Henrique já gastou 7 milhões na campanha e Robinson está entre maiores devedores


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O Governo do Estado está custando caro para os dois principais candidatos, Henrique Eduardo Alves (PMDB) e Robinson Faria (PSD). Afinal, os dois juntos, já gastaram cerca de R$ 15 milhões para conseguir sentar na cadeira hoje ocupada por Rosalba Ciarlini (DEM) no próximo ano. Cada um já gastou, sozinho, mais de R$ 7 milhões para ser governador do Estado.

Pior para Robinson Faria, que gastou mais que Henrique Alves até o momento, estando com uma despesa que, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), chegou aos R$ 7,732 milhões, mas arrecadou bem menos: apenas R$ 1,633 milhão. A diferença é tão grande que a campanha de Robinson no Rio Grande do Norte foi destaque na Folha de São Paulo, como uma das que tem o maior “rombo” no Brasil.

Segundo o jornal, o candidato do PSD, com R$ 6,1 milhões de diferente entre receita e despesa, só fica atrás de Alexandre Padilha, candidato em São Paulo, com R$ 30 milhões de déficit; e Reinaldo Azambuja, de Mato Grosso do Sul, com R$ 8 milhões.

“Um quarto dos candidatos a governador pelo país está com as contas da campanha eleitoral no vermelho. São candidaturas que declararam despesas mais altas do que a arrecadação nos dois primeiros meses da disputa, conforme dados informados ao TSE na semana passada. Em dezenas de casos, a diferença chega a ser milionária. Não por coincidência, os maiores déficits são de candidatos que não estão na frente das pesquisas. Empresas e doadores costumam favorecer quem possui maior chance de chegar ao poder”, citou a matéria da Folha de São Paulo.

O caso, inclusive, se encaixa com a situação do Rio Grande do Norte, onde Robinson Faria até cresceu nas pesquisas, mas segue com cerca de 10 pontos atrás do primeiro colocado, Henrique Eduardo Alves, que já arrecadou R$ 7,1 milhões, ou seja, três vezes mais que ele.

Nas doações de Robinson, por sinal, não há quase que nenhuma novidade com relação a primeira prestação de contas, divulgada no TSE e a principal doadora continua sendo a JBS, grupo empresarial dono da Friboi. As despesas, no entanto, cresceram bastante, saindo dos R$ 5 milhões, para os R$ 7,7 milhões.

A Prisma Produções, responsável por fazer o vídeo de Robinson para a propaganda eleitoral no rádio e na televisão, foi a que mais recebeu do candidato do PSD. Exatos R$ 2,835 milhões, valor pago ainda em 18 de julho, antes mesmo das inserções começarem. Nobre Falcão e Advogados Associados, com R$ 300 mil; Ecoar Agência de Notícias e Marketing Político, com R$ 1,155 milhão; e Ran e Com Novo Horizonte, com R$ 468 mil, completam a lista de altas despesas de Robinson.

Itaú, OAS, Vale, Queiroz Galvão são maiores doadores de Henrique

Primeiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, Henrique Eduardo Alves, do PMDB, tem ao seu favor, também, uma confortável situação financeira. Isso porque a campanha dele, diferente de Robinson, tem saldo positivo: gastou R$ 12 mil a menos do que arrecadou até o momento. Entrou R$ 7,114 milhões, só saíram R$ 7,104 milhões.

Bancos e, principalmente, empreiteiras, foram as principais doadoras da campanha do PMDB no Rio Grande do Norte. A OAS, responsável por erguer o Arena das Dunas em Natal, por exemplo, doou R$ 150 mil para Henrique. A Vale Energia, R$ 400 mil, e a Vale Mina do Azul, outros R$ 400 mil.

A Queiroz Galvão, que é responsável por boa parte das obras que estão sendo realizadas hoje em Natal, contratada pelo prefeito Carlos Eduardo Alves, apoiador de Henrique, doou R$ 1 milhão para o PMDB. A empreiteira, porém, não foi a que mais doou. Ficou atras da Telemont Engenharia e Telecomunicações, que já repassou mais de R$ 2 milhões para a campanha de Henrique.

Além disso, Henrique também recebeu do escritório Rossiter Rocha e Capistrano Advogados (R$ 100 mil); Amil Assistencia Médica (R$ 200 mil), Arosuco Aromas (R$ 500 mil), Salobo Metais (R$ 425 mil), Banco BTG (R$ 50 mil), BTG Patual (R$ 250 mil), Intertechine Consultores (R$ 450 mil), Multiplan (R$ 150 mil), Recofarma (R$ 400 mil) e Itau Unibanco (R$ 300 mil).

Com relação às despesas, Henrique até que gastou bastante, mas ainda assim, foi menos que Robinson com os principais motivos de despesas do nome do PSD: a produção de programas de rádio e televisão. Afinal, enquanto Robinson se aproximou dos R$ 3 milhões, Henrique pagou a Assaf e Souza Comunicações, “apenas”, R$ 1,5 milhão.

Campanha de Wilma é três vezes mais cara que a de Fátima

Além da disputa pelo Governo do Estado, se destaca também na segunda parcial da prestação de contas das duas principais candidatas potiguares ao Senado Federal: a vice-prefeita Wilma de Faria, do PSB, e a deputada federal Fátima Bezerra, do PT. As duas já ultrapassaram a casa dos milhões de reais. Destaque para Wilma, que gastou mais de R$ 5,2 milhões em dois meses de campanha.

A despesa é quase três vezes maior do que o registro por Fátima Bezerra até o momento. Afinal, a petista, que “encostou” em Wilma segundo as pesquisa de intenção de voto, gastou “apenas” R$ 1,95 milhões. E, assim com os governadoráveis, as despesas das candidatas aos Senado são, principalmente, com os programas eleitorais de rádio e TV. Fátima, por exemplo, já gastou R$ 950 mil, pagos a War Map Comunicação.

Wilma também gastou mais nesse quesito. Foram registros na prestação de contas divulgada ao TSE, um montante de R$ 1,6 milhão da candidata do PSB. Tudo isso pago a Lenira Duarte da C. Bohne EPP, em “cinco vezes” – duas delas, de meio milhão de reais.

E, se gastou mais, Wilma também arrecadou mais que Fátima. Contudo, diferente da candidatura petista, há na prestação de contas da candidata peesebista um déficit considerável: Wilma já gastou R$ 5,2 mais arrecadou, até o momento, só R$ 4,9 milhões.

E foi da Construtora OAS S.A., a responsável por construir em Natal a Arena das Dunas, a principal fonte de renda para a campanha de Wilma de Faria. Foram mais de R$ 1,8 milhão doados pela construtora para a campanha de Wilma. Outra empreiteira, a Andrade Gutierrez SA doou outra quantia considerável: R$ 1 milhão para a atual vice-prefeita de Natal.

Amil Assistência Médica Internacional, com R$ 300 mil; a Arosuco Aramos e Sucos, com R$ 300 mil; e a telemont Engenharia de Telecomunicações SA, com R$ 600 mil, foram outras que se destacaram na doação da campanha eleitoral de Wilma de Faria.

Fátima Bezerra também tem certo sufoco financeiro devido à relação receita x despesa. Já gastou R$ 1,95 milhão, mas só arrecadou R$ 1,65 milhão. E fez isso graças a JBS Frigorífico, dona da Friboi, que doou R$ 500 mil; a Sucocitrico Cutrale, R$ 475 mil; a Carioca Christiani Nielsen Engenharia, R$ 190 mil e a construtora Andrade Gutierrez SA, R$ 425 mil.

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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