governo alugou não quer atender”, diz uma familiar.

Em seguida, a filha da mulher que chegou ao hospital desmaiada pede para atenderem a mãe e, aos fundos, um outra parente chora pela situação. “Por favor, ajuda minha mãe que ela está morrendo, abrem um hospital e não querem atender paciente, não tem condições”, implora.

Nos primeiros momentos do vídeo, um funcionário diz para a família: “a gente não pode atender ela”. Em seguida eles afirmam que chamaram uma outra pessoa e pedem para a família aguardar ao lado de fora. “Senhora, aqui é uma área de risco biológico. Não é nem para a senhora estar aqui, por favor”.

O vídeo que tem duração de 2 minutos e 30 segundos mostra quase ao final que uma equipe médica sai da unidade para socorrer a mulher, que é carregada para dentro da unidade sem nenhum equipamento.

Susam se posiciona

A Susam disse que Hospital Nilton Lins não negou atendimento à paciente “que já chegou à unidade em óbito”. O órgão informou que feito procedimento de reanimação, mas sem sucesso. Eles disseram que foi explicado aos familiares que o hospital é área de risco biológico, por isso são tratados exclusivamente pacientes de Covid-19 na unidade.

Após o atendimento, a Susam disse que o hospital forneceu o atestado de óbito e deu as demais orientações à família.

“Assim como o Hospital Delphina Aziz e o Hospital Getúlio Vargas, o hospital Nilton Lins somente recebe pacientes encaminhados das outras unidades de saúde definidas, no fluxo de atendimento, como portas de entrada para síndromes respiratórias”, diz trecho da nota.

A Susam ressaltou que a orientação dada à população é buscar por atendimento em serviços ou unidades de pronto-atendimento da rede estadual, ou unidades básicas da rede municipal. A ideia é que hospitais de referência só recebam pacientes já encaminhados após triagem para síndromes respiratórias – incluindo Covid-19.

Hospital de Retaguarda da Nilton Lins

Hospital de Retaguarda da Nilton Lins começou a receber pacientes neste sábado. — Foto: Divulgação/SecomHospital de Retaguarda da Nilton Lins começou a receber pacientes neste sábado. — Foto: Divulgação/Secom

Hospital de Retaguarda da Nilton Lins começou a receber pacientes neste sábado. — Foto: Divulgação/Secom

Com 32 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e cem leitos clínicos, o hospital começou a funcionar no último dia 18 para atender somente pacientes de Covid-19. Segundo o governo, o local possui estrutura para 450 leitos. Os demais leitos devem ser abertos nas próximas semanas.

Antes da abertura, houve um imbróglio judicial. Inicialmente, o local operaria com 400 leitos, mas huma decisão do Tribunal de Justiça do Amazonas impugnou o contrato de locação do local por conta do valor de mais de R$ 2 milhões.

No pedido dessa primeira ação popular, além do autor dizer que o valor do contrato de aluguel seria alto, o documento relata que o governo do estado deveria ter, primeiramente, tentado ampliar os leitos já existentes no Hospital Delphina Aziz, considerado referência no tratamento de Covid-19, no Amazonas. Uma nova decisão do presidente do TJAM manteve a continuidade da implantação dos leitos.

Corrida contra colapso

Nesta terça-feira (21), a secretária estadual de saúde, Simone Papaiz, informou que, em média, a taxa de ocupação de leitos no Amazonas está em torno de 96% a 97% – tanto em UTI, quanto nos leitos de internação.

“Varia muito de 95% a 100% de internação, dependendo do dia. Ontem, por exemplo, nós estávamos com 100% de capacidade operacional da sala rosa, no Hospital 28 de Agosto. Os leitos com maior taxa de ocupação são os de UTI. Por isso, estamos nos debruçando na questão de contratação de médicos intensivistas para poder ampliar os leitos de UTI. Este é um de nossos desafios”, disse.

Segundo o governo, os dados ainda não incluem no levantamento os leitos do Hospital de Retaguarda Nilton Lins.

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COMENTÁRIOS

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  • Adriano Moraes

    2020-04-23T20:19:02

    A pessoa morre na frente do hospital porque todos estavam ali sem fazer e negaram atendimento e ainda o governo diz que nao ! so pensando que o povo é burro so pode

  • Orental Rental

    2020-04-23T20:03:06

    Que horror!

  • Adriano Moraes

    2020-04-23T18:47:50

    Infelizmente essa realidade hoje em dia só que tem prioridade é esse corona vírus! se chegar com qualquer outra doença vai morrer pois a preguiça desse povo ta demais falo isso nos hospitais não estão atendendo ninguém mais a prioridade é essa doença! se precisa de registrar ocorrência ou de ajuda policial senão for mulher ta lascado so depois dessa pandemia !

    • Orental Rental

      2020-04-23T20:02:36

      Não leu a matéria, né, campeão?

  • Vinicius

    2020-04-23T19:45:15

    “NUNCA SEREMOS UMA VENEZUELA” eles disseram…

    • Paulo Vieira

      2020-04-23T19:52:18

      Pelo menos o que parece é que lá eles estão em situação melhor quanto ao Covid.

  • Mary Joe

    2020-04-23T19:29:42

    ô Globo, pelo amor de Deus.. “Questionado sobre o caso, o governo, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Susam), disse que não negou atendimento para a mulher – que teria chego ao local morta.” — TER CHEGO??? não fazem revisão de texto não??

  • Junior Leite

    2020-04-23T19:01:25

    Aí o povo quer que a gente bata palma para o povo da saúde que claramente negou atendimento.. “A gente não pode atender” todo mundo parado e não pode atender…

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