GUAMARÉ RN -Quem vai investigar denúncias contra os institutos de pesquisas no RN
nstitutos de pesquisas no RN
Por César Santos
O professor Robério Paulino (Psol) teve a coragem de denunciar os institutos de pesquisa que, segundo eles, vendem os números de acordo com o cliente. Falou isso abertamente, inclusive, citando nomes. Um deles, Consult, ligado à ex-governadora e candidata derrotada ao Senado Federal, Wilma de Faria (PSB), conforme relatou Paulino.
Abertas as urnas, os números finais passaram longe dos relevados pelas pesquisas dos mais variados institutos. Paulino comprovou o que disse; basta comparar a sua votação para governador com os percentuais que os institutos lhe deram antes de abrir as urnas.
O candidato do Psol obteve 8,74% dos votos válidos (129.616), bem acima dos que revelaram os institutos, inclusive, contrariando até a margem de erro.
Veja:
A última pesquisa Ibope lhe deu 4%; a Seta, 2,16%; Item, 2,8%; Certus, 2,29%; e Consult, citada na denúncia de Paulino, 1,47%.
Nesse caso, pergunta-se: nenhum instituto foi capaz de alcançar o eleitor do candidato do Psol? Ou a denúncia de Paulino faz sentido?
O fato é que o mais desinteressado cidadão potiguar sabia que o professor Paulino representava o voto alternativo, que estava conquistando os eleitores que não queriam votar nas opções tradicionais, logo, a sua votação alcançaria um patamar bem acima da faixa dos chamados “nanicos”. E se, a “olho nu”, percebia-se a movimentação, correto seria os institutos detectarem essa mudança. Entendimento simples.
Pois bem…
O professor Paulino teve a coragem de fazer a denúncia, provocar o Ministério Público Eleitoral e a Justiça. Fez abertamente, sem economizar nas palavras e nas acusações. No entanto, até aqui, não há qualquer linha de investigação.
E olhe que, além da denúncia de Paulino, existem outros indícios flagrantes, como o volume de pesquisas contratadas por blogueiros, que supostamente não têm estrutura financeira para bancar os altos valores de uma pesquisa em nível estadual.
Soma-se, aí, que as pesquisas registradas no TRE-RN, em nome de algum veículo de comunicação do Estado, ultrapassam o valor de meio milhão de reais. Gasto que as empresas de comunicação não têm condições de bancar, uma vez que o segmento atravessa uma das piores crises da história.
Não vai daqui a desconfiança gratuita, muito menos o prejulgamento. No entanto, não é aceitável que um candidato a governador que recebeu quase 10% dos votos do eleitorado do Estado faça uma denúncia de tal gravidade e as autoridades não se sintam provocadas.
A voz do Professor Paulino não deve ser abafada.
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