Segundo a corporação, o grupo é responsável por ações chamadas de “arriadinha”. Nelas, os bandidos levam dinheiro dos veículos blindados sem uso de explosivos.

Nesta terça-feira (27), a Polícia Civil apresentou, durante coletiva de imprensa, no Recife, o resultado da Operação Brucutu, que prendeu os integrantes da organização. O nome é uma referência ao veículo blindado usado pela polícia na repressão de tumultos e conflitos.

O grupo praticava assaltos a carros-fortes com violência e usando armas de grosso calibre. Na coletiva, a polícia divulgou imagens feitas por câmeras de segurança, mostrando detalhes da ação da quadrilha, no shopping.

“Eles atuavam da mesma maneira, sempre com profissionalismo. Desciam em fila indiana, com rapidez, e obrigavam os vigilantes a soltar os malotes, sem esboçar reação”, definiu o delegado-adjunto de Repressão aso Roubos e Furtos, Luiz Alberto Braga.

Durante a Operação Brucutu foram expedidos cinco mandados de prisão preventiva e três de busca domiciliar, expedidos pela 11ª Vara da Comarca do Recife. As prisões ocorreram entre os dias 31 de outubro de 21 de novembro deste ano. Há dois homens foragidos, segundo a polícia. Os nomes não foram divulgados para não atrapalhar as investigações.

Entre os presos estão José Clóvis da Silva Filho, conhecido como Claudinho, e Ronaldo Luiz Coutinho de Souza, chamado de Ronaldinho. Eles são apontados pela Polícia Civil como líderes da quadrilha. Também estão detidos Dawhison Azevedo, João Elísio Pereira de Araújo e Bárbara Gonzaga Rodrigues da Silva.

Claudinho e Ronaldinho, de acordo com a polícia, atuaram juntos durante quase 20 anos, em várias investidas, e contam com fichas policiais extensas, por roubos e homicídios. Entre os crimes atribuídos a eles estão uma chacina, na Zona Norte do Recife, uma morte em um assalto a carro-forte.

“Eles têm patrimônio acumulado e um deles, o Claudinho, morava e foi preso em um apartamento de luxo avaliado em mais de R$ 2 milhões, na Avenida Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Ronaldinho têm apartamento na orla de Olinda e foi preso em um shopping da cidade”, afirmou o delegado Luiz Alberto Braga.

Segundo o policial, Bárbara fazia o reconhecimento do local do crime e repassava informações sobre a rotina dos vigilantes do carro-forte. No dia do assalto no shopping, ela sai do local do crime, ela sai 40 segundos antes da abordagem”, afirmou.

O delegado Vinícius Notari, titular da Delegacia de Represão aos Roubos e Furtos, disse que João Elísio foi preso na Paraíba. Ele estava solto por ter recebido liberdade condicional. “Claudinho saiu da cadeia por problema de saúde, passou por transplante de rim”, acrescentou.