GUAMARÉ RN-Dilma abre espaço para o PMDB


168438Brasília (AE) – O ministro da Saúde, Arthur Chioro, foi demitido ontem por telefone, pela presidente Dilma Rousseff. A conversa, que ocorreu pela manhã, foi telegráfica. A presidente apenas informou ao ministro que precisava do cargo. Chioro deve ser substituído por um integrante do PMDB, em um arranjo do Planalto para aumentar o apoio no Congresso. Em entrevista ao Estado na segunda-feira, Chioro havia afirmado que qualquer pessoa que ficar à frente da pasta enfrentará uma situação difícil no ano que vem caso a proposta de orçamento de 2016 seja aprovada como foi enviada ao Congresso. Segundo ele, o dinheiro para financiar exames de alta complexidade só seria suficiente para as despesas até setembro.

Fábio Rodrigues PozzebomArtur Chioro, que substituiu Alexandre Padilha, era forte defensor do programa Mais MédicosArtur Chioro, que substituiu Alexandre Padilha, era forte defensor do programa Mais Médicos

Logo depois do anúncio da demissão, os internautas que defendem o governo Dilma nas redes sociais lançaram uma campanha contra a saída do ministro. No twitter foi usada a hashtag #ficaChioro que teria irritado Dilma.

Para evitar uma rebelião da base governista na sessão do Congresso desta quarta-feira, marcada para apreciar vetos presidenciais, Dilma deve segurar o anúncio da reforma ministerial ao menos até quinta-feira. Pela manhã, a preocupação do governo com a votação dos vetos foi o principal tema da reunião entre os ministros responsáveis pela articulação política, Ricardo Berzoini (Comunicações), Eliseu Padilha (Aviação Civil) e os líderes de partidos da base governista. Após a reunião, Berzoini declarou que Dilma está cuidando pessoalmente da reforma ministerial e que ainda não há data certa para o anúncio das mudanças.

Entre os vetos que serão apreciados, o que causa maior apreensão no Planalto é aquele que barra o reajuste médio de 58% aos servidores do Judiciário, o que poderia impactar em R$ 36,2 bilhões os cofres públicos até 2019, segundo contas oficiais.

O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), sofre pressão dos correligionários por uma definição da presidente quanto à reforma. Ele disse a aliados que, se os anúncios não forem feitos até esta quarta, a bancada do PMDB na Câmara pode barrar a votação dos vetos restantes. Pela manhã, menos de 12 horas depois de voltar de Nova York, Dilma teve um primeiro encontro com seu vice, Michel Temer, no Palácio do Planalto, para discutir o espaço do PMDB a reforma ministerial. Na reunião, a presidente garantiu a Temer que quer prestigiar todas as alas do PMDB e disse que foi aconselhada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros aliados para ampliar o espaço da legenda no governo. Para superar o impasse com o PMDB, a presidente sinalizou que estaria disposta a dar sete ministérios à sigla. Até agora, ela trabalhava com o número de seis pastas.

Apesar da movimentação de sua sigla, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defende a realização da sessão para votar vetos. Ele deseja votar os vetos da reforma política publicados ontem em edição extra do Diário Oficial. Caso contrário, ameaça derrubar a sessão. “É desejo nosso que se votem os vetos da reforma política porque, independente de quem concorda ou não concorda com o conteúdo, nós temos que encerrar esse assunto”, afirmou Cunha. A decisão de incluir os vetos na pauta cabe ao presidente do Senado, Renan Calheiros.

Pepe Vargas se antecipa e deixa Direitos Humanos
Rio (AE) – O trabalho do petista Pepe Vargas como ministro-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República durou menos de seis meses. Empossado em meado de abril, Vargas não irá para outra pasta na reforma ministerial que será anunciada pela presidente Dilma Rousseff nos próximos dias. “Quando ela (Dilma Rousseff) anunciar a reforma, eu não permanecerei. Vou retomar meu mandato na Câmara. Mas é ela que vai anunciar a reforma”, disse Vargas à reportagem.

O ministro afirmou ter sido chamado para conversar com a presidente na quinta-feira (24). Na ocasião, ficou acertado seu retorno à Câmara. No mesmo dia, também estiveram com Dilma as ministras Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para Mulheres, e Nilma Lino Gomes, da Igualdade Racial. Além disso, o atual chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, esteve com Dilma antes da viagem a Nova York para a Assembleia-Geral da ONU.

A expectativa de integrantes do governo é de que Direitos Humanos, Políticas para as Mulheres e Igualdade Racial sejam reunidas no novo Ministério da Cidadania, que deverá ser comandado por Rossetto. A Secretaria de Direitos Humanos é o segundo ministério ocupado por Vargas em menos de um ano.

Logo após a posse, a presidente Dilma Rousseff o nomeou para a Secretaria de Relações Institucionais (SRI). O aumento da crise política em abril fez com que Dilma cedesse a coordenação política para o vice-presidente Michel Temer e realocasse Vargas. Na ocasião, a então ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, também petista, perdeu o posto para ele.

À época, Vargas não escondeu a irritação pela maneira como teve que deixar a SRI, já que sua substituição vazou antes do ministro ser comunicado. Dilma disse na ocasião que não estava agindo sob pressão dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), embora as reclamações sobre as dificuldades no diálogo com o Congresso fossem constantes.

Dilma pretende permitir que Rossetto continue cuidando dos movimentos sociais. A articulação é considerada essencial para a presidente não perder mais apoio no momento em que a oposição e dissidentes da base aliada ameaçam entrar com pedidos de impeachment na Câmara.

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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