Jornal GGN – Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal, deve se reunir com os demais ministros nesta quarta-feira (1/3) para bater o martelo sobre o método de escolha do novo relator da operação Lava Jato.

Segundo informações da Folha de S. Paulo, a magistrada está mais inclinada a fazer a redistribuição do processo mediante sorteio entre os membros da 2ª turma do STF, presidida por Gilmar Mendes. Dessa maneira, estariam no páreo, além de Gilmar, os ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e o decano Celso de Mello.

“A decisão sobre o formato da escolha deve ser tomada em uma reunião administrativa entre a presidente e os demais colegas do tribunal na manhã de quarta. Caso não haja um consenso sobre o formato, a escolha pode ficar para o dia seguinte.”

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Morto em um acidente aéreo no litoral do Rio de Janeiro, Teori Zavascki deixou a Lava Jato e outras 7,5 mil ações em suspenso. Esses processos ficarão a cargo do ministro que for escolhido pelo presidente Michel Temer para substituir Teori. Mas a relatoria da Lava Jato deve ser definida sem os dedos de Temer, que já foi citado mais de 40 vezes em delações premiadas.

Para preencher a vaga de Teori na 2ª turma do STF, a expectativa é que o ministro Edson Fachin, o mais novo da corte, peça para ser transferido para o núcleo. Cármen Lúcia deve aceitar e realizar o sorteio da Lava Jato entre a turma completa, mas há chance de ela fazê-lo entre os quatro membros que hoje estão no grupo presidido por Gilmar.

“Não está completamente descartada a possibilidade de Cármen Lúcia decidir sortear a relatoria entre os nove ministros do Supremo (ela ficaria fora), mas as chances de esta ser a solução adotada são remotas”, disse o jornal.

Cármen Lúcia homologou as delações da Odebrecht na segunda (30), sem levantar o sigilo do material colhido pela força-tarefa da Lava Jato junto a 77 executivos da empreiteira. O ato político da presidente do STF foi uma tentativa de deixar claro que não há intenção de desacelerar a Lava Jato em função da morte de Teori.

Caberá ao novo relator levantar o sigilo do pacote de delações da Odebrecht, caso o Ministério Público Federal, chefiado por Rodrigo Janot, dê encaminhamento a um pedido. Caso não haja provocação, o relator pode redefinir a questão quando a Lava Jato apresentar as denúncias formais ao Supremo, ou mediante pedidos das defesas.