GUAMARÉ RN-Contratempos de um profeta, por Gustavo Gollo


Contratempos de um profeta, por Gustavo Gollo

O ofício de profeta, com reiterada frequência, impõe a seus praticantes um tipo de embaraço que poderia ser apropriadamente chamado “o paradoxo do anti-sucesso” e que consiste no fato de necessariamente perder ao ganhar. O dilema pode ser ilustrado por Sarah Connor, personagem do filme “O exterminador do futuro”, aquele em que um robô vem do futuro com o propósito de matar a mãe do líder da resistência inimiga, ainda não nascido.

Tendo conseguido eliminar o poderosíssimo adversário, Sarah acaba encarcerada em um manicômio judiciário, onde alega ter lutado contra robôs futuristas. Sua derrota teria significado o fim da humanidade, sua vitória faz dela uma louca. “No fate but what we make”, “nenhum destino exceto o que nós mesmos construímos” é o que será lavrado em sua lápide.

Duro será o destino construído por Sarah, recheado por lutas e descrédito; ela não tem opção, é uma heroína: o manicômio ou a morte.

 

Menos de uma semana nos separa dos dias decisivos nos quais o destino da humanidade será traçado. Como em um imenso tabuleiro de xadrez, as peças vêm assumindo suas posições; joga a humanidade contra ela mesma, estendida sob a forma de uma fita de Möbius, o objeto de um único lado. (Todas as coisas têm 2 lados, o verso e o reverso; na fita de Möbius “os 2 lados” constituem um único e mesmo lado). Se houver a guerra, será a humanidade contra ela mesma.

Tenho visto com muita clareza o desenrolar dos fatos desembocando em uma guerra apocalíptica que tem que ser evitada a todo custo. Uma ou outra vez, no entanto, a descrença generalizada, o completo ceticismo de todos ao redor gera em mim certa insegurança, análoga a uma breve tontura, quando me assoma um ligeiro sopro de desconfiança. Mas são muito breves incertezas; a visão me é muito clara. De qualquer forma, para mim, a sorte já está lançada, estando eu associado à profecia.

Menos claro é o destino da humanidade, nessa inflexão.

Profundamente empenhado em transformar o mundo em um ridículo reality show, o presidente americano vai fazendo o papel do bandido malvado, sob as vaias estrondosas da plateia, atiçada pelos meios de comunicação. A bufoneria escandalosa disfarça a gravidade sem precedentes da situação, o momento mais tenso já vivido pela humanidade.

Preocupado com os lucros que os EUA vão perdendo para a China, mas fingindo-se indignado com o que os chineses fazem lá do outro lado do mundo, em torno de seu país, o líder malvado, no papel de destruidor do mundo, ordena a execução das provocações FONOPS contra a China.

Relações internacionais são pautadas pelo princípio de reciprocidade. Imagine o que os EUA fariam se os chineses resolvessem tomar essas mesmas liberdades em suas costas. A provocação poderá resultar na maior catástrofe de toda a história da humanidade, verdadeiro apocalipse.

Ia eu tentar explicitar meu dilema, mas cá estou novamente empenhado na mesma campanha louca pela qual venho lutando há tempos, acabo não tendo escolha. Há quem não acredite na possibilidade de uma guerra tão absurda, desconsiderando o fato de não haver limites para a estupidez humana.

Tendo já atraído todos os holofotes, roubado a atenção de todo o planeta, excluído todos os demais do centro do palco, embriagado com a própria fama, o grande bufão almeja superar a si mesmo comandando o tenebroso e derradeiro espetáculo da guerra atômica.

Que todas as mentes sensatas reconheçam a ânsia inebriada do louco e a denunciem aos 4 ventos, por onde ecoem os retumbantes apupos de todo o planeta. Não queremos guerra.

Somos nós que construímos nosso destino: parem a guerra.

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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