Primeiro a chegar ao avião, policial refaz o caminho: “Difícil de superar”

Dor talvez seja a palavra que melhor descreve o cenário à beira da colina em Cerro Gordo contra a qual se chocou o avião da LaMia com a delegação da Chapecoense, jornalistas e convidados. Um cenário devastador. O GloboEsporte.com recebeu permissão da Polícia Nacional da Colômbia para chegar até a área, que está fechada e protegida por soldados para a investigação em andamento. O sargento Nelson Bermudez, segundo no comando do posto policial, acompanhou a reportagem e reviveu as cenas que presenciou nos momentos após o estrondo ouvido por moradores da região (veja no vídeo acima). Dali até o aeroporto eram menos de 13km, ou – segundo os policiais – cerca de cinco minutos de voo. É possível avistar a pista do topo da colina, a dura constatação de que por muito pouco a tragédia não foi evitada.

Bermudez guiou a reportagem pela trilha aberta com facões até o local onde estão os destroços. O trajeto dura cerca de cinco minutos. Ele foi o primeiro a ver o goleiro Follmann e ouviu o pedido do jogador da Chapecoense:

– Me tire daqui! Não quero morrer!

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Perto dali, horas depois, o subtenente Marlon Lengua ouviria ruídos, respiração. Era o zagueiro Neto, embaixo das ferragens, lutando contra o frio e os ferimentos.

– É algo muito triste. Algo que nos deixa sem palavras para expressar diante de uma situação dessas. Chegar a este local e encontrar ídolos do futebol e jornalistas conhecidos, todos sem vida, é algo muito duro, muito duro. Bem difícil de superar – afirmou Bermudez.