FOTOS IMAGENS-Pai e filha salvadorenhos morrem ao atravessar rio na tentativa de chegar aos EUA


Migrante salvadorenho Oscar Martinez Ramirez e da filha morreram ao tentar atravessar o Rio Grande, que fica fronteira entre o México e os EUA  — Foto: AFPMigrante salvadorenho Oscar Martinez Ramirez e da filha morreram ao tentar atravessar o Rio Grande, que fica fronteira entre o México e os EUA  — Foto: AFP

Migrante salvadorenho Oscar Martinez Ramirez e da filha morreram ao tentar atravessar o Rio Grande, que fica fronteira entre o México e os EUA — Foto: AFP

Um migrante salvadorenho e sua filha de quase dois anos morreram afogados enquanto atravessavam o Rio Bravo na cidade de Matamoros, no estado mexicano de Tamaulipas. Eles tentavam chegar à cidade texana Brownsville (EUA).

Os corpos foram encontrados na segunda-feira (24), no lado mexicano da fronteira. As fotos que mostram a criança com o bracinho apoiado no pescoço do pai provocaram forte comoção no país.

A família salvadorenha aguardava na cidade mexicana de Matamoros a oportunidade de solicitar asilo nos Estados Unidos. Na tarde de domingo (23), o cozinheiro Óscar Martínez Ramírez, de 25 anos, decidiu que faria a travessia do Rio Grande.

A mulher dele e mãe da menina, Tania Vanessa Ávalos, contou ao jornal mexicano “La Jornada” que ele pegou a pequena Valeria nos braços, fez a travessia e a deixou em terra firme em segurança. Porém, ele voltou para ajudar a mulher.

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Ao ver o pai se afastar, a criança se jogou na água. Ele voltou e conseguiu segurá-la, mas não resistiu à forte correnteza. A mãe viu o momento em que os dois submergiram.

As buscas duraram cerca de 12 horas e os corpos foram encontrados a cerca de 500 metros do local onde foram vistos pela última vez.

Pai e filha foram encontrados juntos, unidos pela camisa preta que Óscar Alberto vestia. Valeria estava com o braço em volta do pescoço do pai.

Menino sírio

A foto do pai e filha lembra a do menino sírio Alan Kurdi, encontrado morto em uma praia da Turquia, em setembro de 2015, enquanto tentava fugir da guerra civil no seu país.

O deputado democrata Joaquin Castro, do Texas, ficou emocionado ao falar sobre a fotografia em Washington e disse esperar que o caso faça diferença no debate dos legisladores e do público americano sobre a questão da imigração.

“É muito difícil ver essa fotografia. É a nossa versão da fotografia da Síria – do menino de 3 anos na praia, morto. É isso”, declarou.

Policial paramilitar turco investiga o local onde apareceu o corpo de uma criança imigrante numa praia de Bodrum, na Turquia — Foto: AP PhotoPolicial paramilitar turco investiga o local onde apareceu o corpo de uma criança imigrante numa praia de Bodrum, na Turquia — Foto: AP Photo

Policial paramilitar turco investiga o local onde apareceu o corpo de uma criança imigrante numa praia de Bodrum, na Turquia — Foto: AP Photo

Crise migratória

Até o mês passado, em Matamoros, havia dois acampamentos para migrantes: um na Puente Viejo e outro na Puerta México. A família estava nesse último, que ficava às margens do Rio Bravo. O casal pretendia pedir um visto humanitário para o governo americano.

Na região, os imigrantes enfrentam a escassez de alimentos e temperaturas altas, que chegam a atingir 45°C. Cansada de esperar, a família salvadorenha optou pela arriscada travessia.

A tragédia chama atenção para a crise migratória na fronteira dos Estados Unidos. Em caravanas, Hondurenhos, salvadorenhos e nicaraguenses fazem longas travessias a pé até chegar à fronteira com os Estados Unidos com o objetivo de pedir asilo político.

Ainda de acordo com o jornal mexicano, no fim de maio o número de solicitações chegava a cerca de 2 mil e uma multidão ainda estava na região à espera de atendimento.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem a intenção de construir um muro na fronteira com o México – sua principal promessa de campanha – com o intuito de deter a imigração ilegal, mas enfrenta forte oposição democrata.

Há algumas semanas, os governos dos EUA e do México firmaram um acordo para deter as pessoas que tentam entrar nos EUA pela fronteira sulvindas da América Central e passando pelo território mexicano.

Na véspera de lançar sua campanha à reeleição, Trump afirmou que vai deportar, a partir da próxima semana, milhões de imigrantes ilegais que vivem no país.

Ajuda emergencial

Na terça (25), após forte pressão de líderes democratas e algumas mudanças de última hora, a Câmara dos Representantes americana aprovou um pacote de 4,5 bilhões de dólares para ajuda emergencial a migrantes na fronteira do país com o México. O projeto de lei conseguiu apoio dos dois partidos majoritários.

O pacote de ajuda da Câmara destina mais de 1 bilhão de dólares para abrigar e alimentar os migrantes detidos pela Patrulha de Fronteira. Quase 3 bilhões de dólares devem ser reservados para os cuidados aos menores desacompanhados que estão sob a custódia do Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS, na sigla em inglês).

A urgência dos parlamentares em aprovar o projeto de lei na Câmara foi amplificada após a denúncia de que cerca de 300 crianças estavam detidas sob péssimas condições em um posto da Patrulha de Fronteira em Clint, no Texas. Muitas estavam no local há semanas, sem alimentação e cuidados adequados.

Imagem de arquivo de 2018 mostra caravana de migrantes que começou em Honduras — Foto: Reuters/Ueslei MarcelinoImagem de arquivo de 2018 mostra caravana de migrantes que começou em Honduras — Foto: Reuters/Ueslei Marcelino

Imagem de arquivo de 2018 mostra caravana de migrantes que começou em Honduras — Foto: Reuters/Ueslei Marcelino

A Patrulha de Fronteira afirma que 133 mil migrantes foram detidos no mês passado, com o total mensal ultrapassando a marca de 100 mil pela primeira vez desde 2007. As agências federais de migração se dizem sobrecarregadas, o que compromete o orçamento e as obriga a superlotar abrigos.

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